Cerca de 1,6 milhão de gaúchos estão aptos a receber o auxílio emergencial que o governo federal disponibilizou, via Caixa Federal, durante a pandemia da Covid-19. Esse número concentra 14,8% da população do Estado. Desse total, 40% são trabalhadores informais e 85 mil são mães solteiras. Os dados fazem parte de uma pesquisa desenvolvida pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) do Estado sobre os reflexos do coronavírus na economia e foram destacados pelo governador Eduardo Leite nesta quinta-feira (21), durante live. Diante desse contingente da população mais vulnerável ao impacto econômico da crise gerada pelo coronavírus, o Executivo estuda a possibilidade de criar um programa próprio de renda mínima para minimizar as perdas das famílias, que passaria a valer quando o programa federal for encerrado.
Segundo ele, o governo trabalha na estruturação desse modelo de auxílio para que não haja sobreposição ao federal. "Não é algo simples, não é algo fácil, estamos identificado fontes possíveis (de financiamento) para ajudar as famílias mais carentes, especialmente quando a ajuda do governo federal deixar de existir", disse Leite.
O impacto da crise desencadeada pela pandemia na atividade econômica e na renda das famílias do Rio Grande do Sul pode representar perdas mensais na ordem de R$ 9,1 bilhões em "um cenário mais alarmante", de acordo com o governador, o que faz o auxílio federal fundamental e legitima a constituição de um programa estadual para atender à parcela mais pobre da população que ficará desassistida. "Contando com esse apoio do auxílio emergencial, que é generoso em relação ao Bolsa Família, com valor mais expressivo, boa parcela da população gaúcha está sendo beneficiada. O governo federal anuncia que não haverá prorrogação, e nós estamos, paralelamente, estudando a possibilidade do que seria possível ao governo do Estado e quais as fontes de financiamento possíveis para um programa estadual de transferência emergencial de renda", destacou.
O estudo da Seplag revela ainda que perto de 500 mil gaúchos que poderiam receber a ajuda estão fora da força de trabalho e aponta que o percentual de pessoas elegível ao programa de renda mínima do governo federal é um dos menores do País. Segundo o Executivo, se todos os impactados recebessem o auxílio federal, a injeção de renda na economia do Estado ficaria em torno de R$ 1,1 bilhão ao mês. Uma das principais conclusões da pesquisa mostra ainda que cerca de 72% dos gaúchos estão sujeitos a alguma perda de renda durante a crise gerada pela Covid-19.