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Economia

- Publicada em 10 de Março de 2021 às 13:36

Fabricação de máquinas e implementos avança 56% e puxa alta da indústria no RS

Rio Grande do Sul se destaca no fornecimento nacional de máquinas e implementos para o setor

Rio Grande do Sul se destaca no fornecimento nacional de máquinas e implementos para o setor


WENDERSON ARAUJO/CNA/DIVULGAÇÃO/JC
Thiago Copetti
A produção industrial do Rio Grande do Sul cresceu 9,8% em janeiro deste ano na comparação com o mesmo período de 2020 – antes, portanto, da pandemia. De acordo com dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira (10), a expansão foi acima da média nacional (2%) indicada na Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física. O principal motor desta alta foi um impressionante avanço no segmento de fabricação de máquinas e implementos, que chegou a disparar 56% no primeiro mês deste ano.
A produção industrial do Rio Grande do Sul cresceu 9,8% em janeiro deste ano na comparação com o mesmo período de 2020 – antes, portanto, da pandemia. De acordo com dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira (10), a expansão foi acima da média nacional (2%) indicada na Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física. O principal motor desta alta foi um impressionante avanço no segmento de fabricação de máquinas e implementos, que chegou a disparar 56% no primeiro mês deste ano.
O avanço do segmento neste início de ano está significativamente ligado ao agronegócio, e em boa parte, a demandas reprimidas de 2020. O Estado também foi destaque em relação à média móvel trimestral entre os quinze pesquisados pelo IBGE, com o Rio Grande do Sul liderando o incremento no período. A recuperação nas linhas de produção gaúchas no acumulado de novembro, dezembro e janeiro foi de 2,5%, a frente de Santa Catarina (2,0%), Paraná (1,8%), Ceará (1,7%) e São Paulo (1,2%), por exemplo.
No Rio Grande do Sul também contou pontos em janeiro a fabricação de celulose, papel e produtos de papel (17,3%), produtos de borracha e de material plástico (16%), produtos de metal diversos (27,3%) e químicos (24,3%). Economista-chefe da Fiergs, André Nunes, explica que é necessário, porém, levar em conta diferentes aspectos desta alta. Um deles é que este crescimento está ligado ao agronegócio, que praticamente não foi afetado pela pandemia, e que temos a partir do Rio Grande do Sul fornecimento nacional de itens como bombas hidráulicas, máquinas para colheita e tratores e equipamentos de irrigação. E isto se soma a outros segmentos com bom desempenho, como de produtos de metal e químicos.
“Há uma boa contribuição da venda e exportação de armas pistolas por conta da Taurus. Além de utensílios domésticos e para ferragens, móveis e ferramentas como pinças e alicates, que produzimos aqui e atendemos um mercado nacional crescente”, acrescenta Nunes.
Na área de químicos houve expansão da produção de polipropileno pela Braskem, fornecedora de insumos que atendem a produção brasileira no setor de plásticos e embalagens. Esses indicadores elevados, no entanto, apenas supririam agora compras não feitas - e produção não realizada - em boa parte de 2020. E também seria rescaldo de incentivos federais a empresas para equilibrar os danos do fechamento da economia – já sem a mesma força no momento atual.
“Os estoques estão abaixo do planejado pela indústria. O trabalho é de reposição. No comércio e no setor de serviços não há determinados produtos, tamanhos ou linhas. É como uma mola, que foi pressionada contra o solo em 2020 e agora foi solta”, compara Nunes.
Com novo agravamento da crise sanitária, e econômica, o economista não espera ver os dados positivos seguirem nestes mesmos patamares em fevereiro e março. As novas restrições no comércio e na produção tendem pressionar para baixo os índices do primeiro trimestre de 2021. Ainda que a produção industrial já some nove meses consecutivos de expansão.
Temos um crescimento de 74% se considerarmos o fundo do buraco, que para a indústria foi em abril de 2020. Estamos produzindo 10% acima do patamar de janeiro do ano passado. Mas existe um vale no meio do caminho que ainda é preciso recuperar”, compara o economista da Fiergs.
Bernardo Almeida do Rio, coordenador da pesquisa do IBGE, reforça o peso do agronegócio na recuperação da indústria gaúcha. E destaca que dos 56% de alta no segmento de máquinas e implementos, 31,56% tem origem em itens destinados ao campo. Mas Almeida também pondera que a comparação geral com janeiro de 2020 seria baixa, devido a uma conjuntura política e econômica não muito favorável desde antes da pandemia, com ritmo de produção menor e cautela na tomada de decisões e na produtividade.
“Isso se evidenciou no final de 2019 e no início de 2020, com incertezas nas tomadas de decisões de investimentos, no número de contratações caindo, o que diminuiu a produtividade da indústria e por isso uma base de comparação baixa, levado também a este aumento em 2021”, diz o representante do IBGE.
Janeiro em alta
Veja abaixo alguns dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física divulgados nesta quarta-feira
  • Na comparação com janeiro de 2020, a indústria nacional cresceu 2,0% em janeiro de 2021, com oito dos quinze locais pesquisados apontando resultados positivos.
  • Pará (13,3%), Paraná (11,5%) e Santa Catarina (10,1%) assinalaram expansões de dois dígitos. Pará foi impulsionado, principalmente, pelos avanços observados nos setores de indústrias extrativas; o Paraná, pelo desempenho de veículos automotores, reboques e carrocerias, máquinas e equipamentos, máquinas, aparelhos e materiais elétricos e produtos de madeira e Santa Catarina, por de confecção de artigos do vestuário e acessórios, máquinas e equipamentos, metalurgia e máquinas, aparelhos e materiais elétricos.
  • Minas Gerais (9,8%), Rio Grande do Sul (9,8%), Ceará (9,6%), Pernambuco (7,0%) e São Paulo (5,6%) completaram o conjunto de locais com alta na produção em janeiro de 2021.
  • Bahia (-13,9%), Mato Grosso (-13,9%) e Espírito Santo (-11,5%) apontaram os recuos mais intensos nesse mês. Bahia foi pressionada pelo comportamento negativo das atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis.
  • Mato Grosso foi afetado pelo desempenho negativo de produtos alimentícios, produtos de madeira e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis. E Espírito santo devido à queda em atividades de metalurgia, indústrias extrativas e produtos alimentícios.
  • Amazonas (-9,8%), Goiás (-9,3%), Rio de Janeiro (-5,2%) e Região Nordeste (-3,3%) mostraram os demais resultados negativos em janeiro de 2021.
  • O acumulado dos últimos doze meses recuou 4,3% em janeiro de 2021, mas continuou desacelerando a queda frente aos meses anteriores. Em 13 dos 15 locais pesquisados houve taxas negativas em janeiro de 2021, mas em nove as quedas foram menos intensas, frente a dezembro de 2020, com destaque para Minas Gerais (de -3,2% para -1,3%), Pará (de -0,1% para 1,5%), Santa Catarina (de -4,5% para -3,7%), Rio Grande do Sul (de -5,4% para -4,6%).
  • Já Bahia (de -5,3% para -7,1%), Amazonas (de -5,5% para -6,7%), Rio de Janeiro (de 0,2% para -1,1%) e Região Nordeste (de -3,0% para -3,8%) registraram as perdas mais intensas entre os dois períodos.
Fonte: IBGE
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