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Economia

- Publicada em 01 de Abril de 2021 às 09:58

Segunda Páscoa da Covid-19 quebra turismo no Rio Grande do Sul

Prefeituras da serra gaúcha decidiram manter a programação das festas de Páscoa

Prefeituras da serra gaúcha decidiram manter a programação das festas de Páscoa


Cleiton Thiele/DIVULGAÇÃO/CIDADES
Uma das datas mais importantes para o turismo da região serrana do Rio Grande do Sul, perdendo apenas para o Natal, a segunda Páscoa afetada pela pandemia vai reduzir a movimentação de visitantes em cidades como Gramado, Canela, Nova Petrópolis e São Francisco de Paula. Muitas lojas de chocolate e parques temáticos nesses destinos fecharam.
Uma das datas mais importantes para o turismo da região serrana do Rio Grande do Sul, perdendo apenas para o Natal, a segunda Páscoa afetada pela pandemia vai reduzir a movimentação de visitantes em cidades como Gramado, Canela, Nova Petrópolis e São Francisco de Paula. Muitas lojas de chocolate e parques temáticos nesses destinos fecharam.
O Rio Grande do Sul vive crise na rede de saúde. A capital, Porto Alegre, enfrenta lotação máxima em todas as suas UTIs e há cenas de pacientes nos corredores, de pé e ao lado de cilindros de oxigênio devido à lotação, caso do Hospital da Restinga e do Extremo Sul.
Mesmo assim, prefeituras da serra gaúcha decidiram manter a programação das festas de Páscoa, que começaram na sexta-feira (26) e se estendem até 2 de maio. A maioria das agendas inclui atividades virtuais, mas, em Canela, foram mantidas duas carreatas - chamadas de "paradinhas" - diárias nas sextas e sábados, com personagens característicos da data.
A projeção da Amserra (Associação dos Municípios de Turismo da Serra) se baseia no cancelamento de pacotes de turismo desde que entrou em vigor no estado o protocolo da bandeira preta (risco altíssimo de contaminação), em 8 de março.
Os hotéis da região da serra gaúcha, segundo a projeção, devem ter ocupação de, no máximo, 15%.
"A decisão de manter a programação de Páscoa foi coletiva, mas cada cidade se organizou à sua maneira. Não estamos incentivando aglomerações, pelo contrário. Nosso carro de som vai reforçar os cuidados para evitar o vírus", disse o secretário de Turismo de Canela, Ângelo Sanches Thurler.
Segundo estima Thurler, o número de desempregados já chega a 15 mil pessoas na região serrana devido às restrições sanitárias.
A aposta é que moradores do próprio Rio Grande do Sul passem o dia nas cidades serranas durante as festividades de Páscoa. Mesmo assim, a decoração das ruas, que atrai turistas de todo o país, será mantida tanto em Canela quanto em Gramado.
Mas parques temáticos e demais atrativos seguem fechados ao público. Na terça-feira (23), carreatas em várias cidades turísticas da região pediram ao governo do Estado novas medidas que amenizem as perdas.
Os comerciantes querem estender o funcionamento dos restaurantes pelo menos até as 22h, além de garantir o funcionamento nos finais de semana. Pelo atual protocolo aplicado na região, os restaurantes só podem funcionar até 18h nos dias de semana e, aos sábados e domingos, devem permanecer fechados.
"Nenhum turista janta às cinco da tarde", ironizou o secretário-executivo da CDL de Gramado, Rudimar Freitag. Ele disse que os empresários adotam rigorosamente os protocolos de segurança e que os empregados não pegam Covid no trabalho. "Pegam na balada ou quando vão para a praia", disse.
As prefeituras também querem a abertura do comércio não essencial em todos os dias da semana, especialmente das lojas que vendem chocolate. "Sábados e domingos são essenciais para o comércio local. A Páscoa é o momento do urso comer para hibernar no resto do ano", comparou Freitag. Também pressionam para que o governo autorize eventos públicos com até 300 pessoas.
Só em Gramado existem 20 indústrias e 50 lojas de chocolate. A maioria das lojas está fechada, mesmo que o protocolo permita a abertura de segunda a sexta até 18h. Os 25 parques temáticos de Gramado, que oferecem desde neve artificial até consumo irrestrito de chocolate, também estão sem funcionar há cinco semanas. A mesma situação ocorre nos 16 parques de Canela.
Uma das maiores fábricas de chocolate de Gramado precisou alterar sua estratégia para sobreviver. "Cerca de 75% da nossa produção de Páscoa era direcionada para Gramado, mas, este ano, vamos limitar a pouco mais de 20%. O resto será vendido por comércio eletrônico e em lojas parceiras", disse Maurício Brock, diretor da Prawer. Três das quatro lojas da indústria na cidade estão fechadas.
"Ninguém está aguentando mais. Não acredito em desobediência civil, mas esperamos que no fim de semana de Páscoa possa haver uma nova perspectiva para nós", disse a secretária de Turismo de Gramado, Rosa Helena Volk.
Segundo ela, o fluxo de turistas caiu de 9,5 milhões de visitas únicas à cidade em 2019 para 3 milhões em 2020. "Estamos muito preparados para receber turistas em segurança", completou Volk.
Devido às restrições, a prefeitura de Nova Petrópolis decidiu cancelar a programação da festa Magia da Páscoa. As prefeituras ligadas à Amserra já enviaram um dossiê ao governador Eduardo Leite (PSDB) listando os prejuízos e as reivindicações do setor. Ele, no entanto, já sinalizou que deve manter o rigor nos protocolos de distanciamento até depois da Páscoa.
Prefeitos e representantes da Serra ainda se reuniram, nessa quarta-feira (31), com o governo estadual para debater as restrições. Foram apresentadas demandas e sugestões com esperança de obter algum tipo de abertura já para o feriadão de Páscoa.
No dia 24 de março, Leite reforçou que o sistema bancário gaúcho já transferiu R$ 44,7 milhões para empresas locais de turismo, especialmente hotéis e pousadas. O setor de eventos e cultura, ainda segundo o governador, recebeu financiamentos de R$ 13,5 milhões. "O sistema financeiro está com dinheiro disponível para apoiar as empresas, em especial as pequenas", disse.
Folhapress
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