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Economia

- Publicada em 04 de Outubro de 2021 às 16:49

Pico da inflação deve aparecer nos números de setembro, diz presidente do Banco Central

A taxa de 1,14% é a maior para o mês desde o início do Plano Real, em 1994, quando ficou em 1,63%

A taxa de 1,14% é a maior para o mês desde o início do Plano Real, em 1994, quando ficou em 1,63%


MARCELLO CASAL JR/ebc/jc
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou nesta segunda-feira (4) que a inflação deve atingir seu pico em setembro, pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo).
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou nesta segunda-feira (4) que a inflação deve atingir seu pico em setembro, pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo).
Ao participar de reunião da ASCP (Associação Comercial de São Paulo), em São Paulo e transmitida on-line, Campos Neto não mencionou a revelação feita nesta fim de semana, de que ele e o ministro da Economia, Paulo Guedes, mantêm offshores em paraísos fiscais.
Offshore é um termo em inglês que define uma empresa aberta em outros países, normalmente onde as regras tributárias são menos rígidas e não é necessário declarar o dono, bem como a origem e o destino do dinheiro.
No caso do presidente do BC e do ministro, a situação pode caracterizar conflito de interesses, na avalição de especialistas, e já levanta questionamentos entre parlamentares.
A existência desses investimentos foi revelada por veículos, como a revista Piauí e o jornal El País, que participam do projeto do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, o ICIJ. Os documentos fazem parte da investigação conhecida como Pandora Papers.
Mais cedo, a reportagem tentou, sem sucesso, ter acesso ao evento para questionar o presidente da instituição sobre as revelações.
Durante sua apresentação, Campos Neto relembrou que o IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, bateu em 1,14% em setembro. A taxa é a maior para o mês desde o início do Plano Real, em 1994, quando ficou em 1,63%.
Em 12 meses, o indicador ultrapassou os dois dígitos, chegando a 10,05%. Setembro foi o primeiro mês de vigência da bandeira de escassez hídrica, que será cobrada até abril.
"Setembro deve ser o pico da inflação em 12 meses. A gente entende que existe um elemento de persistência maior e por isso estamos sendo mais incisivos nos juros", disse o presidente do BC.
Durante o evento da ACSP desta segunda-feira, Campos Neto também avaliou que a inflação de serviços no país está "relativamente bem comportada", e que tem subido porque a economia está reabrindo em meio ao arrefecimento da pandemia de Covid-19.
"A gente tem observado o repasse represado nos serviços. Em 2020, houve uma onda de inflação que atingiu os alimentos, e um segundo choque de monitorados, em 2021."
Ele frisou que o BC segue olhando o número de serviços de perto.
Campos Neto disse que a economia está "quase toda reaberta", pontuando que os índices analisados pelo BC mostram grau de reabertura "bastante grande".
Ele também afirmou que a depreciação do real neste ano está na média e até "um pouquinho melhor" na comparação com outros países.
Segundo Campos Neto, o segundo choque na inflação, em 2021, foi basicamente por preços monitorados.
O presidente do BC comentou, ainda, que parte do combate à inflação envolve a questão fiscal, já que quando a curva longa de juros cai, o mesmo movimento de política monetária gera mais efeito na economia.
"Fiscal é muito importante para poder aumentar a transmissão da política monetária."
Ele fez referências ao impacto da energia elétrica para a inflação, pontuando ter preocupação com movimento de preços administrados.
Foi por essa razão que o BC decidiu ser conservador e colocar bandeira vermelha 2 em suas projeções para o IPCA, disse. Por outro lado, ele ponderou que o movimento de chuvas está vindo mais forte.
Folhapress
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