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Economia

- Publicada em 07 de Outubro de 2020 às 03:00

Poupança supera a captação de R$ 1 trilhão

Modalidade cresce apesar da rentabilidade atrelada à TR, hoje zerada

Modalidade cresce apesar da rentabilidade atrelada à TR, hoje zerada


/FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
O saldo total aplicado na caderneta de poupança alcançou pela primeira vez na história a marca de R$ 1 trilhão em setembro, segundo dados divulgados pelo Banco Central. Benefícios do governo, como saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e o auxílio emergencial, podem explicar o movimento de alta nos depósitos durante a pandemia, já que são pagos por meio de conta-poupança digitais da Caixa Econômica Federal. No mês, os depósitos em caderneta poupança superaram os saques em R$ 13,2 bilhões.
O saldo total aplicado na caderneta de poupança alcançou pela primeira vez na história a marca de R$ 1 trilhão em setembro, segundo dados divulgados pelo Banco Central. Benefícios do governo, como saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e o auxílio emergencial, podem explicar o movimento de alta nos depósitos durante a pandemia, já que são pagos por meio de conta-poupança digitais da Caixa Econômica Federal. No mês, os depósitos em caderneta poupança superaram os saques em R$ 13,2 bilhões.
O mês de setembro também foi o sétimo consecutivo em que houve registro de depósitos líquidos. Em março, quando a pandemia do novo coronavírus fez com que o isolamento social se intensificasse, com reflexos sobre a atividade econômica, as famílias haviam depositado R$ 12,169 bilhões líquidos na poupança. Em abril, foram R$ 30,459 bilhões; em maio, R$ 37,201 bilhões; em junho, R$ 20,534 bilhões; em julho, R$ 28,144 bilhões; e em agosto, R$ 11,403 bilhões.
Esta corrida para a caderneta é justificada pela postura das famílias em relação à crise e pelas ações do governo para manter a renda da população.
Nos últimos meses, o BC vem citando, por meio de documentos oficiais, que existe o risco de que a pandemia aumente a "poupança precaucional" no Brasil. Em outras palavras, o Banco Central vê o risco de que as famílias, com medo do desemprego e da redução da renda, aumentem depósitos em aplicações como a caderneta de poupança, para formar um "colchão" em caso de emergências. Isso é visto com ressalvas, porque mais dinheiro na poupança significa menos consumo - e ainda mais dificuldades para as empresas brasileiras.
O pagamento do auxílio emergencial à população de baixa renda nos últimos meses, no valor de R$ 600, é outro fator que contribuiu para o aumento dos depósitos na poupança. Os depósitos começaram a ser feitos em 9 de abril e parte deles segue depositada na poupança, por precaução. Além disso, o governo já começou a depositar na conta dos beneficiários a extensão do auxílio emergencial, no valor de R$ 300. Este valor continuará a ser depositado até o fim deste ano.
Os números de setembro mostram que os depósitos brutos na caderneta foram de R$ 294,015 bilhões, enquanto os saques atingiram R$ 280,787 bilhões. No ano até setembro, a poupança acumulou depósitos líquidos de R$ 137,211 bilhões. Chama a atenção o fato de que a poupança vem recebendo depósitos líquidos nos últimos meses a despeito de sua rentabilidade estar cada vez menor. Atualmente, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic (a taxa básica de juros). A Selic, por sua vez, está em 2,00% ao ano, no menor patamar da história. Na prática, a remuneração atual da poupança é de 1,4% ao ano - um percentual que pode nem mesmo compensar a inflação corrente.
Esta regra de remuneração da poupança vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).
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