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Economia

- Publicada em 07 de Junho de 2021 às 17:51

Juros sobem com realização de lucros, em meio a pessimismo fiscal e com inflação

Agência Estado
Os juros fecharam em alta, descolados da melhora dos demais ativos locais, com o mercado realizando parte dos lucros acumulados nas últimas sessões, nas quais houve perda de inclinação na curva. Nesta segunda-feira, as taxas subiram mais acentuadamente a partir dos vencimentos de 2023, refletindo tais ajustes em meio a novas revisões altistas para inflação e PIB, receios com o cenário fiscal e leve avanço no rendimento dos Treasuries, tendo ainda pela frente uma semana de agenda carregada para os mercados.
Os juros fecharam em alta, descolados da melhora dos demais ativos locais, com o mercado realizando parte dos lucros acumulados nas últimas sessões, nas quais houve perda de inclinação na curva. Nesta segunda-feira, as taxas subiram mais acentuadamente a partir dos vencimentos de 2023, refletindo tais ajustes em meio a novas revisões altistas para inflação e PIB, receios com o cenário fiscal e leve avanço no rendimento dos Treasuries, tendo ainda pela frente uma semana de agenda carregada para os mercados.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou em 5,11%, de 5,056% no ajuste anterior, enquanto a do DI para janeiro de 2023 subiu de 6,643% para 6,715%. O DI para janeiro de 2025 terminou a sessão regular com taxa de 7,79%, de 7,705%, e a do DI para janeiro de 2027 avançou de 8,244% para 8,32%.
O economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano, afirma que o mercado de juros vinha tentando uma realização de prêmios nas últimas sessões, mas o fluxo externo que derrubou o câmbio e incrementou os leilões do Tesouro acabou postergando uma correção, que veio nesta segunda-feira. "Vamos agora observar os dados da semana para ver como a curva se comporta", afirmou. Na terça, sai a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) e na quarta, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio.
Enquanto isso, o mercado segue revisando para cima as expectativas para a inflação e crescimento. A Pesquisa Focus mostrou salto na mediana para o IPCA em 2021, de 5,31% para 5,44%, ainda mais distante do teto da meta de inflação de 5,25%. Para 2022, a mediana atingiu 3,70%, de 3,68%. Nas contas do BTG Pactual, porém, a inflação do ano que vem vai a até 4% (ante 3,6% na previsão anterior).
"As perspectivas para a atividade econômica melhoram rapidamente e as expectativas de inflação aumentam sucessivamente. Somado a isso, os riscos advindos das tarifas de energia aumentaram devido aos baixos níveis dos reservatórios. Esses fatores devem elevar a inflação tanto em 2021 quanto em 2022", cita relatório do banco. Na Focus, a mediana para o PIB avançou de 3,96% para 4,36%, mas o BTG já vê a economia crescendo 5,3% este ano, de 4,3% na estimativa anterior.
Tais revisões mais a crise hídrica no horizonte reforçam as discussões sobre até onde vai o ajuste da Selic e se será mesmo parcial. Segundo Serrano, a curva projeta quase 100% de chance de aumento da Selic em 0,75 ponto porcentual no Copom da semana que vem, com possibilidade marginal de aumento de 1 ponto.
As máximas do dia foram alcançadas no começo da tarde, com o recrudescimento dos receios fiscais, relacionados ao programas assistenciais do governo, que, segundo apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), deve prorrogar o pagamento de auxílio emergencial por mais dois meses.
A ideia não agrada ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que havia rechaçado o pagamento para além das parcelas já previstas e defendeu a aprovação pelo Parlamento de um novo programa social, que substituirá o Bolsa Família. Há um temor no mercado de que, dada a proximidade do período eleitoral, o governo lance um programa de valor maior.
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