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Economia

- Publicada em 20 de Julho de 2021 às 18:46

Anfavea estima crescimento "robusto" do setor de veículos somente no segundo semestre de 2022

Maior desafio para os fabricantes é voltar ao mesmo ritmo de produção pré-pandemia

Maior desafio para os fabricantes é voltar ao mesmo ritmo de produção pré-pandemia


CLAITON DORNELLES /JC
Adriana Lampert
Somando quedas de produção, vendas e licenciamentos frente ao cenário pré-pandemia, a indústria automotiva vem ganhando fôlego em 2021 e já prevê crescimento "robusto" para o segundo semestre de 2022. "Com o avanço da vacinação, a pandemia sob controle, a melhora da economia a partir do retorno dos serviços, nossa estimativa é de alcançar a meta de 3 milhões de veículos produzidos ao ano", afirmou o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, nesta terça-feira (20).
Somando quedas de produção, vendas e licenciamentos frente ao cenário pré-pandemia, a indústria automotiva vem ganhando fôlego em 2021 e já prevê crescimento "robusto" para o segundo semestre de 2022. "Com o avanço da vacinação, a pandemia sob controle, a melhora da economia a partir do retorno dos serviços, nossa estimativa é de alcançar a meta de 3 milhões de veículos produzidos ao ano", afirmou o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, nesta terça-feira (20).
Segundo o dirigente, apesar da "pandemia continuar sendo uma preocupação" para o setor, os sinais positivos geram a expectativa de melhoria no mercado. "Ano que vem tende a ser melhor, porque além da pandemia estar mais estável, com a população vacinada, a produção também deve se estabilizar." 
O dirigente destacou que, no primeiro semestre de 2021, a indústria automotiva brasileira produziu 57,5% a mais que no ano passado, quando todas as fabricantes tiveram que interromper as atividades por até dois meses. A projeção é que a maior alta de produção neste ano ocorra no segmento de caminhões (de 117 mil unidades em 2020 para 138 mil unidades em 2021) e nas exportações (de 353 mil carros para 389 mil). 
Atualmente, o volume anual de veículos que saem das linhas de produção nacionais está na faixa de 2,320 milhões/ano, apesar da capacidade instalada estimada de 5 milhões unidades por ano. Um dos motivos da queda de produção é a falta de semicondutores no mercado global. Segundo Moraes, este problema pode ter impactado na fabricação de mais de 100 mil veículos no primeiro semestre.
"Em junho, a produção do setor foi a pior dos últimos 12 meses (166.947 unidades), em função das várias paradas de fábricas de automóveis ao longo do mês, mas esta situação vem ocorrendo desde o final do primeiro trimestre." Também as vendas do último mês recuaram em relação a maio e abril, com 182.453 automóveis negociados pela indústria. "A baixa oferta de alguns produtos acaba se refletindo nos resultados do mercado interno", destacou o dirigente da Anfavea. Nos seis primeiros meses de 2021, pouco mais de 1 milhão (1.074.173) de unidades foram licenciadas no País. Este número é 33% maior do que no mesmo período de 2020, mas perde em 17,9% para o primeiro semestre de 2019.
Dentre os estados da Região Sul, o Rio Grande do Sul foi o que teve menor resultado, com 53.886 unidades licenciadas nos seis primeiros meses de 2021. Já o Paraná licenciou 74.347 unidades e Santa Catarina  outros 54.566 veículos. Em todo o Brasil, os licenciamentos foram liderados por São Paulo (237.478), seguido por Minas Gerais (220.865). Destaque ainda para o Rio de Janeiro (65.167).
De acordo com o presidente da Anfavea, os segmentos que tiveram melhores resultados em 2021 foram os puxados pelo agronegócio, como máquinas agrícolas, caminhões, pickups, e veículos comerciais leves. "Em cidades onde tem produção de agro, a perda nas vendas em 2020 foi menor – ajuda em tudo, pois movimenta o uso de pickups e automóveis, uma vez que é um setor está gerando renda para a região."
Ao destacar que o retorno das atividades de setores como serviços e comércio pode impactar positivamente no crescimento da indústria automotiva, o dirigente observou que ainda há outras preocupações: "desemprego alto, inflação alta, aumento do aço e das commodities, IPC acima de 8%, IGPM que atinge a indústria em mais de 30%, aumento da taxa de juros, aumento do CDC, que é o principal instrumento de financiamento dos nossos clientes", resumiu.
Moraes sinalizou que a Anfavea deve "brigar por um equilíbrio na carga tributária entre os setores", para que o consumidor de automóveis brasileiros não seja penalizado. "Atualmente, as montadoras estão se esforçando para não repassar preço, mas teve aumento de aço de mais de 100% e isso impactou bastante nos custos das fabricantes", ponderou. O dirigente também lembrou que a perda de produção não foi um fenômeno nacional. "Segundo estudo da BCG, no primeiro semestre de 2020 mais de 3,6 milhões de unidades deixaram de ser produzidas no mundo."
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