Segundo o advogado do Sindilojas, Flávio Obino Filho, a extensão do prazo é uma novidade em relação ao Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), programa do governo federal que permite a adoção de redução de jornada e salários por um período de 120 dias.
A suspensão do contrato também pode ser adotada com todos os empregados. No caso de aposentados as empresas ficam obrigadas a pagar em relação ao período prorrogado valor idêntico ao que receberiam do governo caso não estivessem excluídos do benefício.
O acordo firmado entre o Sindilojas e Sindec beneficia empresas que já possuíam acordos coletivos de trabalho ou que façam negociação nesse sentido. O acerto estende a possibilidade de redução de salário e jornada e suspensão para todas as faixas, não ficando limitado aos que ganham até dois salários-mínimos (limite para contratação individual).
Obino Filho explica que a empresa terá que pagar como ajuda de custo o valor que era pago pelo governo. A outra novidade é a possibilidade de pagar apenas 70% do salário nos meses do segundo semestre se a Região Metropolitana estiver com bandeira vermelha ou preta dentro do modelo de distanciamento controlado adotado pelo governo do Rio Grande do Sul.
Os 30% serão pagos a partir de janeiro 2021. "Por exemplo se pagar apenas 70% dos salários de julho, agosto e setembro, estas diferenças serão pagas em janeiro, fevereiro e março", explica o sócio titular da Flávio Obino F° Advogados Associados.
As vantagens alcançam cerca de 500 empresas que estão com acordos coletivos vigentes. "Empresa que não tenha terá que celebrar acordo coletivo com o sindicato dos empregados com a assistência do sindicato patronal", reforça o advogado.
Segundo o presidente do Sindec, Nilton Neco, desde o início da pandemia a entidade está trabalhando na busca de acordos coletivos que protejam o trabalhador e os empregos. "Firmamos acordos antes inclusive da Medida Provisória 936 com redução da jornada e suspensão dos contrato", destaca.
Neco acredita que cerca de 30 mil trabalhadores dos setores de comércio e serviços tenham perdido o emprego em Porto Alegre desde o início da pandemia, de um universo de 150 mil. "Achamos que não é só suprimindo direitos que vamos manter os empregos e as empresas. Os governos de todas as esferas precisam desenvolver políticas públicas que mantenham o capital de giro das empresas para que elas posam sobreviver à crise", afirma o dirigente.