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INVESTIMENTOS

- Publicada em 23 de Agosto de 2021 às 21:32

Hospitais de Porto Alegre investem em expansões

Grupos de saúde seguiram realizando obras, como a construção do Hospital Nora Teixeira, da Santa Casa

Grupos de saúde seguiram realizando obras, como a construção do Hospital Nora Teixeira, da Santa Casa


/ANDRESSA PUFAL/JC
A pandemia de Covid-19 trouxe fortes pressões financeiras para os hospitais privados e filantrópicos de Porto Alegre, que viram suas receitas serem afetadas pela redução de procedimentos eletivos e consultas no período, ao mesmo tempo em que era preciso reforçar suas estruturas para o combate à doença e atendimento aos infectados. No entanto, mesmo com essas dificuldades, as instituições de saúde não deixaram de avançar em seus planos de investimentos. Entre os projetos entregues ou em construção estão novas unidades, centros especializados, modernizações de espaços, novos leitos e equipamentos
A pandemia de Covid-19 trouxe fortes pressões financeiras para os hospitais privados e filantrópicos de Porto Alegre, que viram suas receitas serem afetadas pela redução de procedimentos eletivos e consultas no período, ao mesmo tempo em que era preciso reforçar suas estruturas para o combate à doença e atendimento aos infectados. No entanto, mesmo com essas dificuldades, as instituições de saúde não deixaram de avançar em seus planos de investimentos. Entre os projetos entregues ou em construção estão novas unidades, centros especializados, modernizações de espaços, novos leitos e equipamentos
Os últimos 18 meses exigiram uma reavaliação de diversos objetivos e planejamentos no setor, uma vez que a pandemia trouxe uma demanda nova, contínua e desafiadora para as instituições, destaca o presidente do Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa), Henri Siegert Chazan. "Houve a necessidade de ampliar custos com insumos e contratação de profissionais para fazer frente ao atendimento da Covid-19, bem como qualificar ou ampliar espaços para o tratamento intensivo, por exemplo. Apesar do desafio, diversos hospitais seguiram com investimentos planejados", afirma o dirigente.

Moinhos de Vento aporta R$ 100 milhões em dois anos

Pandemia atrasou cronograma de inaugurações do grupo, como a da nova emergência do hospital

Pandemia atrasou cronograma de inaugurações do grupo, como a da nova emergência do hospital


/ANDRESSA PUFAL/JC
Um dos exemplos de instituições de saúde que fizeram importantes expansões é o Hospital Moinhos de Vento, que realizou investimentos de R$ 55 milhões em 2020, como a ampliação do Bloco C e ressonâncias, o laboratório de Patologia e Biologia Molecular e o Hub da Saúde de Canoas (que foi o destino de R$ 20 milhões do montante gasto no ano passado). Para 2021, estão orçados aportes de R$ 50 milhões. Entre eles, estão os novos Hub da Saúde, que estão sendo instalados junto ao Pontal Shopping e ao Bourbon Teresópolis, e a nova Emergência de Cardiologia e Traumatologia, que foi entregue no final de julho, e permite que os pacientes sejam classificados conforme a gravidade clínica.
"Nós investimos, em média, R$ 400 milhões a cada quatro anos, mais R$ 300 milhões do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS - Proad-SUS", explica Mohamed Parrini, CEO do Hospital Moinhos de Vento. O dirigente do grupo hospitalar lembra que os aportes foram realizados mesmo com uma perda estimada de 20% da receita projetada em 2020, devido à redução de procedimentos eletivos e consultas durante a pandemia de Covid-19.
Além disso, segundo Parrini, a pandemia gerou um atraso de cerca de nove meses nos planos de expansão do hospital. "Inauguramos no início de agosto nosso novo auditório, com 112 lugares e salas tecnológicas, um investimento de R$ 7 milhões, que era para ter entrado em operação há um ano atrás. Em nossos planos voltados para educação, perdemos um ano de planejamento. Além disso, a nova emergência deveria ter sido inaugurada há oito meses", comenta.
No entanto, a necessidade de combate à Covid-19 também acabou acelerando outros projetos. "Nosso laboratório de biologia molecular e genética foi antecipado por causa da Covid. Fizemos a estrutura em 90 dias, quando percebemos que os laboratórios terceirizados não estavam conseguindo abastecer nossa demanda", destaca.
Para 2022, o Moinhos de Vento planeja novas expansões. De acordo com Parrini, entre os investimentos projetados para o próximo ano estão o aumento de 8 a 10 novas salas cirúrgicas, equipamentos e tecnologias para o centro de diagnóstico de imagem e melhorias na estrutura hospitalar. "Também queremos intensificar as inovações digitais, expandindo os movimentos em health tech e telemedicina", afirma o CEO do grupo hospitalar.

Em 18 meses, Santa Casa fez investimentos de R$ 223 milhões

Um dos maiores empreendimentos da área de saúde que estão sendo executados em Porto Alegre - e que não deixaram de ser realizados mesmo com a pandemia - é o Hospital Nora Teixeira, expansão do Complexo da Santa Casa de Misericórdia. Com previsão de término para o segundo semestre de 2022, o hospital, que terá 15 pavimentos, começou a ser construído depois da doação de R$ 60 milhões feita pelo casal de empresários Nora Teixeira e Alexandre Grendene. Ele será integrado pela nova emergência SUS da Santa Casa, que migrará do Hospital Santa Clara. O hospital também terá unidades de internações dedicadas a diversas especialidades e áreas administrativas e de apoio à assistência.
No entanto, o Nora Teixeira não é o único investimento realizado pela Santa Casa. "Em 18 meses, incluindo todo o ano de 2020 e o primeiro semestre de 2021, realizamos aportes de R$ 223 milhões", informa Jader Pires, diretor administrativo do grupo hospitalar. Desse montante, R$ 80 milhões foram aplicados no Nora Teixeira. O restante foi gasto em projetos como o término na nova maternidade, passarelas, adequação de ambientes administrativos, compra de robô de cirurgia, revitalização de UTIs e de leitos de convênios particulares.
"A pandemia não afetou nosso plano de investimentos. Ao contrário, a Santa Casa continuou com sua expansão. Houve um período que suspendemos obras por determinação dos decretos estaduais, o que acabou atrasando um pouco o planejamento, mas em nenhum momento a Santa Casa se retraiu em seus investimentos", explica Pires.
Além disso, o diretor administrativo destaca que a Santa Casa possui um plano de investimentos que soma R$ 500 milhões, além da rotina anual de reposição de equipamentos. Desse montante, ainda restam em torno de R$ 350 milhões para execução de projetos em três anos.

Mãe de Deus remodela plano estratégico de expansão

Para 2022, instituição pretende montar de oito a 10 salas cirúrgicas

Para 2022, instituição pretende montar de oito a 10 salas cirúrgicas


/ANDRESSA PUFAL/JC
Antes da pandemia, o Hospital Mãe de Deus tinha um projeto de expansão que previa investimento de R$ 144 milhões. Com conclusão prevista para 2024, a iniciativa estava dividida em quatro fases e tinha o objetivo de aumentar em 30% a capacidade de atendimento do complexo, beneficiando diferentes áreas e especialidades clínicas, em um total de 37 mil metros quadrados de área ampliada.
No entanto, a pandemia mudou os planos do grupo. "O fechamento do setor de alta complexidade e centro cirúrgicos, e a necessidade de focar o atendimento nos pacientes com Covid-19 fez com os investimentos de 2020 ficassem congelados", recorda Walmir Batista de Moraes, diretor executivo corporativo da Associação Educadora São Carlos (AESC), mantenedora do Mãe de Deus. "Todo o plano que estava sendo trabalhado para investimentos em blocos e aumento de leitos tivemos que inverter para priorizar controle de custos e compra de equipamentos, como respiradores", destaca.
Segundo Moraes, neste momento a AESC está construindo o plano estratégico 2022-2027. "Até então tínhamos o plano 2020-2025. Mas esses últimos dois anos nos obrigaram a repensar o planejamento", explica.
No primeiro semestre de 2021, o Mãe de Deus realizou investimentos pontuais, em torno de R$ 10 milhões, para adequar os serviços. Por exemplo, na unidade Carlos Gomes foi realizado um pronto atendimento especializado em cirurgia geral e do aparelho digestivo, além de uma unidade neurológica. "Inauguramos essa estrutura em formato diferente, para pacientes que têm receio de procurar emergência. Fizemos uma entrada para atender pacientes que tiveram Covid-19, que abrimos em janeiro. Houve vários serviços que reorganizamos, pois a pandemia forçou fluxos diferentes dentro do hospital", comenta Moraes.
Para 2022, a AESC projeta a montagem de oito a 10 novas salas cirúrgicas, além da compra de equipamentos e tecnologias para o centro de diagnóstico de imagem. "Também temos os investimentos em tecnologia, um movimento de transformar o hospital, com telemedicina", comenta o diretor. Um exemplo foi o lançamento, em julho, do aplicativo Mãe 360°. "O paciente pode agendar consultas, exames, ver histórico de atendimento, os exames que realizou e alertas de medicação", destaca. (MB)

Divina Providência realiza modernização

Prédio sede do Hospital Divina Providência em Porto Alegre

Prédio sede do Hospital Divina Providência em Porto Alegre


/HDP/Divulgação/JC
No Hospital Divina Providência, a pandemia acelerou uma série de movimentos que o grupo planejava. O principal foi o reposicionamento do hospital para se tornar um centro de média e alta complexidade. "Nossos investimentos são voltados para leitos críticos, de CTI, e adequação e melhorias físicas de nosso bloco cirúrgico. Outro movimento é o centro resolutivo sem necessidade de internação, uma espécie de 'concierge assistencial' onde podem ser realizados tratamentos não invasivos,, como transfusões, quimioterapia, imunoterápicos, sem o paciente precise acessar o hospital ou ser internado", explica Willian Dalprá, diretor técnico do Divina Providência.
Segundo Dalprá, o Divina Providência deverá investir cerca de R$ 10 milhões em 2021 e 2022 em leitos de UTI e reestruturação do bloco cirúrgico. Além disso, está planejada uma ampla modernização de toda área física do hospital, desde a entrada até a admissão dos pacientes.
"Nosso número de leitos definitivos ficará entre 52 e 60 unidades. Em 2019, em comparação, tínhamos 16 leitos de UTI para adultos. O estacionamento ficará maior e mais automatizado. E também temos previsão de ampliação de nossa área materno infantil, que vai ficar mais moderna, segura, com plantão anestésico 24h, para atendimento de toda e qualquer complexidade, bem como melhorias na UTI neonatal" explica o diretor técnico.