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Economia

- Publicada em 08 de Março de 2021 às 19:27

Taxas disparam com decisão sobre Lula, alta da T-Note e aumento de combustível

 A taxa do DI para janeiro de 2025 encerrou a regular em 7,27%

A taxa do DI para janeiro de 2025 encerrou a regular em 7,27%


GERD ALTMANN/PIXABAY/DIVULGAÇÃO/JC
Agência Estado
Os juros futuros fecharam a segunda-feira (8), com alta expressiva. Já estavam bastante pressionados desde cedo pelo exterior, pelo reajuste de preços de combustíveis, tensão com escalada da Covid no País e, no fim do dia, a informação de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, anulou as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Lava Jato trouxe nova rodada de estresse para a curva. De ganhos em torno de 20 pontos, os vencimentos intermediários, os que mais sofreram nesta segunda-feira, passaram a subir mais de 40 pontos.
Os juros futuros fecharam a segunda-feira (8), com alta expressiva. Já estavam bastante pressionados desde cedo pelo exterior, pelo reajuste de preços de combustíveis, tensão com escalada da Covid no País e, no fim do dia, a informação de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, anulou as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Lava Jato trouxe nova rodada de estresse para a curva. De ganhos em torno de 20 pontos, os vencimentos intermediários, os que mais sofreram nesta segunda-feira, passaram a subir mais de 40 pontos.
A leitura é de que, com os direitos políticos recuperados, Lula poderá disputar a eleição de 2022, o que é visto com um potencial acelerador para a tendência populista do governo Bolsonaro e um risco de antecipação da campanha eleitoral que pode atrapalhar a agenda de reformas. O quadro de apostas para a Selic voltou a ficar mais conservador, com a expectativa de alta de 0,75 ponto porcentual em março novamente ganhando terreno. Segundo o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, a curva precificava nesta tarde 61 pontos-base de aumento para o Copom na semana que vem, o que representa uma divisão do quadro, com 56% de probabilidade de elevação de 0,5 ponto porcentual e 44% de chance de alta de 0,75 ponto.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou em 3,950% (regular) e 3,990% (estendida), de 3,809% no ajuste de sexta-feira, e o DI para janeiro de 2024 subiu de 6,386% para 6,73% (regular) e 6,83% (estendida). A taxa do DI para janeiro de 2025 encerrou a regular em 7,27% e a estendida em 7,40%, de 6,955%, e a do DI para janeiro de 2027 passou de 7,594% para 7,86% (regular) e 8,01% (estendida).
As taxas recompuseram boa parte do prêmio descontado na sexta-feira. Inicialmente, a aprovação do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão pelo Senado americano no fim de semana endossou receios de alta da inflação nos Estados Unidos, levando o yield da T-Note de dez anos para 1,60%. Segundo Rostagno, havia alguma expectativa de que o Senado pudesse desidratar o pacote, o que não aconteceu. O projeto agora volta para a Câmara. "Como a maioria lá é democrata, o valor deve ser mantido", disse.
No fim da manhã, outra rodada de máximas na curva local foi vista após o anúncio da Petrobras de novo reajuste nos preços de combustíveis, reforçando a percepção ruim para a inflação e, mais que isso, elevando o temor sobre uma greve de caminhoneiros - categoria cujos protestos derrubaram o presidente da Petrobras.
José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários do Ibre/FGV, defendeu hoje que o ciclo de aperto monetário seja "crível" para o mercado. "O BC não pode entrar com a mão fraca", afirmou Senna, durante seminário promovido em parceria com o Estadão. Para ele, uma ação rápida poderia reduzir a "inclinação" da curva e o BC deveria "seguir o mercado", ou seja, subir a Selic na mesma proporção apontada pelas taxas dos títulos negociados. "O BC deve agir rápido sim e no nível que o mercado está esperando", afirmou Senna.
A poucos minutos do fim da sessão regular, o mercado foi pego de surpresa com a decisão de Fachin, com os agentes passando a precificar maior chance de polarização nas eleições e risco de travamento da agenda de reformas. "Tínhamos uma janela considerada viável para reformas até setembro mais ou menos, mas se a campanha eleitoral for antecipada a chance de reformas impopulares, mas necessárias, passarem cai muito", disse Rostagno.
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