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Economia

- Publicada em 14 de Janeiro de 2021 às 21:24

Stihl amplia investimentos no Rio Grande do Sul

 Guenther estima que todas as linhas de produção devam estar funcionando no novo prédio em 2022.

Guenther estima que todas as linhas de produção devam estar funcionando no novo prédio em 2022.


Divulgação/Glauco Arnt
Vinicius Appel
Tradicional fabricante de ferramentas motorizadas portáteis, como pulverizadores e cortadores de grama, a Stihl começou 2021 em ritmo acelerado. A empresa deve começar a operar em breve no novíssimo prédio construído em São Leopoldo com investimento de R$ 68 milhões. Com aumento de 32,7% nas vendas devido à alta demanda gerada pela pandemia, a multinacional de origem alemã irá investir, apenas neste ano, R$ 255 milhões a mais que o montante anunciado em 2018, de R$ 500 milhões. Atualmente, metade do que é produzido pela empresa em São Leopoldo vai para os mais de 4 mil pontos de venda em todo o País - o restante é exportado para mais de 70 países. O presidente da Stihl Brasil, Cláudio Guenther, estima que todas as linhas de produção devam estar funcionando no novo prédio a partir de outubro de 2022. Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, ele também analisa o impacto da pandemia nos resultados da empresa e projeta o ano de 2021.
Tradicional fabricante de ferramentas motorizadas portáteis, como pulverizadores e cortadores de grama, a Stihl começou 2021 em ritmo acelerado. A empresa deve começar a operar em breve no novíssimo prédio construído em São Leopoldo com investimento de R$ 68 milhões. Com aumento de 32,7% nas vendas devido à alta demanda gerada pela pandemia, a multinacional de origem alemã irá investir, apenas neste ano, R$ 255 milhões a mais que o montante anunciado em 2018, de R$ 500 milhões. Atualmente, metade do que é produzido pela empresa em São Leopoldo vai para os mais de 4 mil pontos de venda em todo o País - o restante é exportado para mais de 70 países. O presidente da Stihl Brasil, Cláudio Guenther, estima que todas as linhas de produção devam estar funcionando no novo prédio a partir de outubro de 2022. Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, ele também analisa o impacto da pandemia nos resultados da empresa e projeta o ano de 2021.
Jornal do Comércio - Quais serão os próximos investimentos da Stihl dentro do pacote de R$ 500 milhões anunciado em 2018?
Cláudio Guenther - São as máquinas que vão para o novo prédio, levando novas linhas de produção. Nós anunciamos, em 2018, R$ 500 milhões em investimentos para os próximos cinco anos e vamos chegar, em 2021, a R$ 755 milhões. Foi investido mais do que foi anunciado na época. Esse investimento foi muito importante porque nós conseguimos fabricar na unidade da Stihl do Brasil, em São Leopoldo, produtos que antes eram feitos na Alemanha e na Itália - caso dos cilindros que são base dos motores de nossas máquinas.
JC - Como se dividirá o investimento neste ano?
Guenther - A Stihl sempre investe constantemente, se nós estamos tendo sucesso, e com um crescimento fantástico em plena pandemia, é porque sempre seguimos o conceito de investir constantemente na empresa, na produção, em tecnologia, em máquina, para estarmos atualizados e, mesmo em tempo de crise, continuar investindo porque o mercado sempre volta. Este ano nós vamos investir, aproximadamente, R$ 311 milhões. Ano passado, em 2020, nós investimos R$ 151 milhões, dos quais R$ 68 milhões foram do prédio. Os nossos investimentos são sempre em tecnologia, informática, estar atualizado, muito em questão de máquinas que garantam qualidade de produto cada vez maior. Só em máquinas, nesse ano nós vamos investir em torno de R$ 190 milhões. Isso é para atender à renovação do maquinário antigo, mas também para atender o crescimento que tivemos no ano passado. Tem também ferramentas e moldes de produção, que representam mais R$ 70 milhões, e outras coisas necessárias, como prédios, que sempre têm algumas renovações.
JC - Há uma previsão de quando devem iniciar as primeiras operações no novo prédio?
Guenther - Nós tivemos o lançamento da pedra fundamental em setembro de 2019 e a obra ficou pronta em dezembro de 2020. A transferência da produção vai começar somente em abril e seguirá até outubro de 2022. Nós estamos saindo de um prédio antigo, que começou a construção em 1975 e foi se expandindo, e indo para um prédio moderno, com condições de trabalho excelentes, pé-direito alto, climatizações, inovação tecnológica e preocupação com o meio ambiente, como reuso da água e redução no consumo de energia elétrica. Um prédio amplo, com capacidade para 1,5 milhão de unidades motoras por ano. Em janeiro serão ocupados os escritórios. A transferência das atividades começará só em abril porque não temos condições de parar a linha de produção já que as vendas estão muito altas. Ano passado vendemos mais de 230 mil unidades de pulverizadores para o combate à Covid, tanto para o Brasil quanto para o mundo, e estávamos discutindo novas contratações, novas aquisições de máquinas, porque a demanda está aumentando. Nós encerramos 2019 com 2.374 funcionários. Veio essa pandemia e, com o crescimento, nós fechamos o ano com 2.877 funcionários. Empregamos 503 pessoas a mais em meio a pandemia, crescimento de 21% no número de funcionários.
JC - Para este ano, há previsão de gerar novas vagas?
Guenther - Teremos mais contratações neste ano em função do aumento do número de vendas e aumento na produção. Não sabemos ainda a quantidade, mas não vai ser a mesma do ano passado. Teremos mais contratações ainda em janeiro. Isso é graças à boa aceitação dos produtos Stihl.
JC - Como a Stihl se adaptou em relação a pandemia?
Guenther - Em primeiro lugar, foi um susto. Nós temos unidades na China, e temos também unidades nos Estados Unidos e na Alemanha, nós conseguimos pegar os exemplos deles e tomamos medidas globais. Quando começou a pandemia, fechamos a fábrica por três dias para ver o que poderíamos fazer. Existia muita preocupação com a saúde dos funcionários, então implantamos coisas antes do que outras empresas fizeram. Toda a questão do distanciamento, do álcool gel, medir a temperatura e ajuste dos postos de trabalho. Todas as pessoas que tinham algum sintoma de algum resfriado ou da Covid, ficavam em casa. Nós temos dois médicos e ficamos monitorando essas pessoas que ficam em casa, como elas estão. Nenhum funcionário foi hospitalizado. Então, com essa questão da Stihl ser uma empresa global, foram adotados protocolos globais, se ajustando ao nosso também. Nós tivemos aproximadamente R$ 500 mil reais a mais de gastos por mês em medidas para prevenção da Covid. Aumentamos 68% a capacidade do nosso restaurante. Posso dizer que foi um grande aprendizado.
JC - E como a pandemia impactou nos resultados?
Guenther - Teve um impacto, mas compensou com o aumento das vendas. Nós tivemos aumento de 32,7% nas vendas e a maior parte ocorreu no segundo semestre. Em relação ao faturamento, e aí teve efeito do dólar também, registramos crescimento de 52%. Esse ano já estamos projetando novamente um aumento na produção em função do aumento das vendas, tanto de exportação quanto para o mercado doméstico.
JC - Então seguem boas as perspectivas para 2021...
Guenther - O Grupo Stihl está prevendo um bom crescimento. A gente não fala em números. Como nós conquistamos participação no mercado, isso vai continuar crescendo para atender com peças de reposição, os lubrificantes, com as correntes, com os fios de cortes, então a demanda de implementos e peças de reposição deve crescer muito ainda. Em 2020 nós conquistamos 70 pontos de vendas de concorrentes. Em 2021 vamos trabalhar na redução de custo dos nossos produtos, que envolve a questão de nossa localização. Vimos nessa questão da pandemia que os nossos fornecedores brasileiros, como estavam próximos, tiveram um tempo de reação mais rápido que os importados. Neste ano de 2021, faremos o estudo de um terceiro centro logístico para estarmos mais próximos do cliente e para atendermos mais rápido. Nós vamos trabalhar muito forte na questão de nacionalização de componentes para nossas máquinas e também na questão de desenvolvimento de novos produtos no Brasil.
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