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Economia

- Publicada em 30 de Setembro de 2021 às 15:38

Presidente do BC reforça que taxa Selic deve ficar acima dos 8,5% previstos pelo mercado

O termo havia gerado dúvidas no mercado sobre se estaria relacionado ao nível final da Selic ou ao ritmo de elevação

O termo havia gerado dúvidas no mercado sobre se estaria relacionado ao nível final da Selic ou ao ritmo de elevação


MARCELLO CASAL JR/ebc/jc
Durante apresentação do relatório de inflação nesta quinta-feira (30), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o termo "significativamente contracionista" adotado na ata do Copom (Comitê de Política Monetária) se referia ao nível final da taxa básica de juros.
Durante apresentação do relatório de inflação nesta quinta-feira (30), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o termo "significativamente contracionista" adotado na ata do Copom (Comitê de Política Monetária) se referia ao nível final da taxa básica de juros.
O termo havia gerado dúvidas no mercado sobre se estaria relacionado ao nível final da Selic ou ao ritmo de elevação. A afirmação de Campos Neto reforça a avaliação de que a taxa básica será elevada a patamar superior ao previsto pelo mercado no último boletim Focus (com projeções do mercado), de 8,5% ao ano em 2022, mas que o aumento será feito no ritmo atual, em 1 ponto percentual a cada reunião.
O levantamento do BC junto a economistas foi divulgado na última segunda-feira (27), antes da publicação da ata, na terça (28).
"O termo 'significativamente' usado na ata se refere ao nível da Selic final. Quando mencionamos que a política monetária já estava em território contracionista, nos referíamos ao seguinte exercício: no dia do Copom olhamos a Selic Focus [expectativa de mercado] de um ano contra o IPCA [inflação oficial] de um ano e comparamos com a taxa neutra de 3%", afirmou Campos Neto.
De acordo com a ata, o Copom avaliou os custos e os benefícios de acelerar o ritmo de aperto monetário, mas concluiu que o nível atual é "efetivamente contracionista" e adequado para levar a inflação para a meta em 2022 e 2023.
Além disso, a autoridade monetária sugeriu, ao dizer que o ajuste monetário seria "significativamente contracionista", que, apesar de manter o mesmo ritmo, o ciclo de alta pode ser mais longo e terminar em patamares mais elevados para levar a inflação à meta.
"Em segundo lugar, simulações com trajetórias de elevação de juros que mantêm o ritmo atual de ajuste, mas consideram diferentes taxas terminais, sugerem que o atual ritmo de ajuste é suficiente para atingir patamar significativamente contracionista e garantir a convergência da inflação para a meta em 2022, mesmo considerando a assimetria no balanço de riscos", afirmou a ata.
Na semana passada, o BC elevou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para 6,25% ao ano e indicou que fará nova alta de mesma magnitude na próxima reunião, em outubro. Acelerar o ritmo seria subir a Selic acima desse patamar para fazer frente à escalada de preços e das expectativas de inflação nos últimos meses.
Diante de surpresas inflacionárias, em que os preços sobem acima do esperado, o mercado tem elevado a pressão para que o BC intensifique o ritmo de alta dos juros.
Questionado sobre qual seria o patamar final da Selic para levar a inflação à meta em 2022 e 2023, Campos Neto disse que não teria como elaborar qual seria o número e afirmou que os próximos dados serão importantes para definir os próximos passos. "A gente está conduzindo já com bastante transparência através da linguagem para dar um direcionamento ao mercado. Falamos em neutro, [depois] acima do neutro, [depois] terreno contracionista e explicamos exatamente porque estamos indo nessa direção e como estamos vendo as demais variáveis, não temos como elaborar muito mais que isso", reforçou Campos Neto.
"A Selic vai terminar onde tiver que terminar para que consigamos atingir a nossa meta", disse.
Na ocasião, o diretor de política econômica, Fábio Kanczuk, afirmou que o BC não observou aumento da inércia na inflação, quando o indicador corrente afeta os dados futuros. "Em geral os exercícios tendem a sugerir que está tendo um pouco de queda na inércia e não alta. Mas trabalhamos com isso neutro, não vemos mudança importante", ressaltou.
"Tenho questionado, como o choque tem sido mais persistente, qual é o componente de inércia que isso tem gerado. Os exercícios e os modelos mostram que na verdade a inércia teve ligeira queda, usamos neutro, mas não conseguimos quantificar essa percepção que existe dos choques estarem sendo mais persistentes", reiterou Campos Neto.
Para este ano, há consenso no mercado e no BC de que a inflação deve estourar a meta fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) em 3,75% - com 1,5 ponto percentual de tolerância para cima e para baixo. A projeção do BC é que a inflação chegue ao pico em setembro, com 10,2%, e desacelere nos meses seguintes, até fechar o ano com 8,5%, 3,25 pontos percentuais acima do teto da meta.
Hoje, o Copom já mira o controle de preços de 2022 e 2023, no chamado horizonte relevante, para quando o comitê entende que a política monetária pode fazer efeito, com metas de 3,5% e 3,25%, respectivamente.
Folhapress
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