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Economia

- Publicada em 03 de Dezembro de 2020 às 03:00

Mínimo congelado pode ajudar a manter empregos

Petry avalia que custo seria muito grande para as empresas

Petry avalia que custo seria muito grande para as empresas


/LUIZA PRADO/JC
Adriana Lampert
O congelamento do salário-mínimo regional, votado nesta terça-feira (1) sob a justificativa de que o projeto foi enviado à Assembleia Legislativa antes do início da epidemia de Covid-19 no Estado, repercutiu bem entre os empresários gaúchos.
O congelamento do salário-mínimo regional, votado nesta terça-feira (1) sob a justificativa de que o projeto foi enviado à Assembleia Legislativa antes do início da epidemia de Covid-19 no Estado, repercutiu bem entre os empresários gaúchos.
Representantes das entidades patronais, que há anos defendem o fim do piso regional, afirmam que a resposta dos parlamentares à proposta do governo foi "adequada ao momento".  "Em um ano tão atípico, essa decisão demonstra coerência e responsabilidade", avalia a presidente da Federasul, Simone Leite. 
"Precisamos preservar empregos, promovendo a retomada da economia pra minimizar os impactos da pandemia, tanto para os empresários quanto para os trabalhadores", emenda a dirigente, afirmando que o "esforço" resultará em benefício para todos os gaúchos.
"Serão afetados pelo menos 1,3 milhão de trabalhadores, que tiveram sua renda impactada pela alta dos preços dos alimentos, uma vez que a cesta básica está 25,51% mais cara (frente aos últimos 12 meses, conforme dados do Dieese-RS)", rebate o presidente da Federação dos Empregados no Comércio de Bens e Serviços do Rio Grande do Sul (Fecosul), Guiomar Vidor.
O dirigente, que também preside a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), afirma que ambas as entidades irão "denunciar" nas redes sociais os nomes dos 34 deputados que votaram contra o reajuste de 4,5% remetido ao Parlamento gaúcho em fevereiro. Com a decisão da maioria dos deputados, o piso regional vai sofrer uma desvalorização de mais de 7,4%, visto que a inflação marcada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) somou 4,48% em 2019; e 2,95% em 2020 (de janeiro a outubro).
"Os deputados demonstraram que a grande maioria deles está de costas para a população, principalmente para a mais pobre. Havia grande expectativa (de que o projeto passasse), ainda que nem assim fosse cobrir as perdas que os trabalhadores tiveram em 2020." O presidente da CTB e da Fecosul dispara ainda que a resposta do Legislativo mostra que "estes parlamentares estão a serviço das entidades empresariais e que não olham para trabalhadores do povo, que são os que mais sofrem no período de pandemia."
Já a Fecomércio-RS, em nota, por sua vez avaliou que a medida "somente não agrava mais o cenário de crise". Para o presidente Luiz Carlos Bohn, uma elevação dos salários neste momento penalizaria especialmente pequenos negócios, "que já enfrentam mais dificuldades para equilibrar as vendas com o e-commerce, ao contrário do que ocorre com grandes varejistas."
"Todas as empresas tinham instrumentos, inclusive as que tiveram dificuldades, por conta da permissão do governo de reduzir os salários entre 25% e 75%. Isso é argumento furado, é política para acabar com o mínimo-regional. Basta ficar três anos congelados e o valor irá equivaler ao piso nacional", rebate o representante da CTB e da Fecosul.
No ponto de vista do presidente da Fiergs, Gilberto Petry, "as empresas perderam muita quantidade de recursos, mesmo tendo acesso a empréstimos e com ajuda do governo para manter os funcionários." O dirigente do setor industrial avalia que "é melhor para os inseridos nas categorias que não têm acordos coletivos receberem 100% de um salário estando empregados", do que conquistar aumento, mas não ter garantia de manutenção de vagas no mercado.
"Pagar o reajuste, caso fosse aprovado, desde fevereiro para cá, representaria uma diferença de valor bastante grande. Por isso, manter o salário-mínimo regional no mesmo nível que no ano passado é salutar tanto para as empresas, quanto para os trabalhadores", avalia.
"Embora consideramos ideal terminar com o piso regional, o fato de não haver aumento este ano é um acerto, pois estamos com déficit de empregos", concorda o presidente do Sindilojas-Porto Alegre, Paulo Kruse. Guiomar Vidor rejeita o argumento e destaca que os parlamentares "sequer analisaram uma emenda do PT", que sugeria que os valores do reajuste valessem a partir de dezembro. "Foi uma grande decepção. Nunca na história o salário-mínimo regional havia ficado um ano sem reajuste", destaca o dirigente.
Em maio de 2019, os deputados estaduais aprovaram o reajuste de 3,4% - o primeiro encaminhado pelo governador Eduardo Leite (PSDB). Na ocasião, o percentual não repôs a inflação daquele ano (3,57%).
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