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Economia

- Publicada em 09 de Junho de 2020 às 03:00

Estudo aponta que consumo de carnes está relacionado à capacidade produtiva

O consumo de proteína animal per capita tem, como principal influência, a capacidade produtiva dos países. Este é o destaque no resultado do estudo realizado pela Farsul sobre o consumo de carnes no mundo. O cenário econômico também tem grande relevância por se tratar de um produto de alto valor no mercado internacional. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira e consideram o período de 1990 até projeções para 2028, utilizando dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre consumo de bovinos, suínos, ovinos e frango no planeta.
O consumo de proteína animal per capita tem, como principal influência, a capacidade produtiva dos países. Este é o destaque no resultado do estudo realizado pela Farsul sobre o consumo de carnes no mundo. O cenário econômico também tem grande relevância por se tratar de um produto de alto valor no mercado internacional. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira e consideram o período de 1990 até projeções para 2028, utilizando dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre consumo de bovinos, suínos, ovinos e frango no planeta.
A relação entre produção e consumo de carnes acontece em decorrência da alta oferta do produto no mercado interno dos países produtores. O economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, usa o Brasil como exemplo. Mesmo tendo renda per capita mais baixa, o país acaba por ser um grande consumidor em virtude do seu rebanho, um dos maiores do mundo.
"O Brasil tem renda média inferior a Chile, Canadá, Reino Unido, Coreia do Sul ou Noruega, e, mesmo assim, nós consumimos bem mais carne do que esses países. E isso acontece porque somos produtores. Porque, nesse caso, mesmo você sendo mais pobre, há tanta disponibilidade interna de carne que acaba sendo barata e, logo, pode ser consumida em larga escala", explica.
Isso ocorre porque a diferença de preço entre mercados produtores e compradores é superior à da renda. "Ninguém dúvida que, na Suíça, as pessoas tenham muito mais dinheiro, mas a diferença da renda delas para a nossa é menor que a diferença do preço da carne deles para a nossa. Então, o aprendizado número um é que grandes consumidores são, em geral, grandes produtores. Esses países que produzem carne para exportar são também os que mais consomem. Porque a larga produção aumenta a disponibilidade interna", afirma.
A relação entre o consumo de carne e o cenário econômico também foi demonstrada no levantamento. Para Luz, três momentos durante o período analisado evidenciam isso. "O primeiro é a queda do muro de Berlim. Porque, no momento que ruiu o mundo socialista, tivemos a emergência do consumo por conta do aumento da renda e do crescimento econômico da China, do Vietnã e da Rússia", avalia. O economista destaca que, durante o período da União Soviética, a Rússia não aparecia na relação dos principais consumidores de carne no mundo, e, hoje, está na frente do Reino Unido e da Coreia do Sul, por exemplo.
A estabilidade econômica conquistada com o Plano Real garantiu um aumento no consumo per capita brasileiro, que praticamente dobrou. No início da série, o consumo médio era de 10 quilos por ano. Em 2019 foi de 19,6 kg. "Quando estabilizamos a economia brasileira, dobramos o consumo de carnes. Justamente pela possibilidade de as pessoas acessaram mais proteína animal, que é um produto caro em qualquer lugar do mundo. Com uma alta inflação, fica muito difícil conseguirmos ter esse alto consumo. O Brasil passou a conviver com estabilidade, com moeda forte, e isso foi importante para o consumo de carne", conclui.
 
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