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Bancos

- Publicada em 13 de Agosto de 2021 às 12:05

Expansão do Banrisul Cartões para o Brasil não será feita sem sócios, diz presidente

Cláudio Coutinho afirma que o banco necessita de investidores externos para atuar no resto do País

Cláudio Coutinho afirma que o banco necessita de investidores externos para atuar no resto do País


CLAITON DORNELLES /JC
O Banrisul quer expandir a operação do Banrisul Cartões para o resto do País. Explorar o mercado para além da divisa do Estado significa nadar em correntes mais fortes, em meio a peixes maiores.
O Banrisul quer expandir a operação do Banrisul Cartões para o resto do País. Explorar o mercado para além da divisa do Estado significa nadar em correntes mais fortes, em meio a peixes maiores.
Para sobreviver em uma concorrência nacional acirrada, o banco necessitará de sociedade com potenciais investidores para incrementar o seu programa de cartões. Essa parece ser a única saída para que a operação fora do Rio Grande do Sul ocorra sem maiores riscos à estabilidade do banco.
“O que a gente imagina é que o esforço para crescer e ser um banco de nível nacional, competindo com empresas que detêm vários e vários bilhões de reais, e ainda assim se manter competitivo. Se o banco fizer essa aposta unicamente com capital próprio, acredito que seria uma tomada de risco que eu não gostaria de fazer”, afirmou o presidente da instituição, Cláudio Coutinho, durante apresentação dos resultados do segundo trimestre do Banrisul em 2021 nesta sexta-feira (13). Entre abril e junho deste ano, o banco estatal registrou um lucro líquido ajustado de R$ 281,9 milhões, o que representa uma expansão de 135,3% frente igual período de 2020. Já a rentabilidade ajustada anualizada foi de 13,1% sobre o patrimônio líquido médio.
Coutinho avalia que, em um mercado onde instituições financeiras tem poder de investimento múltiplas vezes maior, a busca por parceiros, sócios com poder de investimento, seria mais adequada para a saúde financeira da instituição.
“Uma boa gestão de risco não recomendaria fazer uma aposta dessa forma, colocando todas as fichas no capital do banco. Prefiro que a gente traga dinheiro para, junto conosco, tomar esse risco. É mais prudente, mais lógico do ponto de vista de risco do banco”, declarou o presidente do Banrisul.
Para efeitos comparativos, Coutinho citou o exemplo da credenciadora de cartões Stone, que adquiriu a empresa de software Linx por quase R$ 6,8 bilhões, em novembro de 2020. “São nossos concorrentes. Stone fez cheque de R$ 6 bilhões e comprou à vista. O patrimônio do Banrisul inteiro é R$ 8 bilhões. Estamos concorrendo com empresas que valem R$ 70, 80 bilhões. Colocar nosso capital interior não me parece algo que seja de uma boa política de gestão de risco”, afirmou.

Banco deve prosseguir com fechamento de agências físicas em 2022

A política de redução no número de agências físicas promovida pelo Banrisul desde 2019 deve permanecer nos planos do banco estatal no ano que vem. Essa medida que iniciou como uma forma de contenção de gastos se mostrou ainda mais eficiente com o impulsionamento do atendimento à distância durante a pandemia de coronavírus.
Ente junho de 2019 e junho de 2021, O Banrisul fechou 16 agências e 30 Pontos de Atendimento (PAs). Ainda, duas agências foram transformadas em PAs. Portanto, na prática, o banco passou de 518 agências no Estado em junho de 2019 para 500 agências dois anos depois.
Essa e outras medidas – como a demissão de 1060 funcionários entre junho de 2020 e junho de 2021 – permitiu ao banco reduzir em 5,4% as despesas com pessoal do segundo trimestre do ano passado para o segundo trimestre desse ano.
E o corte de gastos não vai parar por aí. “Vamos continuar no processo de racionamento de agências. De forma paulatina, encerrar agências que não sejam rentáveis – que são as agências em que as pessoas podem atender em outras localidades na mesma cidade – gerando economia e centralizado o atendimento”, disse Cláudio Coutinho, presidente do Banrisul.
Coutinho afirmou que não existe a possibilidade de fazer uma previsão de quantas agências ainda podem ser encerradas no Estado, visto que cada decisão é tomada a partir de uma análise complexa da individualidade e fatores de cada uma das agências.
“Está sendo iniciada uma nova fase desses estudos e até o final do ano deve ser anunciado o fechamento de novas agências. Esse trabalho é feito por equipe muito disciplinar, que analisa números, vai na praça, analisa a utilização, o quão importante é para comunidade. É um trabalho com bastante carga de informações para definir se pode ser fechada ou fundida. Por isso não é possível ter meta”, explicou o presidente da instituição.