Considerado patrimônio arquitetônico e histórico de Porto Alegre, o prédio do Mercado Público precisa de restauro na parte elétrica e de acessibilidade ao segundo piso, iniciativas consideradas como prioridades pelos 106 permissionários do complexo.
A demanda foi repassada ao secretário do Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer, e à secretária de Parcerias Estratégicas do Município, Ana Pellini, em reunião ocorrida com a Associação dos Comerciantes do empreendimento na tarde desta quarta-feira (07). Este é o
terceiro encontro do grupo com representantes da nova gestão da Prefeitura. O primeiro ocorreu em dezembro, antes de Sebastião Melo assumir o cargo no Executivo.
"Estamos fazendo um mapeamento para apresentar um diagnóstico dos problemas gerais do prédio, que envolvem além da gestão também a infraestrutura, desde a parte estética (pintura e limpeza) até a recuperação da rede elétrica", resume a presidente da Associação do Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc), Adriana Kauer.
A associação espera entregar o estudo ao governo municipal até o final de janeiro. “Queremos contar com essa parceria para entregar um Mercado Público que respeite o seu maior patrimônio que é imaterial, a ambiência que só existe nesse espaço tão peculiar de Porto Alegre ”, pontuou Ana Pellini, durante o encontro.
Adriana destaca que antes de uma repaginada na fachada, o mais urgente é que o complexo passe a funcionar "a pleno".
Desde o incêndio de 2013, o segundo piso está fechado e sete operações que funcionavam ali estão instaladas provisoriamente no térreo, na área de eventos. Outras duas (Casa de Pelotas e Parrilla do Mercado) fecharam as portas no local. As escadas rolantes e os elevadores estão desativados por falta de manutenção e a rede elétrica deste andar está danificada.
"O mercado é um símbolo de Porto Alegre e do Estado, e sua restauração significa melhorar a viabilidade econômica e turística deste que é um espaço nobre no Centro Histórico - onde outras iniciativas de revitalização devem ser implementadas", observou Schirmer. Ele destaca que "toda a sugestão é bem vinda". "Ainda não há respostas, mas o objetivo é melhorar a qualidade do empreendimento. Estamos começando um diálogo num patamar superior de compromisso coletivo e respeito recíproco."
"Foi a forma que encontramos de evitar aglomerações em filas nos outros dois portões de entrada do Mercado", explica a presidente da associação. Segundo ela, o fluxo de pessoas no empreendimento está 20% abaixo da capacidade máxima e as lojas estão operando com metade das equipes.
"Dos 1,2 mil funcionários, apenas 500 estão trabalhando desde que iniciou a pandemia de Covid-19. Boa parte foi demitida por conta do espaço ficar fechado durante agosto e outros estão afastados ou em férias", descreve.
Ainda de acordo com Adriana, os quatro portões de acesso estão operando com aferição de temperatura, disponibilidade de álcool em gel e fiscalização de uso de máscaras. "Não diminuímos a exigência e os protocolos de segurança por conta da necessidade de conter a disseminação do novo coronavírus", destaca a dirigente.