Após quase 15 meses com operações suspensas, o setor de eventos comemora as flexibilizações regulamentadas pelo
novo decreto municipal, que adequa, a partir desta quarta-feira (19), a economia da Capital ao
Sistema 3As de controle estadual da pandemia. Com a consolidação dos protocolos próprios para o funcionamento de atividades em Porto Alegre, todas as modalidades de eventos passam a ser permitidas, assegurando a retomada de um segmento que gera milhares de empregos e movimenta o cenário social, cultural e de negócios da cidade.
As regras da Capital seguem o que determinaram os gestores da Região Covid 10 (R10), formada ainda pelos municípios de Cachoeirinha, Gravataí, Viamão, Alvorada e Glorinha, e foram elaboradas a partir de um amplo diálogo com os diferentes ramos econômicos. Aguardado desde segunda-feira (17), o decreto municipal permite avançar em pontos considerados fundamentais pelos profissionais de eventos, como ampliação da lotação máxima de pessoas nas casas de festa, noturnas e de espetáculos, e adequação do distanciamento do público nos locais, de forma a viabilizar financeiramente a realização de festas, shows e feiras corporativas- o que até então vinha sendo buscado pela categoria junto ao Estado.
"Depois de 15 meses, nenhum segmento de eventos vai ficar fechado, isso é o mais importante a se comemorar. Temos muito a adequar, de acordo com o andamento da pandemia e o comportamento das pessoas, mas é um desafio que foi construído a partir de diálogo com entidades, prefeitura e governo, e todos estão de acordo que será preciso um empenho conjunto", afirma a presidente do Porto Alegre e Região Metropolitana Convention e Visitors Bureau (POACVB), Adriane Hilbig.
Ela lembra que o setor de eventos já estava bem preparado para a retomada e capacitado desde a realização dos
eventos-teste do ano passado, que aplicaram na prática os principais protocolos a serem seguidos e prepararam previamente os profissionais para este momento. "O governo do Estado fez um regramento geral e abriu possibilidade aos municípios de flexibilizarem de acordo com suas necessidades, e isso é muito importante para nós, principalmente porque grande volume de negócios e eventos estão concentrados na Capital", comenta.
A dirigente estima que os próximos dias já possam ser de reabertura para casas de festas e eventos sociais pré-agendados e que aguardavam liberação, como aniversários e casamentos, mas estima que feiras corporativas, shows e espetáculos, que exigem amplo planejamento, sejam retomados a partir de junho. Para tanto, alerta que será cobrado dos profissionais e público rigor no cumprimento de todos os protocolos. "É esse comprometimento que vai nos garantir a permanência da abertura", diz Adriane.
Janaina Bercht, proprietária da casa de festas Kids Choice e representante do segmento em Porto Alegre, destaca que a expectativa pela reabertura dos eventos infantis era grande. Ela avalia que o decreto municipal efetivamente torna viável a retomada do setor, pois além dos protocolos de saúde e segurança, contempla teto de ocupação compatível com a metragem de cada casa de festas. "Recebemos as flexibilizações com muita alegria. As casas de festas devidamente constituídas e com protocolos e controles efetivos de saúde e segurança estavam sendo absurdamente prejudicadas financeiramente. Afinal restaurantes, parques e escolas já estavam liberados, e o nosso segmento é praticamente o somatório desses três setores", enfatiza.
Presidente da Associação Gaúcha de Empresas e Profissionais de Eventos (Agepes), Claudia Fattore, reforça que o momento será de sensibilizar os colegas para a manutenção de todos protocolos com rigor. "Não queremos nenhum revés", ressalta. Ela destaca ainda a importância do diálogo que deu margem à flexibilização municipal, e diz que o setor ainda buscará novos avanços junto à prefeitura, como a abertura de pista de dança em eventos e ampliação de público em festas sociais, limitado a 150 pessoas.
Representante do Grupo Live Marketing RS, que congrega mais de 340 empresas de eventos e foi um dos precursores do movimento de consolidação de protocolos para o setor, Eliana Azevedo avalia que as áreas de eventos corporativos e festas infantis foram bem contempladas no decreto, mas ressalta que ainda há a necessidade de promover arranjo para melhor viabilizar shows, festas e permitir música ao vivo. "Nosso pessoal começa a enxergar uma luz no fim do túnel", reforça.
Nesse sentido, a ampliação das permissões já foi tema de reunião, na tarde desta quarta-feira, entre os representantes do setor e o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Porto Alegre, Rodrigo Lorenzoni.
Veja aqui os protocolos para o funcionamento do setor de eventos.