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Economia

- Publicada em 22 de Setembro de 2020 às 18:17

Descontente com decreto, setor de eventos cobra liberação de bailes e shows

Representantes da área de shows e espetáculos realizarão manifestações para cobrar solução do governo

Representantes da área de shows e espetáculos realizarão manifestações para cobrar solução do governo


BANDA ROTA LUMINOSA/ DIVULGAÇÃO/JC
Fernanda Crancio
Publicado pelo governo gaúcho nesta terça-feira (22), o decreto que autoriza a realização de algumas modalidades de eventos corporativos em todo o Rio Grande do Sul desagradou o setor, que não esperava as limitações de público e de trabalhadores impostas pelo Executivo, e ainda cobra a liberação de atividades de entretenimento com restrições, como espetáculos e shows, por serem as que mais movimentam recursos e geram empregos no segmento.
Publicado pelo governo gaúcho nesta terça-feira (22), o decreto que autoriza a realização de algumas modalidades de eventos corporativos em todo o Rio Grande do Sul desagradou o setor, que não esperava as limitações de público e de trabalhadores impostas pelo Executivo, e ainda cobra a liberação de atividades de entretenimento com restrições, como espetáculos e shows, por serem as que mais movimentam recursos e geram empregos no segmento.
Embora reconheçam que a publicação do decreto representa um importante passo para desencadear a desejada retomada gradual do setor, parado há mais de seis meses, representantes da área criticam o fato de a regulamentação impor um teto máximo de participantes nos eventos- entre trabalhadores e público, que varia de 100 a 300 pessoas- , já que os protocolos sugeridos pelo setor consideravam um percentual de acordo com a lotação de cada casa de evento. "Essa imposição de teto máximo bateu no setor como uma migalha, porque eventos para 300 pessoas têm os mesmos custos de um evento para um público maior, e, dessa forma, vão acabar não acontecendo. Limitar o teto ficou muito ruim", analisa um dos coordenadores do Grupo Live Marketing RS, Rodrigo Machado, que capitaneou a elaboração do protocolos junto ao governo.
Segundo ele, há muita insatisfação dos profissionais do meio com as regras apresentadas pelo governo. "Um show, por exemplo, é um dos eventos que mais movimenta colaboradores e gera renda para as pessoas do segmento, e isso segue inviabilizado, é uma matemática que não fecha pra nós. O decreto foi como ganhar uma bala e ter de comê-la se tirar o papel" , reforça Machado.
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Eventos-teste chegaram a ser realizados na Capital, para mostrar a possibilidade de adequar as atividades ao atual momento. Crédito: Joyce Rocha/JC
O grupo Live Marketing RS chegou a promover eventos-teste em Porto Alegre, para mostrar a possibilidade de retomar congressos, feiras, shows e espetáculos com responsabilidade e adequações necessária para prevenção e controle da disseminação da Covid-19.
Representante da União das Bandas de Baile do Estado, Marconi Voss, vocalista da Banda Rota Luminosa, de Tucunduva, defende a possibilidade de serem liberadas apresentações musicais em salões e clubes sem pista de dança, mediante normas de segurança, cuidados sanitários e limitação e distanciamento de pessoas, para permitir que as bandas voltem a trabalhar. Segundo ele, há mais de 2 mil bandas musicais e tradicionalistas sem atuar desde março no Rio Grande do Sul. "Para nós a parada determinada pelo governo foi cedo demais, não temos mais como suportar quase sete meses assim. Tentamos mobilizar o comitê de crise para realizarmos um evento-teste para mostrar que temos como voltar com restrições, mas ainda aguardamos retorno", disse.
O segmento defende a possibilidade de promover eventos em cidades com bandeira amarela e laranja do distanciamento controlado, com teto de 50% e 75% de público, respectivamente, de acordo com a classificação de risco da região. "Queremos ter a oportunidade de trabalhar e das pessoas voltarem a se divertir, com distanciamento, sem dança, com venda de ingressos limitados e toda a organização necessária. Por que um shopping pode aglomerar gente e um evento organizado não pode ocorrer?", questiona o músico, que também aponta a realização de eventos clandestinos em diversas partes do Estado, sem a mínima segurança e controle.
Para expressar o descontentamento do segmento, duas mobilizações estão sendo organizadas. No domingo (27), a partir do meio-dia, músicos e representantes de bandas de baile e grupos tradicionalistas farão uma concentração no estacionamento do Parque da Harmonia para cobrar a liberação de eventos com restrições. Na segunda-feira (28), a partir das 9h, o mesmo grupo pretende sair do local em caminhada até o Palácio Piratini, onde espera ser recebido pela equipe do governo para tratar da questão. Chamada de "Grande Manifestação pela Volta do Entretenimento", o movimento é denominado Unidos pela Volta do Entretenimento do RS e integra Sindiclubes, Associação dos Músicos do RS (Assmusr), União das Bandas de Baile, Associação Gaúcha de DJs, Confraria da Música, União das Casas de Festas e Eventos e Sociedade Amigos de Capão da Canoa (SACC), representando as associações de clubes do Litoral Norte.
A defesa do setor conta com um aliado de peso, o presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo, que tem adotado postura ativa junto ao segmento e crítica em relação à condução da questão pela administração estadual. Polo comenta que os profissionais de eventos e entretenimento reconheceram a necessidade de paralisar as atividades desde março, sendo inclusive o primeiro segmento impactado pelas medidas de isolamento no Estado, mas defende a necessidade de avançar para uma retomada com limitação de público e protocolos específicos. "Acreditamos que é possível a volta de eventos, shows e bailes com o estabelecimento de protocolos de segurança. Esse pessoal parado não aguenta mais, é injusta essa situação que eles passam, diante de tantos setores já funcionando. Precisamos achar uma solução, porque a vida dessas pessoas precisa gradualmente voltar ao normal", enfatiza o presidente.
Polo tem tratado da questão diretamente com o governador Eduardo Leite e, nesta terça-feira, conversou com chefe do Executivo e com o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior sobre o decreto recém-publicado. Segundo o deputado, o governo sinalizou com a possibilidade de avançar na questão e reduzir as limitações a algumas atividades até o início de outubro. "Estamos solidários a esses profissionais e batalhando para obtermos uma solução de retorno das atividades, para dar oportunidade de trabalho a essas milhares de pessoas. A pior coisa que pode ocorrer é não ter expectativa após quase sete meses", complementa Polo.
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