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Economia

- Publicada em 03 de Junho de 2021 às 20:01

Estoques maiores compensam queda de consumo e ajudam para a alta do PIB no País

Estoques são reforçados no começo do ano com a safra de grãos

Estoques são reforçados no começo do ano com a safra de grãos


WENDERSON ARAUJO/CNA/DIVULGAÇÃO/JC
O aumento de estoques contribuiu para a alta do PIB e compensou a fragilidade de indicadores como o consumo das famílias no primeiro trimestre. Sem esse acúmulo de bens, em setores como agropecuária e indústria, a economia poderia até ter recuado no período, indicam projeções de analistas.
O aumento de estoques contribuiu para a alta do PIB e compensou a fragilidade de indicadores como o consumo das famílias no primeiro trimestre. Sem esse acúmulo de bens, em setores como agropecuária e indústria, a economia poderia até ter recuado no período, indicam projeções de analistas.
De acordo com o IBGE, o PIB teve alta de 1,2% entre janeiro e março ante os três últimos meses de 2020. O impacto dos estoques no avanço do PIB, em termos percentuais, não é calculado pelo IBGE, mas analistas estimam o efeito com base em dados de oferta e demanda que compõem o levantamento.
Em relatório, Alberto Ramos, diretor do departamento de pesquisa econômica do Goldman Sachs para a América Latina, indicou que os estoques geraram acréscimo de 1,48 ponto percentual ao PIB entre janeiro e março, na comparação com os últimos três meses do ano passado. Por isso, Ramos aponta que, "sem a grande contribuição dos estoques, o PIB não teria crescido no trimestre".
Estoques costumam ser reforçados no começo do ano com o impacto da agropecuária, que foi beneficiada por nova safra recorde de soja. Segundo analistas, a recomposição também sinaliza que indústrias podem estar enfrentando menos obstáculos para obtenção de insumos do que no começo da pandemia. Com o início da crise sanitária, houve parada de fábricas em diferentes países, o que desalinhou cadeias produtivas diversas.
Pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostra avanço no estoque das fábricas nos últimos meses, após o setor registrar níveis considerados críticos em setembro e outubro de 2020. Segundo a entidade, os estoques efetivos chegaram, em abril, a patamar próximo daquele planejado por empresários.
"Sabemos que o problema de insumos ainda persiste em alguns setores. No começo da pandemia, foi necessário trabalhar com níveis mais baixos de estoque. Quando a recuperação da economia teve início, todo o mundo foi pego no contrapé. Virou uma bola de neve, e é necessário tempo para o ajuste", aponta o gerente de análise econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Cálculo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) também aponta recomposição de estoques no primeiro trimestre. Esse avanço, segundo a instituição, acrescentou 1,3 ponto porcentual ao desempenho do PIB, sob a ótica da demanda, ante o mesmo período do ano anterior. Nesse tipo de comparação, o PIB teve avanço de 1%, conforme o IBGE.
"Pode haver falta de estoque em setores específicos, mas parece que a situação melhorou em linhas gerais", relata o diretor de estudos e políticas macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Souza Júnior.
Na avaliação do economista Rafael Cagnin, do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), a recomposição de estoques traz quadro "mais confortável" para fábricas. Por outro lado, a própria fragilidade do consumo pode ter feito com que os bens em reserva ficassem em níveis mais elevados em alguns casos. "Uma parte pode ter sido recomposta porque a demanda vem fraquejando."
Segundo o IBGE, o consumo das famílias perdeu fôlego no primeiro trimestre. O indicador recuou 0,1% em relação aos três últimos meses de 2020.
Folhapress
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