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Economia

- Publicada em 01 de Julho de 2021 às 18:04

Com risco político em alta, Bolsa fecha em baixa de 0,90%, a 125.666,19 pontos

Nesta quinta, em terceira perda consecutiva, fechou em baixa de 0,90%, aos 125.666,19 pontos

Nesta quinta, em terceira perda consecutiva, fechou em baixa de 0,90%, aos 125.666,19 pontos


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
Agência Estado
Após quatro meses de ganhos seguidos, o Ibovespa inicia julho em tom menor, passando a colocar no preço um fator que, em proveito da melhora dos indicadores econômicos, havia sido deixado de lado desde a instalação da CPI da Covid: a acentuação do risco político. Com Brasília efervescendo em torno de novo pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, e de conflagradas sessões no Senado em que se pretende apurar desvios de conduta e, agora, também de recursos, o índice da B3 continua a se afastar da resistência dos 131 mil pontos, correspondente à recente máxima histórica, de 7 de junho.
Após quatro meses de ganhos seguidos, o Ibovespa inicia julho em tom menor, passando a colocar no preço um fator que, em proveito da melhora dos indicadores econômicos, havia sido deixado de lado desde a instalação da CPI da Covid: a acentuação do risco político. Com Brasília efervescendo em torno de novo pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, e de conflagradas sessões no Senado em que se pretende apurar desvios de conduta e, agora, também de recursos, o índice da B3 continua a se afastar da resistência dos 131 mil pontos, correspondente à recente máxima histórica, de 7 de junho.
Nesta quinta, em terceira perda consecutiva, fechou em baixa de 0,90%, aos 125.666,19 pontos, no menor nível desde 28 de maio (125.561,37 pontos), estendendo a correção iniciada na última sexta-feira, quando o mercado reagiu mal à proposta de taxação de dividendos e outras novidades tributárias propostas pelo governo. Na mínima desta quinta-feira, o Ibovespa chegou a perder a linha de 125 mil pontos, aos 124.993,64, também no menor nível intradia desde 28 de maio (124.284,00 pontos).
Com aversão ao risco político, a sessão foi linearmente negativa para os setores de maior peso no índice, como commodities (Petrobras ON -1,75%, Vale ON -1,74%) e bancos (Bradesco PN -1,24%, BB ON -1,06%). O giro financeiro foi de R$ 32,0 bilhões e, na semana, o índice acumula agora perda de 1,25% - no ano, ainda avança 5,59%.
"Alguns fundos estrangeiros estão aproveitando para realizar lucros, o que explica parte da queda vista hoje na Bolsa com o risco político visto na CPI, envolvendo a compra de vacinas e a participação do governo nisso. O mercado segue cauteloso, o que favorece esta realização, também com a alta do dólar", diz Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos.
Nesta quinta-feira, após uma sequência de sessões abaixo de R$ 5, que chegou a levá-la a R$ 4,89 no melhor momento, a moeda americana voltou a se firmar acima daquela linha psicológica, encerrando o dia em alta de 1,45%, a R$ 5,0453, tendo atingido R$ 5,0513 na máxima.
"O investidor institucional parece estar começando a ligar o alerta para o risco político e, nesta fase de ruído, não está pagando para ver", diz Flávio Aragão, sócio da 051 Capital, chamando atenção em especial para a abertura da curva de juros, com inclinação dos longos, além da pressão no dólar, com aumento da volatilidade no câmbio observada nessas últimas sessões. "Como é um mercado muito profissionalizado - diferente da Bolsa, onde a pessoa física, o investidor de varejo tem peso -, quando os juros começam a estressar, é para ligar o alerta mesmo", observa Aragão.
"Quando começou, a CPI não pareceu que preocuparia, então o mercado a vinha ignorando, mesmo quando o cenário externo não estava tão confortável. Agora, o global está andando, e não acompanhamos", acrescenta - nesta quinta-feira, o S&P 500 renovou máxima histórica de fechamento.
Aragão considera que os dados sobre a produção industrial de maio, na sexta, podem trazer algum alívio, na medida em que o mês tem se mostrado até aqui, nos indicadores já divulgados, positivo para a atividade econômica. "Mais para o fim de julho, começa nova temporada de balanços, o que ajuda, se tudo correr bem, a tirar o foco do político", conclui.
Com o novo pedido de impeachment do presidente Bolsonaro, desde quarta unindo oposição e ex-aliados, a percepção é de que a chave do governo vai se fechando na mão do Centrão, em particular do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que por enquanto não vê "materialidade" para levar adiante os pedidos de impedimento.
Rosa Weber, ministra do Supremo Tribunal Federal, encaminhou à Procuradoria Geral da República (PGR) pedido de investigação do presidente Bolsonaro e do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, referente ao suposto pedido de propina, denunciado na semana passada pelos irmãos Miranda na CPI da Covid. "O pedido foi noticiado às 11h, justamente o horário em que o Ibovespa iniciou processo de correção mais intenso e mergulhou dos 126.300 pontos para os 125 mil pontos", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, destacando, no curtíssimo prazo, correção do índice tendo como "primeiro alvo a faixa de 125 mil pontos e a principal, no último topo rompido em 122 mil pontos".
Na ponta negativa do Ibovespa nesta quinta-feira, destaque para setores com exposição à economia doméstica, como o de comércio e serviços, com Locaweb em baixa de 3,51%, Lojas Renner, de 3,17%, Totvs, de 3,16%, e Multiplan, de 3,11%. No lado oposto, BR Distribuidora (+7,20%), PetroRio (+5,39%), Rumo (+3,13%) e WEG (+1,66%).
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