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Economia

- Publicada em 24 de Abril de 2021 às 13:08

Bolsa brasileira bate a de países vizinhos na última década

Desempenho do Ibovespa em comparação ao de indicadores do continente faz parte de um um levantamento da Economatica

Desempenho do Ibovespa em comparação ao de indicadores do continente faz parte de um um levantamento da Economatica


Miguel Schincariol/AFP/JC
Quem entrou na Bolsa brasileira nos últimos dez anos sentiu muita oscilação, o que é da natureza do mercado de renda variável. No entanto, o investidor que suportou o sobe e desce das cotações conseguiu rentabilidade real, descontada a inflação, superior à obtida nos mercados latino-americanos e, em alguns períodos, até acima dos índices das Bolsas dos EUA.
Quem entrou na Bolsa brasileira nos últimos dez anos sentiu muita oscilação, o que é da natureza do mercado de renda variável. No entanto, o investidor que suportou o sobe e desce das cotações conseguiu rentabilidade real, descontada a inflação, superior à obtida nos mercados latino-americanos e, em alguns períodos, até acima dos índices das Bolsas dos EUA.
O desempenho do Ibovespa em comparação ao de indicadores de Bolsas do continente faz parte de um um levantamento da Economatica. O cálculo é feito com base na rentabilidade dos índices, descontada a inflação respectiva de cada país.
O melhor desempenho ocorreu no acumulado dos cinco anos encerrados em 20 de abril. Nesse caso, o Ibovespa teve rentabilidade real (descontada a inflação) de 81,9%, ficando atrás apenas do Nasdaq Composite, da Bolsa de tecnologia de Nova York, que teve rentabilidade de 150,5%.
Os índices americanos S&P 500 e Dow Jones registraram ganhos de 76,8% e 68%, respectivamente.
Segundo o gerente de relação institucional e comercial da Economatica, Einar Rivero, o Ibovespa tem demonstrado bom desempenho ante seus pares latinos nos últimos dez anos.
"Mesmo nas janelas de três e dez anos, quando o Ibovespa perde em rentabilidade para todos os índices americanos, ele ainda supera México, Chile, Colômbia, Peru e Argentina. É relevante mostrar que a Bolsa está indo mal neste ano, convertido em dólar ou não, mas é preciso lembrar que são apenas quatro meses", afirmou Rivero.
Na comparação de 12 meses até 20 de abril, o Ibovespa acumulou uma rentabilidade real de 43,3%, novamente superando Dow Jones (39,4%) e S&P 500 (42,7%), além de todos os seus pares latinos.
Nos últimos três anos, a rentabilidade real da Bolsa brasileira foi de 22,4% -atrás dos índices americanos, que renderam 30,3% (Dow Jones), 45,9% (S&P 500) e 81,8% (Nasdaq).
O mesmo acontece no período de dez anos, quando o ganho de poder aquisitivo da Bolsa brasileira foi de apenas 3,3%, ante 129,1% do Dow Jones, 162,2% do S&P 500 e 315% do Nasdaq Composite.
A largada neste 2021 já mostra que a nova década vai exigir sangue-frio de quem está disposto ao risco dos mercado.
Nos primeiros quatro meses deste ano, o índice acionário brasileiro registra uma perda real de 1,2%, ante ganhos reais de 8,7% do Dow Jones, 8,3% do S&P 500 e de 5,2% do Nasdaq Composite. No período, o Ibovespa ainda está acima dos índices do Peru (-9,6%), da Argentina (-19%) e da Colômbia (-10,2%), mas também perde para México (7,6%) e Chile (17,2%).
Segundo Rivero, o indicador acionário brasileiro reflete aspectos domésticos e internacionais: "Sabemos que nos últimos quatro meses tivemos problemas referentes à nova onda do coronavírus no país e na atuação do governo no combate à doença. Mas, mesmo se observarmos nos últimos 12 meses, houve uma recuperação do poder aquisitivo do investidor brasileiro em relação ao fundo do poço que vimos em março do ano passado".
O fundo do poço ao qual Rivero se refere é 23 de março de 2020, momento em que o Ibovespa atingiu os 63 mil pontos - pior patamar desde julho de 2017. O movimento já seguia a toada das últimas semanas: entre 9 e 13 de março, por exemplo, a B3 chegou a acionar o circuit breaker quatro vezes.
O mecanismo de circuit breaker interrompe as negociações na Bolsa de Valores quando a queda do índice Ibovespa supera 10%. Durante a interrupção, não há possibilidade de fechamento de negócios com ativos, derivativos e títulos de renda fixa privada.
Segundo analistas, os principais fatores domésticos que têm influenciado o Ibovespa principalmente no último mês dizem respeito às incertezas em torno do cenário fiscal, sanitário e político.
O cenário para 2021, permanece instável. Do lado fiscal, os investidores mantinham - e ainda mantêm - o radar na sanção do Orçamento.
Bolsonaro viveu um impasse: ou sancionava o Orçamento e corria risco de uma acusação por crime de responsabilidade ou vetava ao menos parcialmente o trecho e desagrava ao Congresso.
A decisão veio apenas na quinta (22), quando Bolsonaro sancionou o projeto aprovado pelo Congresso. Do lado sanitário, ainda preocupa a lentidão do programa de vacinação brasileiro, essencial para a retomada. No âmbito político, os investidores se preparam para acompanhar desenrolar da CPI da Covid.
A curto prazo, o cenário ainda é de incerteza e instabilidade para os investidores que estão na Bolsa brasileira, que fechou esta sexta (23) em alta de 0,97%, aos 120.530 pontos.
Folhapress
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