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Economia

- Publicada em 02 de Outubro de 2020 às 16:32

Formatura de 257 agentes da Polícia Civil causa indignação e revolta de representantes do setor de eventos

Solenidade foi realizada na quinta-feira (1), no auditório do Palácio da Polícia, em Porto Alegre

Solenidade foi realizada na quinta-feira (1), no auditório do Palácio da Polícia, em Porto Alegre


GUSTAVO MANSUR/PALÁCIO PIRATINI/DIVULGAÇÃO/JC
Fernanda Crancio
Ainda impedidos de promover eventos sociais como formaturas, aniversários e casamentos, o setor de eventos gaúcho demonstrou indignação, nesta sexta-feira (2), com a realização de cerimônia de formatura de 257 agentes da Polícia Civil, ocorrida na quinta-feira (1). A solenidade, no auditório do Palácio da Polícia, foi organizada pela corporação e teve como paraninfo o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, no exercício do cargo de governador, função que assume até domingo (4).
Ainda impedidos de promover eventos sociais como formaturas, aniversários e casamentos, o setor de eventos gaúcho demonstrou indignação, nesta sexta-feira (2), com a realização de cerimônia de formatura de 257 agentes da Polícia Civil, ocorrida na quinta-feira (1). A solenidade, no auditório do Palácio da Polícia, foi organizada pela corporação e teve como paraninfo o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, no exercício do cargo de governador, função que assume até domingo (4).
A cerimônia ocorreu no mesmo dia em que representantes de casas de festas infantis, de casa de bailes e espetáculos e do tradicionalismo reuniram-se com a Secretaria de Saúde e equipe dos Comitês de Dados e de Crise do governo do Estado, por solicitação do presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo, para tratar dos próximos eventos-testes que colocarão em prática os protocolos sugeridos pelo segmento.
Esse encontro, que teve momentos de tensão entre os participantes, buscava demonstrar ao Executivo que os promotores de eventos estão organizados e cientes das medidas de prevenção que devem ser consideradas para uma futura e gradual liberação de festividades, shows e bailes e, diante disso, não entendem a demora para a flexibilização das atividades. No entanto, foi marcado por muitos conflitos e terminou sem avanços, com novos encontros agendados para a próxima semana para apresentação dos novos projetos-piloto, que deverão ser promovidos até o final de outubro.
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Cerimônia teve como paraninfo o governador em exercício, Ranolfo Vieira Júnior. Crédito: Gustavo Mansur/Palácio Piratini/JC
Diante da permanência do impasse com o Executivo, as fotos e vídeos da formatura dos agentes decepcionou e frustrou o setor, há quase sete meses impossibilitado de trabalhar. "Nos sentimos completamente desrespeitados, estamos indignados e cada vez mais desgastados. O Estado nos impõe proibições para um monte de coisas e, ao mesmo tempo, ele mesmo promove uma formatura, evento ainda proibido por decisão da própria gestão", desabafa Rodrigo Machado, um dos coordenadores do Grupo Live Marketing, que representa promotores de eventos.
O desabafo é compartilhado por outras categorias do segmento. "Essa formatura nos deixa ainda mais chateados, tristes e até humilhados, pois algumas coisas parecem que podem acontecer, enquanto nosso setor está inviabilizado de voltar. Temos capacidades de fazer eventos bem organizados, sabemos que não voltaremos mais ao que era antes e queremos preservar as vidas, mas também precisamos trabalhar para vivermos. Fica a nossa indignação por esperar mais 15, 20 dias para aprovação de projetos e, quem sabe, um novo decreto. A classe está muito indignada", ressalta Marconi Voss, representante da União das Bandas de Baile do Estado e integrante do Movimento Unidos pela Volta do Entretenimento do RS.
Por meio de Carta Aberta às autoridades, o Grupo Live Marketing taxou de "chocantes" as fotos da formatura e reforçou os sentimentos de "vergonha, humilhação e revolta". "E as perguntas que seguiram foram: Porque eles podem? Quem autorizou? E nós? Gostaríamos que os senhores e senhoras se colocassem em nossos lugares. Estamos sim indignados. Não há outra expressão que dê conta da revolta causada em ver tais registros fotográficos, ainda mais, oriundos de um órgão do Estado.", diz trechos da nota, que aponta ainda os seis meses sem trabalhar e as inúmeras reuniões para obter retorno do Executivo às demandas do setor.
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Foto oficial com os formandos foi feita no pátio do Palácio da Polícia, com participação de autoridades. Crédito: Reprodução/JC
No Palácio Piratini, a realização da solenidade teria surpreendido até mesmo alguns nomes envolvidos há meses nas tratativas para flexibilização de eventos, como a coordenadora do Comitê de Dados, Leany Lemos, e o secretário de Planejamento, Claudio Gastal. No entanto, a manifestação oficial da assessoria do vice-governador aponta que a formatura não caracteriza evento social, mas sim solenidade oficial de juramento de novos policiais. Por meio de nota, a Polícia Civil esclareceu que a cerimônia de formatura de escrivães e inspetores "é ato solene e condição legal para colher o juramento dos alunos, com vistas a torná-los aptos para nomeação e posse".
Complementou ainda que seguem proibidas, por meio de decreto estadual, "as atividades presenciais de capacitação, de treinamento ou de eventos coletivos realizados pelos órgãos ou entidades da administração pública estadual direta e indireta que impliquem a aglomeração de pessoas, bem como a participação de servidores e empregados públicos em eventos ou em viagens internacionais ou interestaduais", mas que não se aplica a determinação "aos cursos e demais atividades presenciais promovidos pelas Academias ou Escolas oficiais vinculadas à Secretaria da Segurança Pública.”
Segundo a corporação, "a normativa é clara ao permitir a realização das atividades presenciais para o treinamento, capacitação ou eventos coletivos que estejam afeitos aos Cursos de Formação Profissional da área da Segurança Pública, em Escola Oficial, como é a Escola de Governo Acadepol". Foi frisado ainda que a solenidade foi realizada mediante "todas as medidas sanitárias previstas em lei e em atos regulamentares". Segundo o texto, no espaço fechado ficaram somente os 16 representantes das turmas e as autoridades, com os demais alunos em área externa e protegidos por estrutura montada por conta do mau tempo. "Não houve convidados presenciais, sejam eles familiares ou outras autoridades, portanto não pode ser caracterizado como um evento aberto ao público. Todas as pessoas que ingressaram no espaço aberto e externo e no espaço interno tiveram sua temperatura medida e utilizaram constantemente álcool 70% para higienização das mãos", finaliza a nota.
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