Depois de um mais de um ano de impactos de restrições de medidas na pandemia, a economia gaúcha começa a mostrar maior fôlego frente ao período inicial da crise sanitária. Dados da Receita Estadual com base em emissão de notas fiscais eletrônicas reforçam o quadro, mesmo após as oscilações no mês passado, que teve novos fechamentos de ativiades não essenciais, semelhante ao que foi adotado no mesmo mês de 2020.
A arrecadação de ICMS teve alta de 9,5%, somando R$ 3,36 bilhões, em relação a março de 2020. É o oitavo mês de aumento. No ano, a receita principal do governo estadual chega a R$ 10,4 bilhões, 5,1% acima dos primeiro trimestre do ano passado.
A emissão de notas eletrônicas cresce pelo décimo mês consecutivo, com alta de 31,8% em março, "melhor índice mensal desde o início das análises, corrigido pelo IPCA", diz a equipe da Receita Estadual. O boletim passou a ser emitido no começo da pandemia, desde meados de março. A indústria puxou o desempenho com alta de 39%.
Dez segmentos apresentaram variação positiva, com os melhores números nos setores de metalmecânico (92,8%), polímeros (78,4%) e móveis e materiais de construção (31,5%). Já as maiores quedas foram em calçados e vestuário (-24,8%), bebidas (-22,1%) e combustíveis e lubrificantes (-13,6%).
O atacado teve alta de 32,3% e o varejo, de 17,5%. De 16 de março de 2020 a 31 de março de 2021, indústria, atacado e varejo ostentam altas acumuladas de 11,3%, 6,5% e 0,2%, respectivamente. "Essa também é a primeira vez que as três atividades computam variações positivas acumuladas ao final de um mês", destaca a Receita Estadual.
O setor de combustível ainda aponta dificuldades de vendas da gasolina. A comercialização registrada em notas eletrônicas teve leve alta de 0,8%, foi o meljor desempenho em 12 meses, atrás apenas de 0,9% de outubro. Já a venda de diesel S-10 teve alta de 26,6%.
O destaque foi dado ao preço recorde do litro da gasolina comum, que atingiu R$ 5,66 em 31 de março passado. Foi o maior valor desde o começo de 2020. Em fim de janeiro do ano passado, o litro valia R$ 4,79, depois passou a R$ 4,62, em 16 de março, e desceu a R$ 3,81 no auge dos impactos das restrições, em maio.