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Economia

- Publicada em 06 de Abril de 2021 às 18:30

Juros sobem na contramão da queda do dólar e do rendimento dos Treasuries

Agência Estado
Os juros fecharam a sessão regular em alta, a despeito da forte queda no rendimento dos Treasuries longos e do dólar ante o real. Mesmo quando atingiram as mínimas, à tarde, nem o yield da T-Note de dez anos em 1,65% nem a moeda americana a R$ 5,5772 foram capazes de aliviar prêmios na curva. O Orçamento 2021 virou o grande "bode na sala" e a cada dia que se passa sem uma solução que o torne exequível, e que contemple demandas legais e políticas, aumenta o desconforto do mercado em ficar vendido em taxas.
Os juros fecharam a sessão regular em alta, a despeito da forte queda no rendimento dos Treasuries longos e do dólar ante o real. Mesmo quando atingiram as mínimas, à tarde, nem o yield da T-Note de dez anos em 1,65% nem a moeda americana a R$ 5,5772 foram capazes de aliviar prêmios na curva. O Orçamento 2021 virou o grande "bode na sala" e a cada dia que se passa sem uma solução que o torne exequível, e que contemple demandas legais e políticas, aumenta o desconforto do mercado em ficar vendido em taxas.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou com taxa de 4,645%, de 4,616% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2025 fechou em 8,23%, de 8,166% na segunda-feira. A do DI para janeiro de 2027 subiu de 8,784% para 8,85%.
"Temos IPCA nesta semana e continuamos sem solução para a questão do Orçamento", resumiu Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho, ao explicar a resistência das taxas em acompanhar a melhora nos demais ativos. O texto aprovado pelo Congresso foi maquiado com subestimação de despesas obrigatórias para a acomodação de emendas parlamentares e tem de ser alterado sob risco de questionamentos jurídicos.
Para Paulo Nepomuceno, operador de renda fixa da Terra Investimentos, a curva só se beneficiaria da influência do dólar e da T-Note caso o Orçamento estivesse resolvido. "O tempo está correndo contra, está se aproximando o deadline e o mercado não quer pagar para ver", disse.
O presidente da República tem até o dia 22 de abril para sancionar o texto. "A coalizão com o Centrão é recente, não sabemos como será o toma-lá-dá-cá para se achar uma saída. Com Bolsonaro fragilizado, a tendência é esticarem a corda até o limite", avaliou.
Não por acaso, em suas apresentações, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vem destacando os riscos do cenário fiscal embutidos na precificação dos ativos. Nesta terça, citou que as polêmicas sobre o Orçamento causaram ruídos e a solução precisa ser melhor comunicada pelo governo e o Congresso. "A explicação sobre o Orçamento não foi boa o suficiente. As pessoas esperavam uma explicação mais clara e mais simples, que o ministro Paulo Guedes já começou a fazer. As incertezas em relação ao Orçamento aumentaram o prêmio de risco e precisamos remover isso, o que acredito que seja algo fácil de fazer", afirmou, em participação em evento do Itaú.
Boas notícias do dia em relação à pandemia também não conseguiram produzir efeito na curva. Entre elas, a de que Brasil passará a aplicar mais uma vacina contra a covid-19, a russa Sputnik, após remoção de entraves regulatórios. Guedes voltou a dizer nesta terça que política fiscal mais importante no momento é a vacinação.
Na gestão da dívida pública, o Tesouro elevou a oferta de NTN-B no leilão desta semana a 2,750 milhões de títulos, ante 1,8 milhão na operação anterior. O lote foi vendido integralmente e mais concentrado no vencimento curto (1,250 milhão na NTN-B 2026).
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