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Economia

- Publicada em 21 de Maio de 2021 às 03:00

Pandemia faz com que 1,3 milhão de pessoas desistam de procurar emprego

Restrições a deslocamentos favoreceram a elevação do desalento

Restrições a deslocamentos favoreceram a elevação do desalento


/Marcello Casal/Agência Brasil/JC
Esse contingente passou a integrar o grupo de trabalhadores desalentados no país -profissionais que estão sem emprego e que desistiram de procurar novas vagas por acreditarem que não terão vez no mercado de trabalho. Na visão de economistas, o quadro reflete as dificuldades impostas pela pandemia à busca por trabalho. As estatísticas fazem parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) e consideram o período do trimestre encerrado em fevereiro de 2020 -antes, portanto, de o coronavírus se espalhar pelo Brasil- e o mesmo período de 2021.
Esse contingente passou a integrar o grupo de trabalhadores desalentados no país -profissionais que estão sem emprego e que desistiram de procurar novas vagas por acreditarem que não terão vez no mercado de trabalho. Na visão de economistas, o quadro reflete as dificuldades impostas pela pandemia à busca por trabalho. As estatísticas fazem parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) e consideram o período do trimestre encerrado em fevereiro de 2020 -antes, portanto, de o coronavírus se espalhar pelo Brasil- e o mesmo período de 2021.
Com esse acréscimo, o total de desalentados chegou a 5,952 milhões no trimestre encerrado em fevereiro, o maior da série histórica do IBGE, com dados desde 2012. Representa mais do que o dobro da população de Salvador, de 2,9 milhões de habitantes. Mesmo sem trabalho formal ou informal, o grupo não é considerado desempregado. É que, para as estatísticas oficiais, uma pessoa está desocupada quando segue em busca de recolocação profissional com ou sem carteira assinada. Isso não é feito pelos desalentados.
No trimestre até fevereiro, a população desempregada chegou a 14,4 milhões, outro recorde da série histórica. "A pandemia expulsou parte das pessoas do mercado de trabalho, e elas não conseguiram voltar", afirma o economista Hélio Zylberstajn, professor sênior da FEA-USP e coordenador do Projeto Salariômetro, da Fipe.
O pedagogo e educador físico Alexandre Cordeiro Figueira, 39, sentiu as dificuldades geradas pela Covid-19. Antes da pandemia, ele dava aulas de capoeira em escolas da rede privada e em projetos sociais em Porto Alegre. Com a chegada da crise sanitária, as atividades foram paralisadas em 2020, e o trabalho de Figueira ficou inviabilizado.
Ele diz que, no momento, não faz busca ativa por emprego, devido à escassez de oportunidades em sua área. Para recompor parte da renda, o morador da capital gaúcha chegou a participar de aulas online e fez bicos com o sogro no setor de construção civil, mas tudo de forma "bem espaçada" na pandemia.
"A situação está bem difícil. Não existe aquela busca por emprego com esperança", conta. "Desejo que a pandemia passe e tudo volte ao normal. A melhor coisa é o contato com as pessoas." Professor do Insper, o economista Sérgio Firpo ressalta que o quadro provoca uma "depreciação do capital humano". Segundo ele, além do fechamento de postos de trabalho, as restrições a deslocamentos também favorecem a alta do desalento.
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