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Economia

- Publicada em 08 de Setembro de 2020 às 03:00

Falta acesso a crédito para micro e pequena indústria

A falta de acesso ao crédito ainda afeta 81% das micro e pequenas indústrias, apontou o 10º boletim de tendências do setor feito pelo Datafolha a pedido do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria). O número caiu em relação ao levantamento anterior - feito de 6 a 14 de agosto e que apontava que 83% dessas empresas não conseguiam empréstimos -, mas ainda mostra uma piora ante os meses anteriores, quando essa porcentagem alcançou 79% na última quinzena de junho e chegou a cair para 76% no final de julho.

A falta de acesso ao crédito ainda afeta 81% das micro e pequenas indústrias, apontou o 10º boletim de tendências do setor feito pelo Datafolha a pedido do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria). O número caiu em relação ao levantamento anterior - feito de 6 a 14 de agosto e que apontava que 83% dessas empresas não conseguiam empréstimos -, mas ainda mostra uma piora ante os meses anteriores, quando essa porcentagem alcançou 79% na última quinzena de junho e chegou a cair para 76% no final de julho.

"A pesquisa aponta que houve uma melhora em relação à situação financeira dessas companhias com a reabertura da economia, mas existem alguns números que ainda são preocupantes. Existem empresas que até chegaram a conseguir crédito no início da crise, mas cujos recursos já acabaram. E uma em cada quatro ainda usam o cheque especial para honrar compromissos", afirmou o presidente do Simpi, Joseph Couri.

Do universo de entrevistados, 41% afirmaram que a situação financeira da empresa está regular (mesmo percentual da pesquisa anterior), enquanto outros 34% disseram que a situação financeira da companhia está boa ou ótima (contra 30%). Já o número de empresas que consideram que a situação financeira está ruim ou péssima caiu de 29% para 25% na mesma relação.

A pesquisa mostra também que 23% das micro e pequenas indústrias estão usando o cheque especial para honrar seus compromissos, queda de dois pontos percentuais em relação ao levantamento anterior. Os últimos dados do Banco Central, referentes ao mês de julho, apontam que o saldo existente no mercado financeiro para empréstimos de cheque especial corporativo alcançou R$ 6,8 bilhões, o menor patamar da série histórica iniciada em 2007.

"É importante observar que, apesar de o cheque especial ser uma modalidade que caiu bastante para pessoas jurídicas, é o único produto onde é possível perceber uma ascensão significativa de inadimplência desde o início do coronavírus", afirmou o consultor de negócios da Fico, Eduardo Tambellini.

Ainda segundo o BC, a inadimplência da modalidade nos empréstimos para empresas ficou em 22,6% em julho, o maior patamar desde janeiro de 2016 (quando estava em 27,3%). Nesse sentido, a falta de acesso ao crédito pode ser o início de um ciclo de dívidas para as empresas que não tiverem cuidado, afirma Maurício Godoi, professor da Saint Paul Escola de Negócios.

"A situação entre outubro e novembro pode ser crítica, já que além da taxa de juros gigantesca do cheque especial, é um período que coincidirá com início de cobrança das parcelas que foram adiadas no primeiro semestre, com a folha de pagamentos que foi cortada ou suspensa e também com os tributos que foram adiados pelo governo", afirmou Godoi.

No início do ano, os grandes bancos do país e o governo federal tomaram diversas medidas como forma de conter o avanço da crise do coronavírus. Dentre as ações, estavam a liberação de novas linhas de crédito, a possibilidade de suspensão ou corte de salário e jornada e o adiamento e renegociação de dívidas com vencimento no período.

As taxas de juros do cheque especial ficaram em 295,2% ao ano - o equivalente a cerca de 12,13% ao mês. "Também é preciso cuidado porque até agora a economia não recuperou o suficiente para que, em caso de necessidade, haja a possibilidade de uma linha de antecipação de recebíveis", disse Godoi.

Para o gerente executivo de política industrial da CNI (Confederação Nacional da Indústria), João Emílio Gonçalves, a demanda por capital de giro em condições adequadas ainda é muito grande e apesar da espera por mais recursos via Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) - programa de crédito do governo - a expectativa é de que ainda haja uma recuperação desconectada na indústria.

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