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turismo

- Publicada em 27 de Setembro de 2021 às 21:52

Hotéis de Porto Alegre aguardam retomada mais consistente

Hotéis de rede Laghetto em Porto Alegre registram aumento na taxa de ocupação, chegando a 50%

Hotéis de rede Laghetto em Porto Alegre registram aumento na taxa de ocupação, chegando a 50%


LAGHETTO/DIVULGAÇÃO/JC
A hotelaria está entre os setores mais atingidos durante a pandemia. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Sul (ABIH-RS), aproximadamente dez hotéis fecharam as portas desde 2020 somente em Porto Alegre. Enquanto os estabelecimentos das regiões tradicionalmente mais turísticas do Rio Grande do Sul, como a Serra, já vêm apresentando índices de ocupação semelhantes a 2019, a retomada em Porto Alegre vem em ritmo mais lento, pois o turismo na Capital é mais ligado a eventos corporativos. Mas este cenário começa a mudar. 
A hotelaria está entre os setores mais atingidos durante a pandemia. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Sul (ABIH-RS), aproximadamente dez hotéis fecharam as portas desde 2020 somente em Porto Alegre. Enquanto os estabelecimentos das regiões tradicionalmente mais turísticas do Rio Grande do Sul, como a Serra, já vêm apresentando índices de ocupação semelhantes a 2019, a retomada em Porto Alegre vem em ritmo mais lento, pois o turismo na Capital é mais ligado a eventos corporativos. Mas este cenário começa a mudar. 
Entre abril e julho de 2020, boa parte dos hotéis em Porto Alegre permaneceu fechada. Já em agosto, as operações foram retomadas, mas a taxa de ocupação permaneceu inferior a 17% - o ponto de equilíbrio, em média, gira em torno de 50% de ocupação dos quartos. "O principal problema foi justamente a baixa ocupação dos hotéis. Depois, a incerteza quanto ao retorno das viagens. Além disso, houve a confusão entre as normas de regulamentação da prefeitura e do governo estadual durante as tentativas de reabertura. A pandemia aniquilou o setor", afirma José Reinaldo Ritter, presidente da ABIH-RS.
Ainda no ano passado, o setor hoteleiro de Porto Alegre engatou uma tímida melhora. Com o retorno dos primeiros eventos presenciais, e com a volta das viagens internas, as taxas de ocupação cresceram entre setembro de 2020 e janeiro de 2021. Contudo, sempre beirando cerca de 30%, em razão das restrições que ainda haviam para a realização de grandes eventos e da própria insegurança do público. Além disso, com a segunda onda de casos de Covid-19 que atingiu o País em fevereiro, as viagens voltaram a diminuir. Assim, em março, o índice de ocupação dos hotéis de Porto Alegre voltou a ser inferior a 17%.
"Diferentemente das regiões mais ligadas ao turismo de lazer, que tiveram uma recuperação em V, se percebe uma recuperação em U no turismo corporativo, pois este segmento está muito atrelado a grandes eventos", destaca Gabriela Schwan, CEO da Rede Swan Hotéis.
A partir de abril, também impulsionadas pelo início da campanha de vacinação, as viagens voltaram a crescer, assim como a taxa de ocupação dos hotéis. "Desde maio estamos em crescimento constante, e em agosto e setembro já conseguimos ter performance acima de 50% nas três unidades de Porto Alegre", informa Cristiane Mörs, diretora de vendas da Rede de Hotéis Laghetto.
"Esperamos que, nos próximos meses, aconteça um retorno maior dos eventos comerciais, trazendo grande fluxo de turistas. Há um receio do mercado para ver como vai ser essa volta, pois muitos eventos hoje estão sendo realizados de forma digital. De qualquer forma, esperamos que boa parte dos eventos volte até o final do primeiro semestre de 2022", complementa Rafael Apolonio, gerente de vendas e marketing da Rede Master Hotéis.
Apesar da retomada que vem ocorrendo, os índices de ocupação dos hotéis ainda estão distantes de 2019. A expectativa do setor é que, com o avanço contínuo da vacinação, e o consequente maior controle da pandemia, os grandes eventos possam voltar de vez. Isso inclui congressos profissionais e simpósios comerciais e também o retorno do público aos jogos de futebol, que também atraem boa quantidade de turistas a Porto Alegre.
"Vamos ver como a economia se comporta com as flexibilizações. A Expointer ainda foi realizada com restrições, e o público ficou distante do habitual. A gente espera que, nos próximos meses, principalmente a partir de 2022, voltem definitivamente os eventos tradicionais da cidade, que são o grande gancho do turismo em Porto Alegre, e que voltemos a ter uma boa taxa de ocupação nos hotéis na cidade", aponta José Reinaldo Ritter.

Diversificação das atividades foi fundamental para os negócios

Em setembro passado, Ritter Hotel adaptou uma de suas torres para estadias mais longas

Em setembro passado, Ritter Hotel adaptou uma de suas torres para estadias mais longas


Ritter Hotéis/Divulgação
A crise que se instalou nos setores de turismo em razão da pandemia obrigou os empresários do segmento hoteleiro a se reinventar. Assim, muitas tendências novas de negócios acabaram surgindo nos hotéis da capital nos últimos meses, como as apostas em espaços de coliving e coworking.Um destes exemplos está na rede Swan. Em um primeiro momento, a rede aproveitou o fechamento das atividades para reformar o antigo Swan Molinos, localizado na Rua 24 de Outubro, e transformá-lo no Swan Generation. O novo hotel tem uma proposta inovadora.
"Criamos um novo produto, que tem por objetivo ser um empreendimento híbrido, misturando coworking, coliving e hotelaria tradicional. O Generation vai justamente abrigar pessoas que se identificam com a ideia de que morar e trabalhar no mesmo lugar é uma necessidade e ao mesmo tempo algo transitório", ressalta Gabriela Schwan, CEO do grupo.
O Swan Generation também aposta forte na tecnologia. O check in e o check out são feitos de forma totalmente digital, a abertura de portas por bluetooth e os serviços solicitados via app. "Acreditamos que o setor de hotelaria é um dos mais conservadores, e carece de inovação. Convivemos com tecnologia a todo momento, logo, porque não oferecer alta tecnologia também aos nossos clientes?", questiona Gabriela.
Outro hotel de Porto Alegre que diversificou seus negócios foi o Ritter, localizado em frente à rodoviária. Em setembro passado, o hotel inaugurou o Haus von Ritter, adaptando uma de suas torres para estadias mais longas.
"Fechamos em setembro um ano do Haus von Ritter, o nosso coliving. A ideia surgiu em agosto do ano passado, quando a cidade teve uma nova onda muito forte. Nesses 12 meses, tivemos diversos hóspedes que abraçaram a ideia, inclusive um que vai completar um ano com a gente também", afirma Fernanda Ritter, Gerente-Geral do hotel.
O Haus Von Ritter conta com mais de uma centena de quartos, com três tipos de acomodação distintas. A cozinha da torre foi reformada para melhor atender os hóspedes, que também podem solicitar serviços como café da manhã e lavanderia sob demanda. Os contratos de estadia variam entre um e seis meses, podendo ser renovados sem burocracias. "Essa estratégia foi bem importante, pois conseguimos atingir um novo nicho que o Ritter não atendia, principalmente um núcleo mais jovem, com outras necessidades e demandas", comenta Fernanda.
Outra rede tradicional que passou por reformulações foi o Master Hotéis. O grupo também apostou na adaptação de espaços para coliving e coworking, e desde cedo priorizou o fortalecimento das medidas sanitárias para tranquilizar os hóspedes. Esse esforço rendeu ao Master Porto Alegre, na Avenida Carlos Gomes, o selo SafeTravels do WTTC, fórum mundial que tem foco nos setores de viagens e turismo.
"Nós também lançamos um produto novo, as micro cerimônias de casamento, onde é possível realizar um evento presencial para um grupo bem pequeno de pessoas e transmitir para um número maior. Ainda, fizemos uma parceria com uma empresa de streaming, e temos realizado eventos corporativos também transmitidos para um público maior", salienta Rafael Apolonio.
Apesar de todas as dificuldades que os hotéis de Porto Alegre passaram nos últimos meses, e ainda passam, o sentimento dos empreendedores do segmento é de que o serviço que o setor presta hoje está fortalecido. "Tudo que os hotéis fizeram para se manter competitivos nesse período vai permanecer. Eu posso afirmar que o Ritter oferece um serviço muito melhor do que oferecia até antes da pandemia, então hoje a hotelaria de Porto Alegre está mais forte e mais preparado para receber os turistas. A gente só espera que eles venham mesmo", conclui Fernanda Ritter.