Jefferson Klein
A parada geral de manutenção da linha 2 da planta de celulose da CMPC em Guaíba está prevista para ocorrer na segunda quinzena de julho. A empresa investirá mais de R$ 40 milhões na compra de materiais e na contratação de serviços para a realização da iniciativa. Desse total, aproximadamente 50% dos recursos ficarão com agentes que operam no Rio Grande do Sul e 15% no município de Guaíba.
A parada geral de manutenção ocorre em plantas industriais tendo como foco a realização de inspeções e testes nos equipamentos. A linha 2 da unidade gaúcha da CMPC tem capacidade para produzir até 1,5 milhão de toneladas por ano de celulose. Sua parada deve levar 10 dias e envolverá o trabalho de cerca de 2,5 mil pessoas durante o pico dos serviços.
Uma particularidade dessa próxima parada é que a medida acontece em meio à pandemia de coronavírus. A CMPC está adotando uma série de medidas dentro desse contexto para ir adiante com a operação. Todos os trabalhadores da parada geral irão realizar testes para Covid-19. A pessoa só poderá acessar a empresa se o resultado do exame for negativo. Para os colaboradores de outros estados serão feitos testes antes da viagem de seu local de origem e após sua chegada no Rio Grande do Sul. Sobre o impacto do coronavírus no mercado de celulose, o diretor-geral da CMPC no Brasil, Mauricio Harger, informa que no início da pandemia houve um aumento na demanda dos clientes que produzem papéis para higiene, limpeza e cuidados pessoais. "Já neste momento a demanda voltou ao normal", aponta. Harger diz que a expectativa é fechar o ano com um mercado estável comparado a 2019.
Nessa quinta-feira, o CEO da CMPC, Francisco Ruiz-Tagle, participou de uma videoconferência e destacou as metas globais de sustentabilidade do grupo e a necessidade de ser resiliente nessa nova realidade. "Não podemos esperar que os governos cuidem de todas as necessidades da sociedade" defende o executivo. O dirigente comenta que, por medidas de segurança, houve um aumento no número de pessoas trabalhando remotamente, algo que se mostrou bem-sucedido. Ele ressalta ainda que as empresas buscaram elevar o fornecimento local para garantir a cadeia de suprimentos das operações, ameaçada por restrições à importação de mercadorias por razões sanitárias.
Na área de sustentabilidade, Ruiz-Tagle lembra que, no ano passado, 69% do total de energia consumida pelo grupo CMPC foi proveniente de fontes renováveis. Até 2030, a companhia almeja reduzir em 50% a sua emissão de gases que contribuem para o efeito estufa, além de diminuir em 25% o uso de água por tonelada de produto fabricado até 2025. A empresa pretende também agregar mais 100 mil hectares de área de conservação até 2030.