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Varejo

- Publicada em 08 de Março de 2021 às 20:07

Movimento nos supermercados é normal no primeiro dia de novas restrições

Lojas cobriram ou cercaram a área dos produtos proibidos pelo decreto para impedir o acesso

Lojas cobriram ou cercaram a área dos produtos proibidos pelo decreto para impedir o acesso


MARIANA ALVES/JC
Os supermercados de Porto Alegre tiveram uma movimentação normal nesta segunda-feira (8), primeiro dia de proibição da venda de produtos não essenciais nos estabelecimentos que visa a reduzir as aglomerações. As novas regras da bandeira preta no Rio Grande do Sul, anunciadas na última sexta-feira (5) pelo governador Eduardo Leite, proíbem as lojas de comercializarem eletroeletrônicos, brinquedos e têxteis.
Os supermercados de Porto Alegre tiveram uma movimentação normal nesta segunda-feira (8), primeiro dia de proibição da venda de produtos não essenciais nos estabelecimentos que visa a reduzir as aglomerações. As novas regras da bandeira preta no Rio Grande do Sul, anunciadas na última sexta-feira (5) pelo governador Eduardo Leite, proíbem as lojas de comercializarem eletroeletrônicos, brinquedos e têxteis.
Segundo o presidente da Associação Gaúcha de Supermercado (Agas), Antônio Cesa Longo, a situação está tranquila nos estabelecimentos. Após o esclarecimento da nova medida pelo governo do Estado, que gerou dúvidas ao setor e aos clientes, os supermercados conseguiram cumprir com as novas obrigações estabelecidas. A saída foi cobrir ou cercar a área dos produtos para impedir o acesso, foi o caso verificado pela reportagem no Bourbon Ipiranga. Algumas redes conseguiram até mesmo retirá-los das lojas. “Teve de tudo, todo tipo de situação”, conta.
O presidente lembra, ainda, que no final de semana, logo após o anúncio da medida, muitos clientes ficaram receosos e buscaram estocar alimentos. Hoje, no entanto, já demonstraram estar mais conscientes em relação à situação, colaborando com o cumprimento dos protocolos. “Nós procuramos informar que os produtos não vão faltar. O mercado está muito tranquilo. O cliente sabe que essa situação ainda vai ser longa e que o principal motivo, realmente, é a saúde e a segurança. Precisamos ter o cliente aliado com o controle dos protocolos”, completa.
Para além das restrições, a nova medida não parece ser prejudicial ao segmento. Antonio Romacho, diretor do grupo Asun Supermercados, revela que o setor de bazar da rede, que engloba os produtos que agora estão com a venda proibida, representa somente cerca de 2% a 3% do seu faturamento, número semelhante ao restante da categoria. O que ele acredita ser prejudicial mesmo é a restrição de horário de funcionamento, que determina o fechamento dos estabelecimentos às 20h. “Os supermercados tinham que ter um horário livre”, afirma. “Isso está prejudicando muito a venda e o cliente”.
Assim como Longo, ele também percebe que o movimento nas unidades do Asun foi normal no primeiro dia de novas restrições. As lojas do Litoral Norte, que tiveram que ser fechadas em razão do lockdown, registraram um movimento acima da média neste início de semana, enquanto a da Capital se manteve semelhante ao que costumava ser.

Supermercados do interior já cumprem as determinações

Em cumprimento ao decreto, a rede Peruzzo Supermercados, sediada em Bagé e com lojas em oito municípios gaúchos, fechou as gôndolas e colocou cartazes informando sobre a proibição. De acordo com o proprietário, Lindonor Peruzzo, o setor de bazar representa cerca de 3% do faturamento da rede, que deixará de lucrar com estes produtos, mas ressalta que as orientações seguirão sendo cumpridas. “Nem que o cliente queira comprar, a gente não vende”, afirma o empresário.
 
Peruzzo considera adequada a restrição e afirma que o momento exige a colaboração de todos, mas defende que o comércio deveria abrir com restrições. De acordo com ele, o decreto do governo do Estado é importante porque seria injusto os supermercados continuarem vendendo produtos não essenciais, como eletrodomésticos, enquanto lojas de rua estão fechadas.
 
O empresário destaca a sensibilidade do governo ao não exigir a retirada dos produtos das lojas, permitindo que as empresas deixassem os locais isolados dos clientes. A remoção dos itens, de acordo com Peruzzo, seria difícil já que os produtos são volumosos e as lojas trabalham com espaços reduzidos no depósito.
 
A flexibilização do governo estadual ao não exigir a retirada dos produtos das gôndolas também foi valorizada por Renato Silveira, que é diretor de Recursos Humanos e Relações Institucionais da rede de supermercados Guanabara, de Rio Grande. Ele avalia o decreto como adequado já que as lojas que comercializam estes produtos estão fechadas, mas destaca que a medida trata de um assunto sensível. “Proibir as pessoas de comprarem determinados produtos é sempre muito complicado”, afirma. A rede, que possui lojas em três municípios, não percebeu queda no movimento em razão da restrição de vendas e está cumprindo o decreto com o isolamento de gôndolas e corredores, com fitas.
 
A Rede Imec, de Lajeado, afirmou através de nota que, nesta segunda-feira, todos os 17 supermercados e seis atacados com as bandeiras Imec Supermercados e Desco Super&Atacado fizeram as adequações determinadas pelo decreto estadual. Os produtos considerados não essenciais pelo governo foram isolados, as gôndolas foram sinalizadas com fita ou cobertas com lona plástica e cartazes que informam sobre a proibição de venda dos produtos foram fixados nas lojas.