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Agronegócios

- Publicada em 16 de Julho de 2020 às 03:00

Exportações de aves e suínos devem fechar ano com recorde

Apesar da alta dos custos, indicadores apontam para cenário positivo

Apesar da alta dos custos, indicadores apontam para cenário positivo


/SECS GOVERNO DO ESTADO DO PARAN/DIVULGAÇÃO/JC
Com as exportações de suínos e aves em alta para mercados tradicionais e novos, o setor de carnes chega ao meio do ano revendo números para cima e colhendo recordes. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) já subiu de 13 milhões de toneladas de toneladas produzidas neste ano para 14 milhões, ou mais. As exportações seguem essa mesma trilha e podem alcançar pela primeira vez 1 milhão de toneladas, 33% a mais que o efetivado em 2019.
Com as exportações de suínos e aves em alta para mercados tradicionais e novos, o setor de carnes chega ao meio do ano revendo números para cima e colhendo recordes. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) já subiu de 13 milhões de toneladas de toneladas produzidas neste ano para 14 milhões, ou mais. As exportações seguem essa mesma trilha e podem alcançar pela primeira vez 1 milhão de toneladas, 33% a mais que o efetivado em 2019.
Até o mercado de ovos, que chegou a faltar nos supermercados no início da pandemia, tal a procura pelo produto, tem dados a celebrar, como a alta de 7% prevista no consumo em 2020. O setor só registrou queda nas exportações, pequenas ainda, porque a demanda interna ainda está muito aquecida.
Ainda que a Covid-19 tenha trazido custos extras de quase R$ 30 milhões ao setor, a indústria não terá muito a se queixar de 2020. Ao menos até o momento, todos os números comerciais apontam para um ano de recordes. O desafio são os custos, especialmente no Rio Grande do Sul, onde a estiagem castigou lavouras e secou grãos.
Na carne suína, a produção prevista para o ano é 4% a 6,5% maior em relação ao efetivado em 2019, alcançando até 4,25 milhões de toneladas. Em junho, as exportações, onde o Rio Grande do Sul é um dos líderes, somam quase 100 mil toneladas em 2020, alta de em 50,4% sobre 2019. No frango, o semestre tem alta de 1,7% em 2020, mesmo com retração pontual das exportações no sexto mês do ano. São 2,1 milhões de toneladas embarcadas entre janeiro e junho deste ano. O carro-chefe, claro, é a Ásia. Além de todas as compras chinesas, se sobressaíram muito as aquisições de Singapura, cidade-Estado que é porta de entrada para a carne brasileira em todo o continente.
"A Peste Suína Africana afetou toda a produção e as compras dos países asiáticos - trade que dita o comportamento das exportações brasileiras e dos demais exportadores internacionais de aves e de suínos. Além de Singapura, que funciona como hub de entrada no continente, Vietnã e Filipinas também registram altas expressivas", ressalta Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA, que assume em breve o comando da entidade, no lugar de Francisco Turra.
Os problemas do setor estão concentrados nos custos elevados de milho e farelo de soja, principais insumos do setor. Como o custo dos grãos teve alta expressiva neste ano e tiveram volume menor com a estiagem, o custo de produção sobe e a necessidade de importações também.
"Apenas no Rio Grande do Sul a estiagem tirou do mercado 13 milhões de toneladas, além do que consumiu em Santa Catarina e Paraná (igualmente grandes produtores de aves e suínos). O nosso consumo nacional é 65 milhões de toneladas irá para 68 milhões. Com tudo isso o estoque final caiu e vai fechar o ano negativo", avalia Turra.

Os principais números do semestre

Carne suína - As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 96,1 mil toneladas em junho. O número supera em 50,4% o volume embarcado no sexto mês de 2019, com total de 63,9 mil toneladas. Em receita, o desempenho mensal registrou alta de 43,4%, com US$ 198 milhões de saldo registrado em junho deste ano, frente a US$ 138,1 milhões em 2019.
No acumulado do ano, as vendas de carne suína seguem 37,01% maior este ano, em comparação com 2019. Foram 479,4 mil toneladas entre janeiro e junho de 2020, contra 349,9 mil toneladas exportadas nos seis primeiros meses do ano passado. Em receita, houve elevação de 52,5% no mesmo período comparativo, com US$ 1,076 bilhão este ano e US$ 705,6 milhões em 2019.
Carro-chefe das exportações brasileiras, as vendas para a Ásia chegaram a 374,5 mil toneladas no primeiro semestre deste ano, saldo 83,1% superior ao registrado em 2019. A China, maior importadora de carne suína do Brasil, foi destino de 230,7 mil toneladas no período (+150,2%). Hong Kong, no segundo posto, importou 18,6% a mais, com 92,9 mil toneladas. Outro mercado de destaque foi Singapura, com 27,8 mil toneladas (+51,6%).
Carne de frango - As exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 341,9 mil toneladas em junho, volume 12,4% menor que o registrado no mesmo período do ano passado, com total de 390,5 mil toneladas. Em receita, o saldo de exportações chegou a US$ 446,5 milhões em junho, número 30,95% menor em relação ao registrado no mesmo período de 2019, com US$ 646,2 milhões.
No acumulado do ano, as vendas do setor se mantiveram positiva em 1,7%, com 2,106 milhões de toneladas embarcadas entre janeiro e junho deste ano, contra 2,072 milhões de toneladas em 2019. No mesmo período, as vendas para o mercado externo geraram receita de US$ 3,144 bilhões, número 8,8% menor em relação ao saldo do primeiro semestre de 2019, com US$ 3,448 bilhões.
Como no setor de suínos, o mercado asiático foi o principal destino das exportações brasileiras - chegaram a importar 837,3 mil toneladas no primeiro semestre, número 15% maior que o efetivado no mesmo período de 2019. Principal destino, as vendas para o mercado chinês seguem positivas, com alta de 32% e embarques de 346,3 mil toneladas entre janeiro e junho de 2020. Singapura, com 67,6 mil toneladas (+49%), Filipinas, com 43,8 mil toneladas (+72%) e Vietnã, com 19,8 mil toneladas (+73%) foram os destaques nas vendas para a região neste ano.
Fonte: ABPA