O Rio Grande do Sul registrou uma diminuição de 1,73% no número de emplacamentos de novos veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros) no mês de fevereiro em comparação com janeiro de acordo com dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Ao todo, foram 11.620 emplacamentos contra 11.824. No acumulado deste ano, a redução foi de 13,02% em relação ao mesmo período de 2020.
É o segundo mês seguido de queda no Estado após o bom desempenho registrado em dezembro (17.298), período de mais vendas. O mercado já demonstrava uma retomada desde maio de 2020, quando registrou o primeiro crescimento do ano, e se manteve assim, de forma quase ininterrupta, até o fim do ano. No Brasil, a diminuição foi de 11,68% de janeiro (274.081) para fevereiro (242.080), também com números menores do que o registrado no último mês de 2020 (363.142).
O cenário acompanha o pior momento da pandemia de Covid-19 no País, que exigiu a retomada de maiores restrições às atividades e, consequentemente, prejudicou ainda mais a produção automotiva com a falta de componentes, gerando interrupções em linhas de montagem. É o caso da General Motors (GM), que decidiu suspender as suas atividades em Gravataí (já paralisadas devido às férias coletivas) entre os meses de abril e maio em razão da falta de fornecimento de itens para montar as unidades do modelo Onix, bastante popular no mercado.
Segundo o presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do Rio Grande do Sul (Sincodiv) e da Fenabrave-RS, Paulo Siqueira, a falta do produto, além de motivos como a redução do deslocamentos de pessoas, é fator relevante para a diminuição no número de emplacamentos neste início de ano. "O Onix é um modelo que tem 8% de participação nas vendas de automóveis. Não há capacidade de absorção imediata desse volume todo por parte das outras montadoras", avalia.
Apesar do cenário adverso, Siqueira acredita em uma recuperação ao longo do ano, projetando um desempenho semelhante ao de 2020, quando registrou 149.159 mil emplacamentos, incluindo todos os segmentos de veículos, ou, até mesmo, 20% maior. Esta perspectiva, porém, depende de uma melhora na situação do País. "Positivamente falando, nós já temos uma vacina sendo aplicada em grandes dimensões", comenta o presidente. "Além disso, dada a pressão de consumo, alavancado pela vontade que está despertando nas pessoas de terem os seus carros particulares, devido à necessidade de isolamento e às medidas sanitárias, nós acreditamos que o mercado retome com muito vigor", completa.