Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

indústria

- Publicada em 27 de Maio de 2020 às 16:36

Indicadores da indústria gaúcha têm dados negativos recordes

Foi o segundo recuo consecutivo, atingindo 72,1% do setor

Foi o segundo recuo consecutivo, atingindo 72,1% do setor


LUIZA PRADO/JC
Ao atingir 24,1 pontos em abril, o indicador de produção da Sondagem Industrial RS, divulgada nessa quarta-feira pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), apontou queda de proporções inéditas. Foi o segundo recuo consecutivo, atingindo 72,1% do setor, cuja ociosidade alcançou 51% da capacidade produtiva.
Ao atingir 24,1 pontos em abril, o indicador de produção da Sondagem Industrial RS, divulgada nessa quarta-feira pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), apontou queda de proporções inéditas. Foi o segundo recuo consecutivo, atingindo 72,1% do setor, cuja ociosidade alcançou 51% da capacidade produtiva.
A pesquisa mostra que os impactos da pandemia chegaram ainda com mais força no mês passado, com os indicadores de atividade, todos abaixo dos 50 pontos, registrando novos recordes negativos. “As contrações na produção da indústria do Estado observadas em março e abril foram sem precedentes. Os seus impactos serão sentidos por diversos meses, tanto por conta da sua influência no mercado de trabalho quanto nos investimentos”, afirma o presidente da Fiergs, Gilberto Petry. Resultados acima de 50 indicam aumento nos indicadores e abaixo de 50, queda.
A sondagem de abril revelou também retração sem precedentes no emprego. O indicador de número de empregados mostrou o menor valor da série histórica: 34 pontos. Pouco mais da metade das empresas, 51,2%, reduziram vagas ante março. No mesmo sentido, a ociosidade na indústria gaúcha atingiu novo pico em abril, resultado confirmado pelo menor valor já apurado pela Utilização da Capacidade Instalada (UCI) em relação ao usual no mês: 22 pontos.
Outro dado ruim de abril foi em relação aos estoques de produtos finais, que depois de cinco meses em níveis ajustados, voltaram a se acumular. Foi o que mostrou o indicador em relação ao planejado (52,6 pontos). Superior a 50, apontou estoques acima do ideal para as empresas.
Entre as 201 empresas consultadas pela pesquisa, realizada entre 4 e 14 de maio, a maioria revelou expectativa negativa para os próximos seis meses. Todos os indicadores registraram níveis baixíssimos, superando apenas os recordes do mês anterior. Isso significa uma projeção de reduções expressivas para a demanda (32,3 pontos), exportações (32), compras de matérias-primas (30,4) e emprego (34,6). Em maio, 54,5% das empresas declararam que pretendem reduzir o número de empregados nos próximos seis meses.
O quadro, igualmente, se apresenta muito desfavorável no índice de intenção de investimentos deste mês, que com 31,3 pontos só é maior que o de abril (30,2) e bem abaixo de sua média histórica (49). O índice está muito reduzido devido ao grande percentual de empresas, 73,7%, sem intenção de investir nos próximos seis meses.

Ipea projeta queda de 36,1% na produção industrial em abril ante março

Os efeitos da paralisação das atividades sobre a economia, iniciados na segunda quinzena de março, na esteira do avanço da pandemia de covid-19 sobre o País, se aprofundaram em abril, mostra o Boletim de Acompanhamento Setorial da Atividade Econômica, lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quarta-feira. Os pesquisadores do Ipea projetam, sempre na comparação de abril com março, tombos de 36,1% na produção industrial, de 28,4% nas vendas do varejo e de 23,7% no volume de sérvios prestados.
"Vamos quebrar alguns recordes negativos para alguns indicadores de atividade em abril e no segundo trimestre, por consequência", afirmou Leonardo Carvalho, economista do Ipea e um dos autores do boletim, publicado há pouco no site do instituto.
As projeções do Ipea miram as três grandes pesquisas sobre a atividade setorial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e levam em conta tanto o efeito de carregamento do desempenho do primeiro trimestre sobre abril quanto dados coincidentes - de pesquisas qualitativas a dados diários sobre transações comerciais - já informados sobre o mês passado. Na próxima sexta-feira, 29, o IBGE divulgará o PIB do primeiro trimestre, mas as pesquisas de abril sobre a indústria, o comércio varejista e o setor de serviços serão conhecidas apenas na primeira quinzena de junho.
Na produção industrial, o tombo de 36,1% em abril ante março, após a retração de 9,1% em março ante fevereiro, será puxado pela fabricação de veículos e de artigos para vestuário, conforme as projeções do Ipea. Com isso, a produção registrará queda de 44,6% ante abril de 2019.
O Ipea destacou as retrações em indicadores coincidentes como a produção total de automóveis (-95%), o fluxo de caminhões em rodovias (-19,1%) e o nível de utilização de capacidade instalada (Nuci) na indústria de transformação que, na Sondagem da Indústria da Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 18 pontos percentuais em abril.
Diante disso, o Ipea projeta o tombo histórico de 92,9% na produção de veículos automotores em abril ante março, conforme a segmentação feita na pesquisa do IBGE. Já a produção de artigos de vestuário deverá registrar queda de 14,6% em abril ante março. A produção de celulose e papel e a fabricação de alimentos deverão se destacar, com desempenho superior ao das demais atividades.