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Economia

- Publicada em 12 de Fevereiro de 2021 às 11:28

Carnaval, cenário fiscal e balanços empurram Ibovespa para baixo

Às 11h, o Ibovespa cedia 0,79%, aos 118.362,60 pontos

Às 11h, o Ibovespa cedia 0,79%, aos 118.362,60 pontos


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
Agência Estado
A pausa nos mercados internos e externos nos próximos dias por causa da folga de carnaval deixa os investidores mais recuados, o que pode tende a impedir o Ibovespa de eliminar a perda semanal que até o momento é de 1,59%. Resultados corporativos como os do Banco do Brasil e da Lojas Renner no quarto trimestre de 2020 também podem favorecer uma postura mais defensiva do mercado local, com exceção dos dados robustos da Usiminas. Esse conjunto de fatores empurra o Ibovespa para baixo, que ainda se soma à cautela fiscal interna e com o impasse em relação ao pacote fiscal nos Estados Unidos.
A pausa nos mercados internos e externos nos próximos dias por causa da folga de carnaval deixa os investidores mais recuados, o que pode tende a impedir o Ibovespa de eliminar a perda semanal que até o momento é de 1,59%. Resultados corporativos como os do Banco do Brasil e da Lojas Renner no quarto trimestre de 2020 também podem favorecer uma postura mais defensiva do mercado local, com exceção dos dados robustos da Usiminas. Esse conjunto de fatores empurra o Ibovespa para baixo, que ainda se soma à cautela fiscal interna e com o impasse em relação ao pacote fiscal nos Estados Unidos.
Às 11h, o Ibovespa cedia 0,79%, aos 118.362,60 pontos. Na quinta-feira, o índice à vista fechou em alta de 0,73%, aos 119.299,83 pontos.
Para o estrategista-chefe da Davos Investimentos, Mauro Morelli, o desempenho negativo externo e o já registrado no Ibovespa futuro esta manhã reflete uma mistura de precaução por causa do feriado aqui, que vai até o fim da manhã de quarta-feira no Brasil, e também no exterior. "Na verdade, esse período já começou. Os mercados do sudoeste asiático e da China já estão fechados, o que diminui a liquidez mundial. Além disso, tem a memória do que aconteceu logo depois do carnaval de 2020, quando houve relatos de circulação do coronavírus no País", avalia.
"Lá fora, as bolsas tiveram ganhos fortes então devolvem um pouco e tem a cautela com os feriados. Não tem notícia nova. Aqui, tem a discussão dos problemas internos, que gera alguns ruídos. Além do mais, está chegando ao fim a janela de IPOs e de follow-on novas ofertas são denominadas subsequentes. O mercado parece estar digerindo o noticiário das ultimas semanas", avalia Naio Ino, Responsável pela mesa de trading de equities da Western Asset, lembrando que por conta dos feriados a liquidez pode ser baixa.
Apesar de admitir a relevância da recriação do auxílio emergencial por questões sanitárias e humanitárias, Morelli observa que não se pode ficar alongando os problemas ligados ao fiscal. "Claro que a ajuda é importante, mas temos um questão fiscal preocupante, é o calcanhar de Aquiles do País. Precisa de equacionamento", afirma.
Mesmo que o governo brasileiro venha reforçando o compromisso de honrar a responsabilidade das contas públicas, parece dado que haverá a recriação do auxílio emergencial, o que custará R$ 30 bilhões aos cofres públicos. Nesta manhã, o vice-presidente Hamilton Mourão reforçou o coro em defesa do benefício. "Ou faz empréstimo extraordinário orçamento de guerra ou corta orçamento", sugeriu.
A ideia é que o auxílio emergencial seja destinado a 19 milhões de famílias que recebem o Bolsa Família e mais 11 milhões de informais e as contrapartidas fiscais devem vir de duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC). Devem ser concedidas quatro parcelas de R$ 250.
Ainda que não haja negociações com minério de ferro no mercado internacional, por causa do feriado do Ano Novo Lunar na China, o lucro líquido da Usiminas pode ser fonte de impulso das ações e de outras ligadas a commodities metálicas na B3.
O lucro da empresa subiu 6,13% no quarto trimestre ante igual período de 2019, a R$ 1,913 bilhão, e cresceu 8,66% em relação ao terceiro trimestre. No ano, o lucro líquido da companhia atingiu R$ 1,292 bilhão, o que representa avanço de 243% ante 2019. A dívida líquida consolidada da empresa em 31 de dezembro chegou a R$ 1,1 bilhão, inferior em 56,3% ante 30 de setembro, quando estava em R$ 2,5 bilhões. Os papéis da Usiminas subiam 2,48%, abrindo espaço para valorização de outras empresas do setor (CSN: 2,09%). Já Vale ON cedia 0,39%. Petrobras, por sua vez, tinha queda de 1,10%, enquanto o petróleo no exterior tinha sinais mistos: caía 0,05% (EUA) e subia 0,21% (Londres).
Já o lucro do Banco do Brasil cresceu 6,1%, a R$ 3,6 bilhões, na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, porém foi insuficiente para evitar o recuo no acumulado no ano todo, de 22,2%, para R$ 13,8 bilhões, prejudicado pelos estragos causados pela pandemia de covid-19. Ações cediam 1,15%, puxando os papéis do setor financeiro da B3 para baixo.
Em teleconferência na manhã desta sexta, o presidente do BB, André Brandão, afirmou que a reorganização institucional, anunciada em sua gestão, não envolve somente o fechamento de agências, mas toda a infraestrutura física e reforçou que nenhum município brasileiro ficará desassistido. Ele disse que todo processo de parcerias e desinvestimentos continua no radar do banco.
No campo do consumo, o lucro da Lojas Renner atingiu R$ 354 milhões no quarto trimestre 2020, queda de 31% em relação ao registrado no mesmo período de 2019. O Ebitda Total Ajustado, por sua vez, totalizou R$ 616,7 milhões, 28,1% menor do que o de um ano atrás. Os papéis caíam 0,36%.
Ainda que tenha reforçado a fraqueza da atividade, o Índice de Atividade (IBC-Br) do Banco Central (BC), de certa forma, dentro do esperado, pode amenizar eventuais perdas do setor varejista e do próprio Ibovespa. Porém, segundo Morelli, pode ser insuficiente para apagar a ideia de retomada da alta da taxa Selic em breve. "Talvez não ocorra em março, mas pode acontecer em maio, pois temos uma inflação elevada", avalia.
O investidor ainda avalia a informação de que o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central (BC) adiaram para 7 de junho a entrada em vigor da regulação sobre registro de recebíveis. A medida foi tomada porque uma das três credenciadoras no País declarou ainda não estar pronta para operar no prazo original.
Para o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, a notícia não deve ter influência nos mercados. "Dia hoje é dia de buscar proteção para o feriado", reforça.
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