Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 19 de Fevereiro de 2021 às 03:00

UE lança nova política comercial e cobra compromisso ambiental do Mercosul

Dombrovskis afirma que bloco segue engajado na causa ambiental

Dombrovskis afirma que bloco segue engajado na causa ambiental


/ Francisco Seco / AFP/JC
O documento que apresenta a nova política comercial da União Europeia faz menção explícita ao acordo entre o bloco e o Mercosul, travado desde 2019 por causa da alta do desmatamento na Amazônia. "No caso do Mercosul, está em curso um diálogo para o aprofundamento da cooperação na dimensão de desenvolvimento sustentável do acordo, abordando a implementação do Acordo de Paris e desmatamento em particular", diz o texto divulgado. As negociações entre os blocos, iniciadas em 1999, chegaram a um acordo 20 anos depois, mas, desde então, o texto está em revisão jurídica. Governos e Parlamentos de países como França, Áustria e Holanda dizem que não vão aprová-lo porque incentivar a exportação do agronegócio brasileiro implica aumentar o desmatamento da Amazônia.
O documento que apresenta a nova política comercial da União Europeia faz menção explícita ao acordo entre o bloco e o Mercosul, travado desde 2019 por causa da alta do desmatamento na Amazônia. "No caso do Mercosul, está em curso um diálogo para o aprofundamento da cooperação na dimensão de desenvolvimento sustentável do acordo, abordando a implementação do Acordo de Paris e desmatamento em particular", diz o texto divulgado. As negociações entre os blocos, iniciadas em 1999, chegaram a um acordo 20 anos depois, mas, desde então, o texto está em revisão jurídica. Governos e Parlamentos de países como França, Áustria e Holanda dizem que não vão aprová-lo porque incentivar a exportação do agronegócio brasileiro implica aumentar o desmatamento da Amazônia.
Ao apresentar a nova política, o comissário responsável por Comércio na UE, Valdis Dombrovskis, disse que a Comissão Europeia continua engajada na ratificação do acordo e que tem se reunido com governos dos quatro países do Mercosul -Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai-, à procura de garantias com a sustentabilidade que aplaquem as preocupações dos membros da UE.
Para ser implementado, o acordo precisa passar por unanimidade no Conselho Europeu (que reúne os líderes dos 27 membros) e ser aprovado pelo Parlamento Europeu -onde também há forte oposição à associação. "O Parlamento não tem nenhuma intenção de passar um cheque em branco ao Brasil sobre a Amazônia", disse em entrevista à Folha o presidente da Comissão de Ambiente, Pascal Canfin.
Mercado importante para as exportações industriais europeias, o Brasil é um potencial parceiro comercial cobiçado, mas, na gestão do presidente Jair Bolsonaro ele entrou em rota de colisão com a condição que está "no coração da política comercial" europeia, segundo o texto divulgado hoje: a proteção ambiental.
O texto acordado entre os blocos é considerado até ousado nessa área, na visão de diplomatas e especialistas em comérco. O Acordo de Paris foi incluído como obrigação essencial e os países se comprometem a fazer monitoramento ambiental. O problema, dizem os críticos, é que não há previsão de sanções se as metas forem desrespeitadas.
Negociadores envolvidos na discussão sobre o acordo UE-Mercosul dizem que a Comissão deve tentar firmar com os parceiros sul-americanos um "instrumento comum interpretativo", em que todos reafirmam compromissos com pontos politicamente sensíveis -estratégia semelhante foi adotada no caso do Ceta (acordo com o Canadá). Para a Comissão, é importante aplacar as críticas e fazer avançar o acordo, porque o comércio internacional é visto como um dos principais motores de crescimento da economia europeia nos próximos anos. A estimativa é que, na próxima década, 85% do crescimento global ocorrerá fora da Europa.
Líder global em comércio, o bloco tem hoje 46 acordos com 78 parceiros. Em 2019 (dados mais recentes), exportou € 3,1 trilhões (cerca de R$ 20,21 tri) em bens e serviços e importou € 2,8 trilhões (R$ 18,26 tri). O comércio responde por 43% do PIB da UE.
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO