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Economia

- Publicada em 08 de Outubro de 2020 às 03:00

Em prévia, deputados europeus rejeitam acordo entre União Europeia e Mercosul

A maioria dos eurodeputados aprovou texto em que afirma que o acordo entre União Europeia e Mercosul não pode ser ratificado "como está". Em versão original do novo texto, o Parlamento afirmava estar "extremamente preocupado com a política ambiental de Jair Bolsonaro, que vai contra os compromissos do Acordo de Paris, em particular no combate ao aquecimento global e à proteção à biodiversidade".
A maioria dos eurodeputados aprovou texto em que afirma que o acordo entre União Europeia e Mercosul não pode ser ratificado "como está". Em versão original do novo texto, o Parlamento afirmava estar "extremamente preocupado com a política ambiental de Jair Bolsonaro, que vai contra os compromissos do Acordo de Paris, em particular no combate ao aquecimento global e à proteção à biodiversidade".
"Nessas circunstâncias, o acordo UE-Mercosul não pode ser ratificado como está", conclui a alteração proposta pela eurodeputada francesa de centro Marie-Pierre Vedrenne. A rejeição ao tratado foi mantida no texto final, mas a menção a Bolsonaro foi retirada. O trecho foi incluído no parágrafo 36 do projeto de relatório (leia completo) de Jörgen Warborn sobre a implementação da política comercial comum, de 2018, com a aprovação de 345 eurodeputados em votação nesta terça-feira. Houve 56 abstenções e 295 foram contra.
A emenda não significa um veto ao tratado, que ainda não foi oficialmente submetido ao Parlamento, mas mostra pela primeira vez que a maioria dos eurodeputados resiste à ideia de aprová-lo. Com o crescimento das mudanças climáticas entre as preocupações dos eleitores europeus, questões ambientais têm sido defendidas por vários partidos, além dos Verdes. Votaram pelo texto sociais-democratas, centristas do grupo Renova Europa e membros do bloco Partido do Povo Europeu, de centro-direita.
A crescente animosidade em relação ao desmatamento e incêndios na Amazônia e no Pantanal e à gestão Bolsonaro praticamente inviabilizam a assinatura de um acordo antes de 2022, afirmam analistas. "Até mesmo a Alemanha, antes grande defensora do tratado de livre comércio, já expressa dúvidas", diz Filipe Gruppelli Carvalho, analista para o Brasil da consultoria Eurasia.
Iniciadas em 1999, as negociações entre os dois blocos foram concluídas em meados do ano passado, e em julho a Comissão afirmou esperar encaminhar o texto ao Parlamento neste mês. A revisão jurídica, porém, ainda não foi concluída, segundo a UE, e o tratado ainda precisa ser traduzido nas 23 línguas oficiais do bloco antes de seguir para votação no Conselho Europeu (que reúne os líderes dos 27 membros), no Parlamento Europeu e, em sua forma atual, nos parlamentos nacionais e regionais.
Na tramitação prevista, se for rejeitado em qualquer uma dessas instâncias, o acordo volta à estaca zero. As equipes técnicas não têm prazo para terminar a preparação final do documento, e a comissão deve ganhar o máximo de tempo possível para tentar estimular a cooperação brasileira e apaziguar a oposição interna.
 
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