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Economia

- Publicada em 02 de Junho de 2020 às 03:00

Embraer busca uma nova parceria após desistência de negócio com a Boeing

Em 2019, empresa entregou 89 aeronaves comerciais e 109 jatos executivos

Em 2019, empresa entregou 89 aeronaves comerciais e 109 jatos executivos


ROSLAN RAHMAN/AFP/JC
A Embraer afirma que estuda novas parcerias internacionais, inclusive para a produção conjunta de novos aviões, após a Boeing romper o acordo para a compra de sua área de aviação comercial.
A Embraer afirma que estuda novas parcerias internacionais, inclusive para a produção conjunta de novos aviões, após a Boeing romper o acordo para a compra de sua área de aviação comercial.
"Estamos revendo nossa estratégia para os próximos cinco anos, e, sem dúvida alguma, há iniciativas para potenciais parcerias. Eventualmente, até parceria para produção, mas é muito cedo", disse o presidente da empresa, Francisco Gomes Neto. Ele não detalhou quais seriam os eventuais parceiros. Sem a Boeing e com a europeia Airbus já tendo comprado a linha de aviação regional da Bombardier, rival canadense da Embraer, sobram no mercado empresas emergentes da China, do Japão, da Índia e da Rússia.
A principal dela é a estatal chinesa Comac, mas há diversos óbices políticos para uma associação mais ampla com Pequim, especialmente porque a Embraer estaria sujeita a embargos a peças de origem americana em seus aviões.
A fabricante paulista registrou um prejuízo líquido ajustado de R$ 434 milhões no primeiro trimestre deste ano, ante uma queda de R$ 230 milhões registrada no mesmo período do ano passado. O prejuízo líquido total foi de R$ 1,276 bilhão, ante R$ 160,8 milhões negativos de janeiro a março de 2019.
A empresa enfatizou mais o impacto do processo de separação de sua área comercial, que seria vendida para a Boeing, do que a pandemia da Covid-19 pelo mau resultado. O negócio foi abortado pelos americanos em abril, após mais de dois anos de negociações, sob a alegação de que os brasileiros não cumpriram todos os requisitos para a venda no prazo estipulado. A Embraer contesta essa versão e diz que a Boeing desistiu do negócio por seus próprios problemas financeiros - a gigante americana enfrenta a maior crise de sua história, com a paralisação de seu principal produto, o 737 MAX, e os impactos da pandemia no setor aéreo.
Em janeiro, a fabricante paulista paralisou suas atividades para finalizar o processo de separação, além de ter tido de pagar impostos a mais. O gasto de separação foi de R$ 97 milhões só neste ano.
A separação é litigiosa. A Embraer abriu um procedimento arbitral em Nova York contra a Boeing, que deverá começar a ser instruído nos próximos dois meses. Em 2019, o processo de segregação da área comercial custou R$ 485,5 milhões aos brasileiros.
A pandemia, contudo, teve impacto financeiro de R$ 108,6 milhões em variações negativas no valor da participação que a empresa tem na Republic Airways Holdings e de R$ 163,1 milhões em provisões para devedores duvidosos no contexto da Covid-19.
O primeiro trimestre é tradicionalmente mais fraco em entrega de aeronaves, mas o tombo foi ainda maior neste ano. Enquanto 11 aviões comerciais e 11 jatos executivos foram entregues no mesmo período de 2019, agora, foram cinco e nove unidades, respectivamente.
No ano passado, a Embraer entregou 89 aeronaves comerciais e 109 jatos executivos. Segundo a empresa, os próximos meses serão dedicados à reinserção dos processos produtivos que foram separados durante todo o ano de 2019.
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