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Economia

- Publicada em 22 de Junho de 2020 às 03:00

'Abre e fecha' prejudica empresas, afirma Otelmo Drebes

Presidente da Lebes diz que o mais difícil é lidar com incertezas

Presidente da Lebes diz que o mais difícil é lidar com incertezas


/BRUNO MENDES/DIVULGAÇÃO/JC
Carlos Villela
O vai e vem dos decretos municipais provoca apreensão nos empresários do comércio gaúcho. No entendimento do presidente das Lojas Lebes, Otelmo Drebes, a situação é complexa porque não se pode simplesmente dispensar uma equipe, muitas vezes formada com anos de trabalho e treinamento se, na semana seguinte, o prefeito determina que se possa trabalhar de novo e, mais na frente, decide pelo fechamento total. Além disso, questões que vão desde benefícios trabalhistas até estoques são agravadas pela instabilidade de decisões como essa. "Eu não consigo trabalhar alguns dias e depois deixar de trabalhar outros dias. Não é desligar ou ligar um botão", diz Drebes.

O vai e vem dos decretos municipais provoca apreensão nos empresários do comércio gaúcho. No entendimento do presidente das Lojas Lebes, Otelmo Drebes, a situação é complexa porque não se pode simplesmente dispensar uma equipe, muitas vezes formada com anos de trabalho e treinamento se, na semana seguinte, o prefeito determina que se possa trabalhar de novo e, mais na frente, decide pelo fechamento total. Além disso, questões que vão desde benefícios trabalhistas até estoques são agravadas pela instabilidade de decisões como essa. "Eu não consigo trabalhar alguns dias e depois deixar de trabalhar outros dias. Não é desligar ou ligar um botão", diz Drebes.

Para o presidente da Lojas Lebes, o pior de tudo é lidar com a incerteza. "Quanto que a prefeitura deixa de arrecadar a partir do momento que eu deixo de trabalhar com um determinado número de funcionários? Isso é difícil de medir", informa.

Ele ressalta que não opina no diagnóstico da pandemia, mas aponta o que chama de "excesso de zelo" na tomada de decisão pelo município, que pode gerar prejuízos sérios no futuro. "Haverá, sim, empresas fechando, empresas demitindo e funcionários se recolocando. Esta situação é muito difícil de mensurar, mas fácil de chegar nessa conclusão", afirma.

Questionado se há diálogo com a prefeitura, Drebes diz que sim, "mas é um diálogo do surdo com o mudo, porque ele (Marchezan) não escuta nada do que se fala". Drebes ressalta que colocou ao prefeito que não discutiria o diagnóstico (na época em que se determinou a abertura apenas para empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões) e elogiou a capacitação dos técnicos da prefeitura. Entretanto, ele questiona, que "a partir do momento que se tem um diagnóstico, tem que dar um remédio, e o remédio que ele está dando é para matar o paciente". Segundo o empresário, é preciso reduzir a circulação de pessoas, mas essa diminuição não pode ocorrer "matando lojas de determinado porte".

Na semana passada, quando se encontrou com o prefeito, Drebes ouviu de Marchezan que havia 89 pessoas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em Porto Alegre, e que a cidade chegaria até o dia 10 de agosto com pouco mais de 300 leitos ocupados se o vírus continuar nessa progressão. "Fecha-se o comércio hoje por causa da possibilidade de ter uma lotação máxima de UTI daqui a 60 dias? Estamos vivendo total num mundo de fantasia, isso não existe", finaliza.

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