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energia

- Publicada em 19 de Março de 2021 às 03:00

Novo marco do gás pode destravar R$ 380 bilhões

Expectativa é ingresso de novos player favoreça a chegada de mais investimentos

Expectativa é ingresso de novos player favoreça a chegada de mais investimentos


AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO/JC
A aprovação do novo marco regulatório de gás permitirá a entrada de novos competidores, ajudará a atrair investimentos para o setor e a diminuir custos para indústria e consumidores, na avaliação de entidades empresariais e especialistas. A lei foi aprovada na madrugada de quarta-feira, 17, e segue para a sanção do presidente Jair Bolsonaro.
A aprovação do novo marco regulatório de gás permitirá a entrada de novos competidores, ajudará a atrair investimentos para o setor e a diminuir custos para indústria e consumidores, na avaliação de entidades empresariais e especialistas. A lei foi aprovada na madrugada de quarta-feira, 17, e segue para a sanção do presidente Jair Bolsonaro.
Cálculos do economista e sócio fundador da Inter.B Consultoria, Cláudio Frischtak, indicam um potencial de R$ 381 bilhões em investimentos no País nos próximos dez anos. A conta inclui aportes em infraestrutura e em projetos industriais em vários setores, impulsionados pela queda do preço do gás a reboque das novas regras.
"Há estimativas de que uma redução dos preços de gás natural entre 33% e 55% fomentaria investimentos da ordem de US$ 60 bilhões (R$339 bilhões) em projetos industriais nos setores de siderurgia, pelotização de minério de ferro, alumínio, química, cerâmica, vidro, papel e celulose", afirma Frischtak. Na área de infraestrutura, o estudo considera os cálculos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que estima investimentos de R$ 42,1 bilhões em 13 projetos, em áreas como escoamento, transporte e regaseificação.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor tem potencial para se tornar um grande consumidor de gás natural, com a possibilidade de triplicar a demanda em uma década em um cenário de queda dos preços pela metade. "A abertura do mercado à competição e a queda do preço do gás natural de forma consistente são cruciais para o País superar a grave crise provocada pela Covid-19", afirmou, em nota, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Entre os destaques das mudanças aprovadas no Congresso, que ainda serão regulamentadas, estão o acesso à infraestrutura essencial por agentes de mercado, como gasodutos, unidades de compressão e terminais de importação de Gás Natural Liquefeito; o estabelecimento de um regime único de autorização para construção de gasodutos de transporte (antes era concessão); e regras tarifárias para contratação de serviços, que serão alvo de consultas públicas.
Outros pontos da lei já foram em parte adotados, como o modelo de entrada e saída, em que as empresas podem contratar a capacidade de injeção (entrada) e retirada de gás (saída) dos gasodutos, sob coordenação da ANP.
Para os governos, a nova lei também trará vantagens, com potencial de permitir uma arrecadação adicional de royalties (estimada em cerca de R$ 2 bilhões por ano) e de ICMS nos Estados (R$ 5 bilhões por ano), informou a EPE, que também enxerga um potencial de geração de 33 mil empregos nos próximos 10 anos.
Além da indústria, Frischtak, da Inter B. Consultoria, estima um impacto positivo no preço do gás de cozinha. Segundo o economista, a abertura do mercado tem potencial para uma redução de 20% a 30% nos valores do produto, com enorme impacto no bem-estar das famílias mais pobres. "O texto aprovado reduz barreiras regulatórias e técnicas que inibem a competição", afirma Frischtak.

Shell recebe autorização para importar grande volume de GNL

O Ministério de Minas e Energia autorizou a Shell Energy do Brasil Gás a exercer a atividade de importador de Gás Natural Liquefeito (GNL) até o limite de 36,5 milhões de metros cúbicos, com entrega prevista para o Terminal de Regaseificação da Baía de Todos os Santos, na Bahia.
"A presente autorização terá validade até 31 de março de 2024, e limita-se exclusivamente à importação de Gás Natural na forma Liquefeita", informa a autorização publicada nesta quarta-feira, 17, no Diário Oficial da União (DOU).
A Shell terá que apresentar à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), até o dia 25 de cada mês, relatório detalhado sobre as operações de importação realizadas no mês imediatamente anterior. O GNL deverá atender térmicas, distribuidoras de gás e consumidores livres.