O dólar segue em queda no mercado doméstico sob influência do exterior nesta segunda-feira de agenda mais fraca. Investidores nos mercados globais reagem aos últimos
dados da pandemia do novo coronavírus, que atingiu recorde diário de novos casos no domingo, e após o banco central chinês manter taxas de juros inalteradas.
Às 9h44min, o dólar no mercado à vista caía 1,07%, a R$ 5,2598. O dólar futuro para julho recuava 1,00%, a R$ 5,2685. No Brasil, enquanto monitoram os desdobramentos da prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor na Alerj do atual senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente do País, os agentes financeiros estão na expectativa por indicadores e eventos dos próximos dias. Os principais são a divulgação da ata do Copom, amanhã, a votação do marco do saneamento, na quarta-feira, além de IPCA-15 e relatório Trimestral de Inflação (RTI), na quinta-feira, que podem trazer novas informações para definição das apostas de redução da Selic no Copom de agosto.
Nesta segunda, os índices de confiança divulgados mais cedo deram sinal de melhora. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apurado na prévia da sondagem de junho teve um avanço de 15,2 pontos em relação ao resultado fechado de maio, para 76,6 pontos. Se confirmado, o avanço será o mais acentuado da série histórica.
A troca de advogado ocorreu após o advogado da família Bolsonaro e dono da casa em Atibaia, no interior paulista, em que Fabrício Queiroz foi preso na quinta-feira (18), Frederick Wassef, ter afirmado no sábado que ele e o presidente Jair Bolsonaro viraram "uma pessoa só". "Se surgir qualquer coisa em meu desfavor, é uma armação, uma fraude, uma farsa. (...) Se bater no Fred, atinge o presidente", disse à CNN Brasil. "Estão fazendo isso para tentar me incriminar".
Na sexta-feira, o dólar recuou, mas na semana passada acumulou alta de 5,4% em meio a tensões políticas envolvendo a prisão de Fabrício Queiroz e o clã Bolsonaro, as apostas majoritárias de corte de 0,25 ponto porcentual da Selic, para 2,0% ao ano, no Copom de agosto e a demissão de Abraham Weintraub do Ministério da Educação. No ano, no entanto, o dólar acumula alta de mais de 31%, com o real se mantendo no posto de moeda com pior desempenho internacional, em uma cesta de 34 divisas.