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Agro

- Publicada em 05 de Outubro de 2021 às 19:22

Produtores de flores adotam cautela em relação à retomada do mercado gaúcho

Rio Grande do Sul sofreu com a impossibilidade da comercialização de flores e plantas para eventos

Rio Grande do Sul sofreu com a impossibilidade da comercialização de flores e plantas para eventos


GILMAR LUÍS/JC
Fernanda Crancio
Altamente impactado pela suspensão de eventos festivos durante a pandemia, o setor de flores gaúcho vê com parcimônia a possibilidade de recuperação da cadeia produtiva a partir do anúncio de novos protocolos sanitários no Estado. Apesar de as flexibilizações possibilitarem a retomada de celebrações como formaturas e casamentos, que tradicionalmente movimentam fortemente esse mercado, produtores, floristas, paisagistas e floriculturas terão, primeiro, de investir na reestruturação dos negócios para se adequarem ao novo momento.
Altamente impactado pela suspensão de eventos festivos durante a pandemia, o setor de flores gaúcho vê com parcimônia a possibilidade de recuperação da cadeia produtiva a partir do anúncio de novos protocolos sanitários no Estado. Apesar de as flexibilizações possibilitarem a retomada de celebrações como formaturas e casamentos, que tradicionalmente movimentam fortemente esse mercado, produtores, floristas, paisagistas e floriculturas terão, primeiro, de investir na reestruturação dos negócios para se adequarem ao novo momento.
Presidente da Associação Riograndense de Floricultura (Aflori), que congrega todos os elos da cadeia produtiva, Walter Winge explica que a pandemia reduziu a representatividade do setor no Estado, que até 2020 figurava entre os quatro maiores produtores brasileiros- atrás apenas de São Paulo Minas Gerais e Santa Catarina-, com cerca de 900 propriedades dedicadas ao cultivo de plantas e flores ornamentais. Segundo ele, muitos produtores, de cidades como Pareci Novo e Ivoti, por exemplo tiveram de diversificar o cultivo, apostando também em hortifrutigranjeiros como tomate e pepino, ou acabaram abandonando o ramo.
"É uma característica do nosso setor ser formado por pequenas propriedades, que geralmente se dedicam a flores de corte, que são as mais fornecidas para eventos e, consequentemente, que tiveram o maior prejuízo nos últimos meses", comenta.
Mesmo sendo o terceiro maior consumidor de flores do País, perdendo apenas para São Paulo e Distrito Federal, o Rio Grande do Sul sofreu com a impossibilidade da comercialização para eventos. "O ano passado deixou de existir para quem depende de eventos, o consumo caiu drasticamente, ficando restrito à venda em lojas e nas datas comemorativas. Isso fez, naturalmente, com que a produção caísse. Flor não é um mercado linear como a produção de alimentos, e torna muito difícil uma programação sem a certeza da venda", enfatiza Winge.
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O dirigente ressalta que, embora o público em geral siga comprando flores, esse volume não compensa, nem de longe, a falta do mercado de eventos. Ele estima que a queda na produção possa chegar perto de 60% no Estado, embora a Associação não tenha um mapeamento atualizado do setor. Uma tendência positiva percebida ao longo da pandemia, no entanto, e que trouxe alento a parte dos produtores, foi o aumento da procura por plantas e flores para a decoração de residências, que ficou entre 20% e 30% em 2020, e tende a se manter neste patamar.
Uma futura e esperada retomada do segmento, segundo ele, deve ser algo muito gradual no RS, justamente pela necessidade de reestruturação dos produtores e do mercado regional em si. "Teremos de retomar toda uma produção, isso levará entre seis e oito meses até termos condições de voltar, investir e de ver resultados. A produção é muito tecnificada e nisso incide muito investimento em estufas, adubo, sementes, o que faz o preço subir", comenta o dirigente da Aflori.
As perdas no ramo de flores e folhagens de corte, o mais impactado, chegaram a 10% na produção e no varejo, em todo o País, e de 20% no atacado, ao longo de 2020. Por conta dessa realidade, se beneficiaram as grandes cooperativas, presentes principalmente no mercado paulista, em cidades como Holambra, que passaram a revender para o Brasil todo.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), o aumento de faturamento e o crescimento da demanda do consumidor ficou em torno de 10% em 2020, com os setores de decoração e paisagismo obtendo as maiores receitas, com 30% e 20% do total do mercado, respectivamente. Para 2021, a expectativa da entidade é de um crescimento do mercado nacional entre 2% e 5%.
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