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Turismo

- Publicada em 29 de Novembro de 2020 às 22:29

Com aumento dos casos de Covid-19, veraneio é desafio para o Litoral

Autoridades preparam cartilhas sobre distanciamento social e irão orientar também os banhistas

Autoridades preparam cartilhas sobre distanciamento social e irão orientar também os banhistas


/ALEX ROCHA/PALÁCIO PIRATINI/JC
Com a impossibilidade de grandes viagens por causa da pandemia de Covid-19, o verão deve levar um fluxo de turistas maior de turistas para o Litoral Norte. Por causa disso, as administrações municipais e estadual já estão buscando se preparar para receber visitantes e não perder a principal fonte de renda da região.
Com a impossibilidade de grandes viagens por causa da pandemia de Covid-19, o verão deve levar um fluxo de turistas maior de turistas para o Litoral Norte. Por causa disso, as administrações municipais e estadual já estão buscando se preparar para receber visitantes e não perder a principal fonte de renda da região.
O prefeito de Xangri-Lá e presidente provisório da Associação dos Municípios do Litoral Nornte (Amlinorte), Cilon Silveira (PDT), explica que é desafiador se planejar para esse período, até porque não se sabe qual será a situação nos próximos meses. Como as cidades do Litoral Norte dependem principalmente do turismo no verão como fonte de renda, uma das preocupações é a imprevisibilidade. "Não temos a certeza de qual bandeira teremos em dezembro até o presente momento", diz Silveira. "Naturalmente nos preocupamos muito com a situação da saúde pública, mas também com a situação econômica".
Segundo o prefeito, entretanto, algumas medidas já podem ser definidas com antecedência. "O que nós decidimos nos municípios da região é que os eventos de entretenimento realizados pelas prefeituras, especialmente os que podem gerar aglomeração de pessoas, não vão acontecer", disse. Silveira conta que há reuniões entre os prefeitos para compartilhamento de informações, e na última reunião ficou acordado que vai se buscar um encontro com o Governo Estadual para tratar mais detalhes sobre a temporada de veraneio. "Temos que ver como antecipar a situação da concentração de pessoas à beira da praia e áreas públicas", diz.
De acordo com o diretor de comunicação da prefeitura de Torres, Norman Machado, a expectativa é de forte alta em relação a última temporada, com um aumento de 30% a 40% no movimento normal de verão. Segundo Machado, a administração está preparando uma cartilha, junto a entidades municipais, para explicar aos turistas regras de distanciamento social e restrições de horário para a cidade, além de materiais sobre regras para a praia. Também se considera fazer barreiras sanitárias na entrada da cidade com informativos para quem entra. Na estrutura de saúde, ele afirmou que se reestruturou o centro de triagem médica com presença médica 24h, mudando o local para um ambiente maior para aumentar a capacidade de atendimento.
"Nossa tendência é não fechar o comércio porque os comerciantes precisam e o município também, a economia do município gira em torno do verão", explica. "A gente vai aplicar algumas restrições como quantidade de pessoas por espaço, restrições na quantidade de hóspedes nos hotéis, coisas que já vem tomando a tempo e vamos manter ainda pra temporada até sair a vacina", completa.
De acordo com o vice-governador do Estado, Ranolfo Vieira Júnior (PTB), que coordena a Operação RS Verão Total 2020/2021, o período exige um diálogo permanente e um canal direto de contato com os municípios. Uma reunião já foi feita em outubro pelo gabinete de Vieira junto com a secretária de saúde, Arita Bergmann, e prefeitos do litoral Norte e Sul para dar início às discussões específicas para o veraneio. Um feriadão-teste foi o de Finados, no qual o Estado deslocou 380 agentes de segurança pública. Segundo o vice-governador, um dos focos da operação é incentivar a precaução entre os veranistas. A seguir, mais detalhes na entrevista.

"É lógico que precisa usar máscara na beira da praia e evitar aglomerações"

Vice-governador Ranolfo pede conscientização dos viajantes

Vice-governador Ranolfo pede conscientização dos viajantes


/MARIANA CARLESSO/JC
Jornal do Comércio - Qual é a expectativa do governo do Estado para a temporada de veraneio?
Ranolfo Vieira Júnior - Nossa expectativa é que tenhamos um movimento acima do normal no Litoral do Estado. Nos dados referentes ao ano de 2020, fora da temporada e em época de pandemia, especialmente no Litoral Norte, já se demonstrou que aumentou e muito o movimento comparativamente em relação ao mesmo período do ano passado. Na época de inverno ou fora de temporada o litoral ficava somente com sua própria população, mas neste ano aumentou muito, muitas pessoas procuraram suas casas e apartamentos no litoral, e fizeram o distanciamento social lá, trabalhando de maneira remota. Se fez isso durante o ano, e em razão disso nossa expectativa é que tenha um aumento no número de pessoas durante o verão.
JC - De que forma a pandemia afetou o planejamento de ações para a Operação RS Verão Total 2020/2021?
Vieira - No ano passado, começamos a trabalhar a organização da Operação no final do mês de novembro. Este ano, em razão da pandemia, o decreto do governador que atribui ao gabinete do vice-governador a coordenação executiva da operação é do dia 7 de setembro, e desde então já fizemos várias reuniões com todos os órgãos. O que é a operação? É a transferência de serviços públicos estaduais para o Litoral Norte, exatamente pelo aumento de pessoas no litoral durante a tarefa. A prestação de segurança, saúde e todas as áreas tem que ser multiplicada, porque multiplicado é o número de pessoas que transitam lá. Estamos vendo essa questão do aumento de efetivo comparativamente com o ano passado em razão da possibilidade do aumento de pessoas. Paralelamente a isso, temos os protocolos de saúde necessários, pois a pandemia não terminou, e muitas vezes a pessoa pode ter a sensação equivocada de que, estando à beira-mar, estando em férias, estando no litoral, não precisa tomar os cuidados. Isso nós vamos enfatizar muito, inclusive nossa campanha publicitária da Operação vai tocar muito na questão da necessidade dos equipamentos de proteção individual.
JC - Quais os desafios de elaborar a Operação RS Verão Total em um período como o atual?
Vieira - Várias secretarias de Estado tem uma série de ações durante o verão nas praias. Um exemplo: o Corpo de Bombeiros Militar tem um projeto com crianças no verão, o Bombeiro Militar Mirim. Mandaram para o gabinete um planejamento dessas ações, e eu remeti para a Secretaria da Saúde a fim de efetuar todos os protocolos sanitários que deve ter essa ação. A Corsan faz arenas com jogos à beira-mar e brinquedos para crianças. Recebi o planejamento e vai pra secretaria da saúde para adequação de todos os protocolos. Outras ações: shows à beira mar, serão possíveis ou não? Nós tínhamos uma ideia de, na abertura fazer, um show no final do dia com música, isso está sendo avaliado pela área sanitária, possivelmente não faremos. Tudo que nós fizemos depende dessa avaliação técnica de saúde. E todos os demais procedimentos vão seguir, da mesma forma que tem na Capital vai ser a mesma coisa no litoral, o que se aplica aqui se aplica lá. A necessidade do uso de máscara: na beira da praia vai ter que usar máscara, é lógico. "Ah, mas vai tomar banho, mergulhar de máscara"? Claro que não, vai tirar pra mergulhar. E também evitar aglomerações - como sempre, buscando sempre a conscientização das pessoas. Nós partimos sempre com a ideia do diálogo, da conscientização, e é isso que queremos fazer ao longo da Operação Verão.