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Indústria

- Publicada em 09 de Fevereiro de 2021 às 21:09

Moveleiros do Rio Grande do Sul esperam mercado aquecido em 2021

Expectativa é de que investimentos retornem a partir de 2022

Expectativa é de que investimentos retornem a partir de 2022


/Movergs/ Divulgação/jc
Após registrar alta de 9,1% no faturamento acumulado de 2020 e saldo positivo no número de postos de trabalho no mesmo período, em comparação a 2019, a indústria moveleira do Rio Grande do Sul tem boas perspectivas para 2021. Mesmo com o constante problema da falta de matérias-primas e insumos provocados pela desestruturação da cadeia produtiva do País, o setor já percebe uma retomada da produção em níveis semelhantes ao período pré-pandemia e prevê um crescimento em torno de 5% a 6%, em média, para este ano.
Após registrar alta de 9,1% no faturamento acumulado de 2020 e saldo positivo no número de postos de trabalho no mesmo período, em comparação a 2019, a indústria moveleira do Rio Grande do Sul tem boas perspectivas para 2021. Mesmo com o constante problema da falta de matérias-primas e insumos provocados pela desestruturação da cadeia produtiva do País, o setor já percebe uma retomada da produção em níveis semelhantes ao período pré-pandemia e prevê um crescimento em torno de 5% a 6%, em média, para este ano.
O otimismo do setor está relacionado, principalmente, à projeção de crescimento do PIB para 2021. Segundo a pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central, a estimativa é de um aumento de 3,47%, permanecendo em 2,50% para o ano que vem. Algumas empresas do ramo têm expectativas ainda maiores, esperando um crescimento na faixa de dois dígitos. Rogério Franco, presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), acredita que esta é uma possibilidade, mas mantém a cautela. "Não podemos colocar isto como uma regra geral", avalia.
Para ele, 2021 será de recuperação e preparação para novos investimentos em 2022. Isso porque, mesmo com o bom desempenho, o segmento inicia o ano tendo que lidar com a falta de abastecimento, problema enfrentado desde o início do segundo semestre de 2020. No período, muitos fornecedores que haviam paralisado as suas atividades devido às restrições impostas pela pandemia não conseguiram retomá-las a tempo de se preparar para o aumento da demanda, provocando atrasos nas entregas e aumento nos preços dos produtos. "Imagino que nós teremos um segundo semestre extremamente positivo. O primeiro ainda será de oscilação no abastecimento", completa.
Já a preparação está relacionada ao fato de que, em março do ano que vem, serão realizadas, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves, as duas principais feiras de móveis do Brasil, a Fimma e a Movelsul. Adiadas devido à pandemia, elas irão reunir em um mesmo espaço toda a cadeia produtiva, desde o fabricante de móveis até o varejo nacional e internacional, apresentando as novidades, tendências e inovações para o setor moveleiro.

E-commerce e exportações garantem bom desempenho

O ano de 2020 foi de superação para a indústria moveleira do Estado. Não é à toa que o setor obteve um faturamento de R$ 8,22 bilhões no ano passado ( 9,1%), encerrando dezembro com um saldo positivo de 1,3 mil vagas de empregos formadas, segundo dados compilados pelo Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis) junto da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs). De acordo com o presidente da Movergs, Rogério Francio, este desempenho está relacionado, principalmente, a três fatores: à mudança de comportamento do consumidor, ao e-commerce e às exportações.
Ele explica que a pandemia propiciou uma mudança de hábitos por parte das pessoas, que passaram a ficar mais tempo dentro de casa. Este comportamento fez com que elas observassem mais o espaço em que se encontravam, percebendo uma necessidade de deixá-lo mais agradável, harmonioso ou prático para as suas atividades diárias. Assim, foi preciso ir às compras. "Quando estamos em casa, percebemos aquilo que está faltando. O home office provocou muito isso", salienta o presidente.
Como reflexo dessa necessidade, o que cresceu bastante no setor, assim como em diversos outros segmentos, foi o e-commerce. Antes da pandemia, não era muito comum a compra e venda de móveis online, mas durante a crise este formato foi alavancado, sendo um ponto muito positivo para a indústria moveleira, que também passou a ver esta alternativa como uma tendência para o mercado.
Outro fator que impactou o segmento foi a alta taxa de câmbio, que chegou a R$ 5,90 em relação ao dólar no mês de maio e a R$ 5,73 no mês de novembro. Em razão do valor acima do convencional, muitas empresas do setor moveleiro que necessitam importar insumos foram prejudicadas, pois, com este aumento, é preciso também aumentar o preço dos produtos ao consumidor final, e nem sempre este é um movimento fácil de se fazer, devido a uma possível perda de clientes.
Por outro lado, a taxa de câmbio elevada foi favorável para exportação, e, sendo valorizado internacionalmente, o móvel gaúcho continuou encontrando destinos em meio à pandemia. Entre os principais importadores no ano passado estão os Estados Unidos, o Peru, o Uruguai, a Holanda e alguns países do Oriente Médio, como os Emirados Árabes.
"Nós tivemos uma trajetória bem positiva mesmo com a pandemia", destaca Francio. Em 2020, o Rio Grande do Sul registrou uma receita de US$ 178,78 milhões na exportação de móveis, uma queda de 9,8% em relação ao ano anterior, de acordo com informações foram compiladas do Portal Comex Stat, sistema para consulta e extração de dados do comércio externo brasileiro. Segundo Francio, porém, este resultado ainda demonstra uma participação significativa do setor no mercado internacional.