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Economia

- Publicada em 15 de Maio de 2020 às 03:00

Pandemia derruba produção da indústria em todos os locais pesquisados

Pela primeira vez em oito anos, todos os 15 locais pesquisados pelo IBGE apresentaram retração

Pela primeira vez em oito anos, todos os 15 locais pesquisados pelo IBGE apresentaram retração


/JOÃO LAZZAROTTO/DIVULGAÇÃO/JC
A pandemia do novo coronavírus derrubou a produção industrial em todo o Brasil no mês de março. Foi a primeira vez em oito anos que todos os 15 locais pesquisados apresentaram queda, segundo o IBGE. O resultado é reflexo direto das medidas de isolamento social que afetaram o processo de produção no Brasil desde meados de março, quando a OMS (Organização Mundial de Saúde) decretou pandemia do novo coronavírus. Nas semanas seguintes, estados e municípios impuseram restrições à circulação de pessoas.
A pandemia do novo coronavírus derrubou a produção industrial em todo o Brasil no mês de março. Foi a primeira vez em oito anos que todos os 15 locais pesquisados apresentaram queda, segundo o IBGE. O resultado é reflexo direto das medidas de isolamento social que afetaram o processo de produção no Brasil desde meados de março, quando a OMS (Organização Mundial de Saúde) decretou pandemia do novo coronavírus. Nas semanas seguintes, estados e municípios impuseram restrições à circulação de pessoas.
No formato antigo da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), com 14 locais pesquisados -Mato Grosso entrou na lista apenas em 2012-, a única queda generalizada havia ocorrido em novembro de 2008, por consequência da crise financeira global. Segundo o IBGE, o mais próximo deste resultado aconteceu em maio de 2018, com a greve dos caminhoneiros, que derrubou a produção industrial em 14 dos 15 locais.
Epicentro da Covid-19 no país, com mais de 51 mil casos, e local onde se concentra mais de um terço da indústria nacional, São Paulo foi a região que mais influenciou o resultado nacional (-9,1%), com queda de 5,4%. Em fevereiro e março, o estado acumulou perda de 6,6%, motivado principalmente pela queda nos setores de veículos e bebidas.
O Ceará, que nesta quarta ultrapassou o Rio de Janeiro em número de casos confirmados do novo coronavírus, com mais de 19 mil infectados, e agora ocupa o segundo lugar da lista no Brasil, teve o maior recuo industrial em termos absolutos, com queda de 21,8%. O estado foi pressionado principalmente pela queda no setor de couros e calçados, além de vestuário. A indústria cearense vinha com dois meses de resultados positivos e alcançando um acumulado de 2,4% em janeiro e fevereiro.
Terceiro local em número de casos de Covid-19, o Rio de Janeiro apresentou recuo de 1,3% no setor industrial, também influenciado pela queda no setor de veículos e bebidas. O estado já vinha de retração no mês anterior, acumulando perda de 2,1%. Rio Grande do Sul (-20,1%) e Santa Catarina (-17,9%) foram outros estados que contribuíram para o recuo na média nacional.
Ainda apresentaram recuos mais intensos do que a média nacional o Pará (-12,8%), o Amazonas (-11%) e toda a Região Nordeste (-9,3%). Também caíram os estados de Pernambuco (-7,2%), Espírito Santo (-6,2%), Bahia (-5,0%), Paraná (-4,9%), Mato Grosso (-4,1%), Goiás (-2,8%) e Minas Gerais (-1,2%).
De acordo com o instituto, o desempenho de março de 2020 coloca a produção industrial brasileira no mesmo nível de agosto de 2003. A queda afetou todas as categorias econômicas e 23 dos 26 ramos pesquisados.
Em relação a março de 2019, que teve três dias úteis a menos que o mesmo mês de 2020, a indústria teve queda de 3,8%, com 11 dos 15 locais pesquisados mostrando resultados negativos. As consequências da pandemia ficam ainda mais claras nessa comparação.
"O chamado 'efeito-calendário' foi positivo em março de 2020, que teve 22 dias úteis, três a mais que [março de] 2019", disse o analista da pesquisa, Bernardo Almeida. "O isolamento social teve efeito direto na cadeia produtiva. Os dados de março mostram esses efeitos diretos que afetaram o processo de produção no Brasil", acrescentou o analista.
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