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Economia

- Publicada em 04 de Novembro de 2020 às 18:51

Atenta à eleição nos EUA, B3 fecha em alta de 1,97%

Em reunião com chefes dos Poderes, Leite diz que RS precisa focar em gerar receita

Em reunião com chefes dos Poderes, Leite diz que RS precisa focar em gerar receita


ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/FOLHAPRESS/JC
Agência Estado
Os mercados globais reagiram de forma positiva aos sinais de que a Casa Branca tende a mudar de inquilino em 2021, com a saída de cena do "America First" em interlúdio de apenas um mandato e, mais do que isso, o retorno ao comando da maior economia do mundo de um político tradicional, democrata de centro que pouco se movimentou em campanha eleitoral marcada por pandemia fora de controle e regressão da popularidade de quem surpreendeu em 2016 com a retórica antissistema. Assim, em Nova York os ganhos chegaram hoje a 3,85% no fechamento do Nasdaq enquanto, na B3, o Ibovespa encerrou em alta de 1,97%, aos 97.866,81 pontos, com máxima nesta quarta-feira a 98.296,35 pontos. Reforçado como ontem, o giro financeiro totalizou R$ 29,4 bilhões; na semana, o índice avança 4,17%.
Os mercados globais reagiram de forma positiva aos sinais de que a Casa Branca tende a mudar de inquilino em 2021, com a saída de cena do "America First" em interlúdio de apenas um mandato e, mais do que isso, o retorno ao comando da maior economia do mundo de um político tradicional, democrata de centro que pouco se movimentou em campanha eleitoral marcada por pandemia fora de controle e regressão da popularidade de quem surpreendeu em 2016 com a retórica antissistema. Assim, em Nova York os ganhos chegaram hoje a 3,85% no fechamento do Nasdaq enquanto, na B3, o Ibovespa encerrou em alta de 1,97%, aos 97.866,81 pontos, com máxima nesta quarta-feira a 98.296,35 pontos. Reforçado como ontem, o giro financeiro totalizou R$ 29,4 bilhões; na semana, o índice avança 4,17%.
"A falta de uma diretriz clara quanto à pandemia contribuiu para reunir em Trump três características indesejáveis aos olhos do mercado: risco, incerteza e imprevisibilidade. Biden é, de certa forma, um retorno à normalidade. Tende a elevar impostos sem os exageros de Obama, colocando mais dinheiro na mão do consumidor e induzindo uma recuperação econômica pela demanda. No longo prazo, com a retomada da economia e da arrecadação, o orçamento vai se reequilibrando", aponta Rodrigo Franchini, sócio e head de produtos na Monte Bravo Investimentos. "Não teve onda azul, mas, salvo surpresa de última hora, parece que Biden vai ganhar mesmo: a vitória de quem jogou praticamente parado, enquanto Trump se enforcava."
"Sem a novidade de 2016 contra o sistema, Trump pouco conseguiu se diferenciar de Biden. É uma mudança positiva, na medida em que o republicano favoreceu o protecionismo, acirrou demais a disputa com a China e ao mesmo tempo se afastou da Europa, aliada tradicional. Biden deve reconstruir pontes, não deixando o Brasil fora disso. Mas o governo precisa fazer sua parte, ajustando atitudes, após ter transformado uma preferência pessoal (por Trump) em política de Estado", acrescenta o gestor.
O fato de a onda azul não ter se materializado - sem que os democratas formem maioria tanto na Câmara como no Senado - é de certa forma positivo ao Brasil, na medida em que retira força da guinada ambientalista defendida pelo entorno de Biden e assumida pelo candidato democrata. "Ainda assim, não dá para desprezar a força da retórica, da liderança pela palavra, que Biden sem dúvida exercerá em matéria ambiental. Precisamos corrigir o rumo", observa Franchini, chamando atenção para a crescente força da sigla ESG (meio ambiente, social e governança) na formatação de fundos e instrumentos de investimento.
"Leva algum tempo para que a eleição de um presidente americano impacte um país como o Brasil, mas, caso se confirme a vitória de Biden, tende a pôr freio aqui à linha ambiental de Bolsonaro, e isso pode ser bom, considerando que o setor mais promissor aqui, o agronegócio, pode ser afetado no longo prazo pelo desrespeito ao meio ambiente", observa Eduardo Cavalheiro, sócio-gestor da Rio Verde Investimentos. "A alta das bolsas vista hoje foi uma celebração, em especial na Europa, onde o convívio dos governos com Trump estava muito difícil. Com Biden, mesmo em relação à China, deve haver uma recomposição, em atuação mais coordenada com o bloco ocidental", acrescenta o gestor.
Para Roberto Indech, estrategista-chefe da Clear Corretora, eventual confirmação da vitória democrata pode envolver também efeitos adversos. "Pensando nas BDRs de tecnologia (Apple, Google, Amazon etc) caso Biden saia vencedor, o resultado pode ter repercussão negativa", na medida em que tais empresas "podem ser prejudicadas por uma possível regulação prometida pelo novo presidente".
Não havendo breve definição do vencedor - cenário que se desenha com a inclinação de Trump a recorrer à Justiça como cartada final, além da possibilidade de recontagem em estados com margens muito estreitas -, a incerteza poderia se instalar por "semanas ou até meses". "Isso levaria a uma indefinição do resultado prolongada e, como sabemos, os mercados não gostam de indefinições", acrescenta o estrategista.
No entanto, o sentimento que prevalecia desde o início da apuração, do "too early to call", deu espaço a avanço democrata, embora menos intenso do que se chegou a prever - o que não chega a ser ruim. "Caso venha a se confirmar, não será uma vitória de lavada, com carta branca para o novo presidente fazer o que quiser. Questões como aumento de impostos continuarão a precisar passar por um Congresso dividido, sem maioria democrata em ambas as casas. Isso também foi celebrado hoje pelos mercados", diz Cavalheiro, da Rio Verde.
Nesta quarta-feira de celebração na B3, as perdas se concentraram no setor que havia sido o campeão do dia anterior: siderurgia. Após terem segurado a ponta positiva ontem, empresas como CSN e Gerdau PN fecharam hoje em queda, respectivamente, de 4,24% e 3,88%. No lado oposto, Cyrela subiu 7,27%, seguida por Lojas Renner (+6,96%) e B2W (+6,59%). Entre as commodities, Vale ON cedeu 2,78%, enquanto Petrobras PN e ON encerraram em alta de 0,36% e 0,46%, respectivamente. Entre os bancos, o desempenho também foi misto, com Itaú PN em alta de 3,99% e BB ON, de 0,73%, com Santander em baixa de 2,27% e Bradesco PN, de 0,72%.
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