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Economia

- Publicada em 24 de Fevereiro de 2021 às 21:45

Indústria alimentícia cresce amparada pelas exportações

Commodities como soja tiveram grande valorização em 2020 em função da alta demanda

Commodities como soja tiveram grande valorização em 2020 em função da alta demanda


/WENDERSON ARAUJO/CNA/DIVULGAÇÃO/JC
Carlos Villela
A indústria brasileira de alimentos e bebidas registrou um crescimento de 12,8% no faturamento com exportação e mercado interno, indo de R$ 699,9 bilhões em 2019 para R$ 789,2 bilhões em 2020. O resultado, que representa 10,5% do PIB nacional, foi divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) em webinar virtual nesta quarta-feira. Descontada a inflação, o aumento de vendas reais chegou a 3,3%, enquanto o volume de produção cresceu 1,8%.
A indústria brasileira de alimentos e bebidas registrou um crescimento de 12,8% no faturamento com exportação e mercado interno, indo de R$ 699,9 bilhões em 2019 para R$ 789,2 bilhões em 2020. O resultado, que representa 10,5% do PIB nacional, foi divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) em webinar virtual nesta quarta-feira. Descontada a inflação, o aumento de vendas reais chegou a 3,3%, enquanto o volume de produção cresceu 1,8%.
A alta demanda propiciada pela pandemia afetou o preço das commodities com aumentos generalizados: 95% na soja, 75% no milho, 51% no trigo e 45% no café robusta, destaca João Dornellas, presidente-executivo da ABIA. Dentre as categorias que registraram altas na venda real estão os açúcares (58,6), óleos vegetais (21,2%) e carnes (13%). Na ponta negativa, as maiores quedas foram de bebidas (-8,3%) e derivados de trigo (-1,9%). "A pandemia trouxe movimento global por qualidade de alimentos. No total exportamos 11,4% a mais", afirmou o presidente executivo. O total de exportações ficou em US$ 38,2 bilhões, contra US$ 34,2 bilhões em 2019.
O resultado fez com que exportações representassem 25% das vendas totais do setor, um aumento em relação aos 19,2% que representava em 2019. Dentre os fatores que contribuíram para esse aumento estão a desvalorização do câmbio e a demanda alta da Ásia, especialmente na China que ainda se recupera dos impactos da Peste Suína Africana que dizimou metade de seus rebanhos. As exportações de carnes bovina, suína e de aves para a China subiram 44,5% em relação a 2019, chegando a US$ 6,6 bilhões. As vendas de açúcar para o país asiático chegou a US$ 1,3 bilhão, alta de 27,3%.
A aposta é que a demanda global continue alta, então o cenário de 2021 deve ficar parecido com o de 2020. Os principais mercados para os alimentos brasileiros, destaca Dornellas, estão na Europa e na Ásia. Na Europa, a aprovação do tratado comercial entre Mercosul e União Europeia é visto pelo presidente da ABIA como iminente, assim como o Reino Unido, já devidamente separado pós-Brexit. "[A Europa] é um mercado de 450 milhões de pessoas com renda alta", diz. Outro país importante para a indústria alimentícia brasileira é a Holanda, terceiro maior destino de exportação, totalizando US$ 1,7 bilhão.
Já no continente asiático, para além da China com US$ 8,2 bilhões e Hong Kong com US$ 1,9 bilhão, países como Indonésia e Japão estão se tornando importantes parceiros comerciais. Além disso, os países árabes - parceiros históricos do setor alimentício brasileiro - são vistos como um mercado continuamente promissor, que investe em tecnologia e crescimento interno. De acordo com os dados da ABIA, a indústria de alimentos e bebidas gerou 20 mil vagas diretas de trabalho, uma alta de 1,2% em comparação a 2019, chegando a 1,68 milhão de vagas, mesmo com o impacto da Covid-19 gerando um custo adicional de produção de 3,8%.
O mercado interno teve uma queda de 0,85% em vendas reais, com um crescimento do mercado varejista em 16,2% e uma queda do food service (alimentação feita fora do lar) de 24,3%. De acordo com Grazielle Parenti, presidente do Conselho Diretor da ABIA, mesmo com a queda deste último, diretamente ocasionada pelo impacto da pandemia, já se percebe uma retomada deste setor. Grazielle também assinala que a indústria nacional conseguiu se organizar para evitar o desabastecimento durante a pandemia. "Em março do ano passado a gente conversou que não pode deixar faltar alimento, e fomos bem sucedidos", disse.
A estimativa de crescimento da indústria de alimentos para 2021 é de 3%, com a expectativa da retomada da economia e do aumento da capacidade de vacinação da população. Entretanto, de acordo com Dornellas, esse crescimento só será possível se concomitante ao combate à pandemia se consiga promover também as reformas do Estado defendidas por líderes dos setores produtivos.
 
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