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Economia

- Publicada em 06 de Novembro de 2020 às 19:49

Presidente da Embratur quer retomar divulgação internacional do Brasil

Segundo Machado Neto, planos envolvem criação de escritórios e parcerias com empresas privadas

Segundo Machado Neto, planos envolvem criação de escritórios e parcerias com empresas privadas


MARCELO BELEDELI/ESPECIAL/JC
Marcelo Beledeli
A Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo) já planeja o retorno da divulgação do Brasil como destino turístico internacional, atividade que havia sido paralisada durante a pandemia de Covid-19. Entre os planos estão a criação de escritórios da agência no exterior e realização de parcerias com a iniciativa privada para trazer turistas a destinos brasileiros.
A Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo) já planeja o retorno da divulgação do Brasil como destino turístico internacional, atividade que havia sido paralisada durante a pandemia de Covid-19. Entre os planos estão a criação de escritórios da agência no exterior e realização de parcerias com a iniciativa privada para trazer turistas a destinos brasileiros.
O presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, esteve nesta sexta-feira (6) na Feira Internacional de Turismo de Gramado (Festuris), onde destacou as metas da empresa para reativar a divulgação do Brasil como destino turístico no período pós-pandemia. A agência prevê a abertura de ao menos cinco escritórios de promoção turística: Argentina (para centralizar ações na América do Su); EUA (para operar na América do Norte e Caribe); Emirados Árabes Unidos (para o Oriente Médio); China (operando no restante da Ásia); e Europa.
Além disso, são planejadas parcerias com empresas privadas internacionais, visando à atração de turistas para destinos brasileiros. “Vamos fazer os contratos com eles com base em metas. Eles terão um número definido de turistas que deverão trazer para o Brasil”, explicou Machado Neto. Segundo o presidente da Embratur, companhias aéreas seriam um dos focos dessas parcerias.
No momento, a Embratur está impedida de operar no exterior devido à Lei 14.002/2020, aprovada em maio, que barra a agência de atuar na promoção brasileira no exterior até seis meses depois do fim do estado de emergência no Brasil devido à pandemia. Até lá, a Embratur deve cuidar exclusivamente da promoção dos destinos brasileiros para o mercado interno. No entanto, já existem negociações com parlamentares para alterar essa condição. “Queremos que o Congresso retire a palavra ‘exclusivamente’ do texto, liberando nossa atuação”, explicou o presidente da agência.
Segundo Machado Neto, o Congresso acabou prejudicando a Embratur, ao vetar, na Lei 14.002, a possibilidade de financiamento da agência com parte de uma contribuição paga pelas empresas para o Sistema S, e que é destinada principalmente ao Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Com isso, a agência perdeu cerca de R$ 600 milhões. Agora, a a principal fonte de financiamento da Embratur é o Fundo Geral de Turismo (Fungetur), que passa a receber o adicional da tarifa de embarque internacional, antes direcionado ao Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC).
A agência também pode ser financiada por convênios, parcerias, acordos e contratos celebrados com organismos internacionais. Outras fontes de recursos são a venda e o aluguel de bens móveis e imóveis, assim como a renda obtida com a distribuição e a divulgação da “Marca Brasil” (por meio de licenças de cessão de direitos de uso).
“Estamos sobrevivendo com R$ 300 milhões. No entanto, o mínimo que a Embratur precisa para botar o Brasil na prateleira de destinos turísticos mundiais são US$ 120 milhões (em torno de R$ 600 milhões)”, afirma Machado Neto. O presidente da Embratur lembra que estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que, de cada US$ 1 dólar investido em promoção turística, US$ 23 retornam ao Brasil.
De acordo com Machado Neto, em 2019 o Brasil recebeu apenas 6,5 milhões de turistas, enquanto enviou 11 milhões para o Exterior. “Enquanto o brasileiro deixa US$ 19 bilhões em outros países, os estrangeiros gastam apenas R$ 6 bilhões a US$ 7 bilhões aqui”, destacou. Em comparação, o México recebe R$ 35 milhões de turistas por ano, sendo 15 milhões apenas em Cancún. “Mas eles possuem US$ 500 milhões para divulgação internacional”, afirma.
O presidente da Embratur destacou que o setor turístico no Brasil tem grande potencial para crescer após a pandemia, especialmente devido à grande oferta que o País apresenta no segmento de destinos relacionados à natureza. “As pessoas procuram mais roteiros ao ar livre, que não geram preocupação com distanciamento. Antes da pandemia, 10% das consultas mundiais no Google sobre turismo eram sobre roteiros naturais. Hoje, já são 54%”, afirmou.
Agência buscará incentivar turismo regional e feiras agropecuárias
Enquanto não pode fazer promoção no exterior, a Embratur se dedica à divulgação de roteiros nacionais, buscando reativar o setor durante a pandemia. A agência deverá investir em campanhas para promover o turismo de proximidade, em que o turista visita destinos que ficam até 300 quilômetros de sua residência, e que não envolvem grandes deslocamentos.
Além disso, em conjunto com o Ministério da Agricultura, é previsto, a partir de 2021, uma campanha de divulgação das feiras agropecuárias de todo o País. “Queremos promover as festas rurais, destacando as vocações agrícolas e pecuárias das regiões. Também planejamos para que, nesses eventos, ocorram festivais que incentivem os músicos locais, valorizando nossas várias culturas”, afirmou.
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