As exportações da indústria do Rio Grande do Sul registraram em fevereiro um aumento de 12,1% em relação ao mesmo mês em 2020. A alta é a terceira consecutiva, confirmando tendência de retomada de crescimento desde dezembro. No primeiro bimestre deste ano, o total já chega a 1,7 bilhão, um aumento de 8,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).
De acordo com comunicado da entidade, o resultado traz um sinal positivo, mas que deve ser visto com cautela. “Ainda estamos distantes da recuperação plena, a julgar pelo resultado da maioria dos nossos setores exportadores, mas já é um bom indicativo. Preocupa, porém, o recrudescimento da pandemia no Brasil e a ameaça de novas restrições que podem afetar não somente a produção, como também as cadeias de fornecimento de insumos e matérias-primas”, afirma o presidente da Fiergs, Gilberto Petry.
O setor de alimentos teve a maior alta em fevereiro, registrando um crescimento de 68,7%, o maior desde 2009, chegando a US$ 137,8 milhões. Dentre os motivos estão a alta demanda chinesa por proteínas chegando a US$ 13 milhões e a antecipação de exportações de farelo de soja para a França e Coreia do Sul, que acrescentaram US$ 33,2 milhões e US$ 28,5 milhões ao total, respectivamente. Outros setores que apresentaram alta em comparação ao mesmo período de 2020 foram produtos de metal (30,5%), por alta demanda dos Estados Unidos e da Argentina, e produtos químicos (16,8%), por conta das vendas para o Chile, Argentina, China e Taiwan.
As exportações para a China, principal parceira comercial do Estado, teve um aumento de 0,4%. A queda da agricultura, um resultado US$ 33 milhões menor, foi compensada pela alta no valor da exportação de alimentos (US$ 13 milhões) e tabaco (US$ 21,3 milhões). As vendas para os Estados Unidos, segundo maior comprador, aumentaram 6,8% influenciadas pelas altas de celulose, papel e produtos de metal. Já os embarques para a Argentina caíram 11% por conta da baixa na exportação de veículos.
Na ponta inferior, o setor de máquinas e equipamentos perdeu 33,1% do valor de exportação, uma redução de U$$ 33 milhões, e veículos automotores (-29,2%, totalizando -US$ 20,9 milhões). Segundo a entidade, as quedas se explicam pela elevada base de comparação de embarques antecipados para Cingapura no ano passado no primeiro caso, e a fraca demanda argentina no segundo.
As importações também aumentaram, com o Rio Grande do Sul adquirindo US$ 551,6 milhões em mercadorias, número 21,5% maior em relação ao mesmo mês do ano passado. No bimestre de 2021, as importações já totalizam US$ 1,2 bilhão.