Nesta quinta-feira (3), representantes do setor de eventos preparam uma manifestação em frente à Fenac, em Novo Hamburgo, onde está programada a abertura de uma grande feira de calçados pela manhã. Os empresários do segmento de festas e eventos sociais, que tiveram as atividades mais uma vez suspensas por decreto estadual, questionam a rigidez das restrições e reivindicam isonomia das medidas para todos os setores econômicos.
Os manifestantes pretendem sair em carreata por volta das 7h e formar pequenos grupos em cada ponto de entrada da feira e do lado de fora do estacionamento do evento, marcado para as 9h. Segundo um dos organizadores do movimento, Serafim Souza, a ideia é levar balões, cartazes e faixas para mostrar que os profissionais de eventos também precisam trabalhar em meio à pandemia. "A nossa manifestação é pacífica e temos que continuar sendo organizados, para que os visitantes da feira entendam o que estamos pedindo. Se podem ter uma feira com mais de 4 mil visitantes circulando, podemos fazer festa também, que é bem mais segura. Queremos mostrar que não somos invisíveis, queremos o nosso trabalho para garantir a nossa sobrevivência", destaca o empresário, proprietário de uma casa de festas.
Preocupado com a segurança dos participantes, o grupo, inclusive, divulgou normas e instruções fundamentadas juridicamente, para evitar transtornos com a Guarda Municipal e a Brigada Militar, bem como para não prejudicar o trânsito, nem desrespeitar os decretos alusivo à pandemia, principalmente afim de evitar aglomerações. "Unidos pela volta do entretenimento no Rio Grande do Sul, e de mãos dadas, seremos mais fortes", diz o material de organização do protesto.
O
decreto estadual publicado na segunda-feira (30), em função da piora do cenário da Covid-19 no Estado, vedou, entre outras medidas, a realização de eventos sociais, como aniversários, formaturas, casamentos e comemorações em geral. A feira de calçados que inicia nesta quarta conta com permissão prévia e protocolos autorizados pelo governo do Estado em novembro.
Segundo Serafim,
os profissionais do setor sentem-se prejudicados com a decisão de liberar o evento de grande porte, e pela irresponsabilidade das pessoas que desrespeitam as medidas de distanciamento social e participam de eventos clandestinos, colocando a vida de todos em risco. "Estamos pagando a conta de festas clandestinas, aglomerações e empilhamento de pessoas em todos os lugares, sem a mínima segurança sanitária e sem nenhuma fiscalização", comenta.
Em outubro, grupo ligado ao setor de eventos protestou em frente ao palácio Piratini (foto), pedindo a reabertura das atividades, o que acabou ocorrendo no final daquele mês.