Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Varejo

- Publicada em 06 de Maio de 2021 às 10:39

Pandemia encarece medicamentos e faz sumirem produtos das farmácias

Segundo Abrafarma, custos de produção e frete estão pressionando o setor

Segundo Abrafarma, custos de produção e frete estão pressionando o setor


JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
A pandemia de Covid-19 está levando ao sumiço de diversos medicamentos mais baratos das prateleiras das farmácias brasileiras. O motivo não um consumo mais elevado de remédios por causa de doenças, mas o custo mais alto de produção e a falta de insumos no mercado para fabricação, alerta o presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sergio Mena Barreto.
A pandemia de Covid-19 está levando ao sumiço de diversos medicamentos mais baratos das prateleiras das farmácias brasileiras. O motivo não um consumo mais elevado de remédios por causa de doenças, mas o custo mais alto de produção e a falta de insumos no mercado para fabricação, alerta o presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sergio Mena Barreto.
“O ano passado foi uma tragédia para o setor de medicamentos, que depende muito do comércio internacional”, “explica Barreto. “Cerca de 90% dos princípios ativos de medicamentos vêm de fora do Brasil. Com a pandemia prejudicando a produção e a maior competição por insumos entre os países, os princípios ativos começaram a ser mais buscados e subiram os preços. O frete aumentou 14 vezes, ao passo que o dólar, que estava na casa de R$ 4,00, hoje está em R$ 5,60, o que também afeta”, afirma.
Segundo o dirigente da Abrafarma, setor de medicamentos vem sofrendo uma pressão de custos enorme. “Se antes tínhamos muitos genéricos do mesmo produto, temos percebido que alguns deixaram de ser fabricados, principalmente os mais baratos, pelo problema do câmbio e aumento dos custos””, comenta.
Em abril deste ano, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) autorizou o aumento de até 10,08% no preço dos remédios, maior alta desde 2016. O percentual de aumento é definido por meio de uma fórmula que leva em conta a variação da inflação - medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) -, ganhos de produtividade das fabricantes de medicamentos, variação dos custos dos insumos e características de mercado. De março de 2020 a fevereiro de 2021, o IPCA acumulou alta de 5,20%.
“Os fabricantes de remédios estão passando por um problema gravíssimo de aumento de custos, de alta demanda e baixa de oferta de recursos. Estamos em uma guerra de supply chain para não faltar produto, para oferecer alternativas aos clientes e para que os tratamentos não parem”, afirma Barreto.
Mas o presidente da Abrafarma destacou que os preços dos medicamentos também sofrem pressão pela carga fiscal imposta a esses produtos. “De cada R$ 100,00 cobrados por um medicamento, R$ 36,00 são impostos”, informou.
A Abrafarma representa 26 redes de farmácias de todo o Brasil, com um total de 8.364 lojas. Segundo Barreto, as empresas filiadas à entidade respondem por 43,5% do mercado farmacêutico brasileiro, que soma R$ 139,4 bilhões. Nas cidades com mais de um milhão de habitantes, as redes da Abrafarma respondem por 61,5% do varejo do setor.
No ano passado, as empresas associadas à entidade alcançaram um faturamento R$ 58,1 bilhões, o que representa um crescimento de 8,8% ante 2019, com uma margem de lucro média de 2,5%. O número de atendimentos em suas lojas no período (888 milhões) foi recorde. Segundo a entidade, as redes ligadas à Abrafarma empregam 82 mil pessoas.

Entidade quer expandir papel das farmácias no sistema de saúde

Em celebração aos 30 anos da entidade, comemorados neste ano, a Abrafarma lançou a campanha “Movidos pela saúde”, que tem como objetivo aumentar a atuação das farmácias na promoção de bem estar dos brasileiros, assim como seu novo portal (www.abrafarma.com.br).
O presidente da entidade lembra que as farmácias brasileiras funcionam também como lojas de conveniência e centros de prestação de serviços de saúde, como aplicação de vacinas e realização de exames, como de câncer de próstata, diabetes, hipertensão e colesterol. “Cerca de 70% dos brasileiros não fazem check-up. As farmácias podem ser uma solução popular para identificação de riscos que podem ser tratados depois pelo sistema de saúde”, afirmou.
Segundo Barreto, no auge da pandemia da Covid-19, as farmácias da Abrafarma realizaram 350 mil testes por semana em todo o País. Agora, a Abrafarma quer expandir para o todo o Brasil a vacinação contra a Covid-19 nas lojas, que já acontece em algumas redes em cidades como Porto Alegre e São Paulo. A entidade está para lançar um projeto de aplicativo que permite agendar vacinação nas farmácias mais próximas do usuário. “Dessa forma ele pode evitar filas e aglomerações, e organizar seu tempo para tomar a imunização”, afirma o presidente da entidade.