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Economia

- Publicada em 11 de Setembro de 2020 às 03:00

Bolsa cai 2,43% e atinge menor nível desde julho


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Comportadas pela manhã, as perdas do Ibovespa se acentuaram a partir do meio da tarde, levando o índice abaixo dos 99 mil no ponto inferior do dia - também em Nova York a situação terminou negativa, com o Nasdaq mais uma vez à frente, em ajuste superior a 2% na mínima desta quinta-feira.

Comportadas pela manhã, as perdas do Ibovespa se acentuaram a partir do meio da tarde, levando o índice abaixo dos 99 mil no ponto inferior do dia - também em Nova York a situação terminou negativa, com o Nasdaq mais uma vez à frente, em ajuste superior a 2% na mínima desta quinta-feira.

Além das preocupações em torno de nova operação policial na Petrobras, que contribuía desde cedo para ajuste nas ações da empresa, a aversão a risco se intensificou em Nova York, com a percepção de que o impasse entre democratas e republicanos no Congresso dos EUA impedirá novos estímulos fiscais ainda este ano - a proposta de US$ 300 bilhões apresentada pelos republicanos foi rejeitada pelos rivais.

Assim, o Ibovespa fechou em baixa de 2,43%, aos 98.834 pontos, no menor nível desde 13 de julho (98.697 pontos). No agregado, o índice da B3 cede agora 2,38% na semana e vira para o negativo no mês, em perda de 0,54% em setembro - no ano, cede agora 14,54%. Foi o primeiro fechamento abaixo dos 100 mil neste mês de setembro. O giro financeiro ficou em R$ 27,6 bilhões.

"Está faltando dinheiro novo - tem muita gente comprada e o estrangeiro não está vindo. Se não houver um 'driver' diferente, continuaremos neste patamar lateral, entre 98,5 e 103 mil pontos", afirma Márcio Gomes, analista da Necton, referindo-se ao fluxo negativo dos estrangeiros no ano, incluídas aí operações de IPO e follow on. "Quando as coisas parecem melhorar um pouco, vem uma notícia negativa, estimulando a aversão a risco e a volatilidade. O momento é de seletividade, de garimpo mesmo, para se procurar uma oportunidade fora do radar. As blue chips, que são as queridinhas da grande massa, estão em correção", acrescenta o analista.

Neste contexto, o Ibovespa começou a acentuar perdas pouco antes das 15h30, renovando desde então mínimas abaixo dos 100 mil pontos, em paralelo ao aprofundamento da queda em Petrobras (PN -2,68% e ON -3,78% no fechamento), assim como em Vale ON (-2,45%) e no setor de bancos (Bradesco PN -3,29%), o de maior peso na composição do índice e que permanece contido por uma perspectiva de redução dos spreads e de aumento em provisões ante inadimplentes.

O câmbio passou boa parte do tempo ao largo do nervosismo que tomou conta dos demais mercados na tarde desta quinta-feira, à medida que as bolsas americanas pioravam, após o partido democrata barrar nova proposta dos republicanos. Após cair para a mínima diária de R$ 5,26 nos negócios da manhã, o dólar à vista fechou em R$ 5,3188, com alta de 0,39%.

De acordo com o CEO da BGC Liquidez, Erminio Lucci, após chegar perto dos R$ 5,60 em meados de agosto, a volatilidade do câmbio caiu nos últimos dias e o dólar tem se estabilizado na casa dos R$ 5,30. "O câmbio já precificou muita notícia ruim", destacou ele, citando entre os fatores o baixo crescimento este ano, o aumento de gastos com o auxílio emergencial e o fiscal deteriorado este ano e em 2021.

Para o real se fortalecer, seria preciso, por exemplo, a melhora dos indicadores da economia mundial e doméstica, assumindo que o governo mantenha seu compromisso fiscal, ressalta.

"Ao sinalizar que vai investigar o reajuste no preço do arroz, automaticamente, o mercado questiona sobre a agenda liberal", ressalta a economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, sobre uma eventual interferência de Jair Bolsonaro no preço do alimento. "Começa a se materializar uma pegada protecionista, que ganhou coro com o presidente Bolsonaro tomando gosto por medidas populistas por causa da melhora que teve na sua popularidade devido ao pagamento do auxílio emergencial."

De acordo com Fernanda, qualquer sinal que represente um risco à agenda liberal do governo, considerando a situação fiscal do País, tende a pesar. Mesmo com o dólar cedendo nas últimas semanas, ela lembra que o patamar de R$ 5,30 é "bem alto".

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